sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Anuário 2004: O início

Segue o texto de apresentação da primeira edição do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, publicado em 2005:
"Um novo projeto para a ficção científica brasileira"
"Bem-vindo ao Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2004. Esta é a mais  nova publicação no cenário da ficção científica brasileira e terá periodicidade anual como, aliás, já indica o próprio nome.
Esta é uma nova realização, produzida pelos editores de dois dos mais importantes fanzines da história da ficção científica brasileira: Hiperespaço, de Cesar Silva e Megalon, de Marcello Simão Branco.
Na verdade é possível dizer que retomamos a gênese de um projeto anterior, o Anuário Brasileiro de Ficção Científica, criado e editado por Roberto de Sousa Causo, em duas edições, nos anos de 1986 e 1987.
A reedição em novas bases de um anuário para o cenário fantástico no Brasil advém da confluência de interesses e objetivos que norteiam nossa ação ao longo dos anos. Militantes do fandom literário há mais de duas décadas, nas mais variadas atividades, vimos nossos projetos principais – os fanzines –, se esgotarem como proposta de publicação para o fandom porque, editando há muitos anos, percebemos que eles não têm por onde crescer, conquistar públicos maiores. Isso aliado ao fato mais próximo de que boa parte da própria comunidade de fãs têm mostrado um crescente desinteresse por publicações com este perfil. E aqui nem vai uma crítica: muitas pessoas envelheceram e outras mais jovens apareceram. As primeiras podem ter migrado para outros interesses e as seguintes já vieram inseridas em um novo contexto social e tecnológico.
Mesmo assim, não desistimos. E este Anuário é uma prova. Embora produzido com os mesmos recursos dos fanzines, a proposta editorial e o objetivo desta nova publicação tem a intenção de ir um pouco além do ambiente do fã, embora continue sendo prioritariamente para ele que a publicação foi pensada.
A retomada de um anuário é realizada em uma base temática mais ampla e a cobertura também deverá ser maior. Em linhas gerais, contemplamos de uma maneira minuciosa literatura, por ser a manifestação artística mais próxima às nossas próprias atividades e interesses. É possível que em edições vindouras, outros segmentos sejam cobertos como, por exemplo, o cinema e os quadrinhos. Mas por hora temos nesta edição, uma série de informações, artigos, resenhas, listagens, tabelas e entrevista, mapeando a produção tanto profissional quanto do fã, nos gêneros fantásticos da ficção científica, fantasia e horror.
Acreditamos que este Anuário marcará um novo momento de nossas atividades editoriais e intelectuais junto à arte fantástica e que há muito  faltava uma publicação com este perfil para a cobertura e crítica do que se escreve, edita, publica e se vende em termos de fantástico no território nacional.
E este acompanhamento de caráter mais jornalístico e analítico é também voltado à produção literária em Portugal. Pela simples razão de nossa proximidade histórica e cultural, além do fato mais prático de que é importante acompanharmos o mercado editorial português. Tanto para saber o que se publica por lá – e que pode chegar às livrarias brasileiras –, como também sobre o que estão escrevendo os autores lusos de ficção científica e fantasia: “Tão longe e tão próximos” ao mesmo tempo.
Outro diferencial desta publicação e pela qual dedicamos especial atenção à pesquisa é a seção “Efemérides”. Aborda acontecimentos importantes da história dos gêneros no Brasil, sejam eventos, livros e autores. Com ela esperamos sinceramente dar nossa contribuição para o resgate histórico dos gêneros no Brasil, uma área ainda pouco explorada.
Esperamos que esta edição lhe seja útil, como veículo de informação, referência, crítica e baliza de uma linha editorial pautada por nós da Sociedade Brasileira de Arte Fantástica, qual seja, a de um trabalho profissional e apaixonado, em busca de bem divulgar e analisar a ficção científica, fantasia e horror feitos no Brasil."
–– Os editores

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