(Texto escrito em Julho de 2005 e publicado originalmente no fanzine Juvenatrix # 98 versão impressa e # 178 versão em PDF)
O escritor inglês Herbert George Wells (1866-1946) foi
o autor, entre o final do século XIX e início do XX, de várias obras que se
tornaram referências para a realização de grandes filmes de ficção científica com
elementos de horror. “A Guerra dos Mundos” é considerado um de seus mais
importantes trabalhos e o que gerou uma produção maior em torno de seu tema,
com filmes, programa de rádio, série de TV e revistas de histórias em
quadrinhos.
O livro de Wells, escrito em 1898, enfatiza uma
pertinente crítica social ao imperialismo europeu que na época era praticado
sobre os países pobres africanos, cujo único objetivo era se apossar dos
valiosos recursos naturais das colônias.
Em 1938, o cineasta Orson Welles adaptou a história
de H. G. Wells para o rádio, com resultados “devastadores”, pois milhares de
pessoas acreditaram realmente que nosso planeta estava sendo invadido por
criaturas hostis vindas de Marte, gerando histeria e pânico na população.
Já em 1953, foi a vez do produtor George Pal (de
preciosidades do início dos anos 50 como “Destino à Lua” e “Colisão de
Planetas”) e do diretor Byron Haskin, que juntos criaram um filme que tornou-se
um clássico absoluto do cinema fantástico, com um destaque para os impressionantes
efeitos especiais de destruição das cidades, muito imponentes na época e até
hoje impressionantes, tanto que o filme foi vencedor do Prêmio Oscar nesta
categoria, independente de podermos visualizar os fios que sustentavam as
máquinas de guerra voadoras (na verdade, as naves eram suspensas por raios
invisíveis que geravam um fluxo magnético que as mantinham acima do solo).
Aliás, a obra literária de Wells
serviu de base para vários filmes cultuados como “A Ilha do Dr. Moreau” (com
versões em 1933 e 76, além de uma refilmagem em 96 com Marlon Brando), “O Homem
Invisível” (33), “Daqui a Cem Anos” (36, adaptado do livro “The Shape of Things
to Come”), “Os Primeiros Homens na Lua” (64), “A Fúria das Feras Atômicas” (76,
este baseado no livro “O Alimento dos Deuses”), “A Máquina do Tempo” (60 e
refilmagem em 2002 com Guy Pearce), entre outros.
E entre 1988 e 1990 foi lançada uma série de TV
baseada no filme, mostrando eventos posteriores à invasão marciana, com uma
qualidade inferior e que também teve alguns episódios lançados em vídeo VHS por
aqui.
Já faz alguns anos que o cineasta Steven Spielberg
tinha planos para adaptar novamente a história de um ataque marciano imaginado
por H. G. Wells para o cinema, mas com o lançamento em 1996 de “Independence
Day”, outro filme que também mostrava uma invasão alienígena com imenso poder
de destruição, o famoso diretor adiou a idéia até conseguir efetivar o projeto
agora em 2005, com um lançamento mundial em 29 de Junho e nos cinemas
brasileiros em 01 de Julho de sua versão de “Guerra dos Mundos” (War of the Worlds), que traz um elenco formado
pelo astro Tom Cruise, a jovem e talentosa Dakota Fanning e a bela australiana
Miranda Otto, além de Tim Robbins e a narração da introdução e desfecho do
experiente Morgan Freeman.
Na história, Ray Ferrier (Tom Cruise), é um operador
de guindaste que precisa ficar com seus filhos por um final de semana, enquanto
sua ex-esposa, Mary Ann (Miranda Otto, dos dois últimos filmes da trilogia “O
Senhor dos Anéis”), vai fazer uma visita aos seus pais em Boston junto com o
atual marido, Tim (David Alan Basche). Os filhos são o adolescente Robbie
(Justin Chatwin) e Rachel (Dakota Fanning, de “O Amigo Oculto”), os quais
demonstram pouca intimidade com o pai, num relacionamento marcado pela
distância entre eles.
Porém, ninguém imaginaria que o simples final de
semana se transformaria num caos quando uma misteriosa tempestade proporciona
um efeito climático curioso e a queda de diversos raios em um mesmo ponto, no
meio de um cruzamento de ruas próximo à casa do estivador. E do local da queda
dos raios surgisse uma imensa máquina de guerra vindo diretamente debaixo da
terra, apoiada por três imensas pernas mecânicas articuladas, comandada por
alienígenas hostis vindos de Marte com o propósito de aniquilar impiedosamente
a humanidade e tomar nosso planeta para ser sua nova moradia.
Disparando raios desintegrando pessoas e destruindo
prédios com imensa facilidade, uma frota de naves de guerra se formava para um
ataque planejado e devastador onde nossos exércitos e armas pareciam pouco
eficazes contra o poder de destruição dos invasores alienígenas. Suas máquinas
de guerra ainda possuíam enormes tentáculos que capturavam as pessoas para
utilizar seu sangue como alimento.
Ray então é obrigado a mudar sua conduta e aproxima-se
dos filhos, o rebelde Robbie e a pequena Rachel, que sofre de claustrofobia,
para tentar salvá-los da invasão marciana numa fuga desesperada em busca de
abrigo e segurança em meio ao caos de uma “guerra dos mundos”, sem contar que
ainda ele teria que enfrentar a paranóia de um motorista de ambulância, Ogilvy
(Tim Robbins), quando ficaram isolados em sua casa num sítio cercado pelos
alienígenas com suas máquinas de destruição.
COMENTÁRIOS E
COMPARAÇÕES COM O FILME DE 1953
Atenção: os comentários a seguir contém
spoilers e detalhes reveladores das histórias de ambos os filmes de 1953 e
2005.
A versão de Spielberg de
“Guerra dos Mundos” tem uma metragem de quase duas horas com intensas
seqüências de devastação filmadas com grande realismo e contando com o apoio de
incríveis efeitos especiais. Os principais destaques certamente são os ataques
das máquinas de guerra marcianas, a cena do naufrágio da balsa, o trem
incendiário, o avião derrubado sobre a casa da mãe das crianças, e a aparição
dos alienígenas na casa em destroços da fazenda do lunático Ogilvy, revelando
suas aparências asquerosas.
Ao contrário de algumas
críticas sobre o filme alegarem que não, existe sim bastante violência na
história. É claro que o tipo de destruição em massa que ocorre em cena poderia
ser mais bem ilustrado com uma maior quantidade de sangue e corpos destroçados,
porém isso seria bastante inviável pelo caráter comercial do filme. Podemos
considerar que fatos como pessoas sendo desintegradas impiedosamente, cadáveres
boiando num rio, e a pulverização de nuvens de sangue das vítimas humanas,
seriam um bom motivo para considerar o filme violento e marcado por uma guerra
devastadora.
Os efeitos especiais são
excelentes, mostrando as naves de guerra dos marcianos como imaginado por H. G.
Wells, ou seja, trípodes enormes que capturam os seres humanos com tentáculos.
O filme de 1953 apresentava naves similares a cisnes ou arraias que voavam
vagarosamente (ou melhor, eram suspensas por um campo magnético), e soltavam
raios de calor desintegradores através de um tentáculo central, sendo que elas
não tinham pernas mecânicas e nem tentáculos para capturar as pessoas. As naves
de guerra chegaram ao planeta com a aterrissagem de cilindros que pareciam meteoros
vindos do espaço. Já no filme de Spielberg, os trípodes foram soterrados há
muito tempo atrás pelos marcianos e estavam apenas aguardando o momento certo
de serem operados e emergirem debaixo da terra para atacar a humanidade, sendo
que os alienígenas invasores chegaram à Terra através de uma série de raios
gerados por uma tempestade misteriosa.
A cena da casa destruída da
fazenda onde uma câmera alienígena percorre seus interiores à procura de
sobreviventes e a conseqüente aparição dos marcianos investigando o local, é
similar em ambos os filmes, só que no clássico dos anos 50 apareceu um único
marciano, com um só olho de três cores e que ainda toca com a mão de três dedos
no ombro da mocinha, a atriz Ann Robinson, tornando-se uma das mais famosas cenas
da história do cinema de ficção científica.
Aliás, os marcianos também são
retratados de forma diferente, pois por motivos óbvios o filme de Spielberg
teve bem mais recursos tecnológicos para poder criar alienígenas mais
convincentes do que os da década de 50, tanto que o orçamento milionário
atingiu cifras superiores a US$ 130 milhões.
A versão de 2005 centraliza
toda a ação numa invasão marciana aos Estados Unidos (que eles sempre procuram
retratar como o centro do mundo). Já o clássico de 1953 mostra um pouco da
invasão em outros países, tentando mostrar um trabalho internacional em
conjunto da humanidade na tentativa de combater o ataque dos alienígenas.
Quando as máquinas de guerra começaram a cair, apareceram cenas de vários
locais ao redor do planeta, com direito até a uma passada rápida pelo nosso Rio
de Janeiro, com o Cristo Redentor aparecendo ao fundo, e uma máquina de guerra
marciana derrubada.
Um outro detalhe interessante
é que no filme dos anos 50, os militares contam com a ajuda de um cientista
(protagonizado por Gene Barry) e tentam destruir os marcianos com um ataque
nuclear, mas nem a temível e tão poderosa bomba atômica conseguiu detê-los. Era
uma época conturbada da guerra fria e os realizadores fizeram questão de
explorar o medo das pessoas pelos efeitos de uma catástrofe nuclear. E também
os produtores não perderam a oportunidade para explorar a paranóia de uma
invasão comunista à América, onde muitos países foram citados no filme como
vítimas dos marcianos menos a poderosa União Soviética, que na época
representava a maior ameaça à liberdade dos Estados Unidos.
O final também é parecido em
ambos os filmes, com exceção daquela cena desnecessária com a família reunida
na versão de 2005, pois num determinado momento uma máquina de guerra invasora
cai no chão e dela sai um marciano agonizando vítima de uma simples bactéria da
qual a humanidade já está imunizada.
O desfecho do filme dirigido
por Steven Spielberg (que, vale lembrar, cometeu um erro grotesco ao relançar
em 2002 “E.T. – O Extraterrestre” com os policiais segurando nas mãos um rádio
comunicador em vez de armas de fogo, como na versão original de vinte anos
antes), é tão dispensável que chega a incomodar, pois além de escolher um
perfil idiota para o adolescente Robbie, que queria acompanhar o exército no
combate aos invasores, ainda faz com que ele reapareça em segurança no final na
casa da mãe, num evento bastante improvável já que ele se separou do pai no
meio de um ataque mortal dos marcianos.
Curiosamente,
a atriz Ann Robinson participou tanto do clássico dos anos 50, como em três
episódios da série de TV em 88, em ambos os casos fazendo o papel da professora
Sylvia Van Buren, e agora também do filme de Spielberg como a avó de Rachel e
Robbie Ferrier (aparecendo apenas numa ponta no final), tornando-se uma
especialista em “Guerra dos Mundos”. Aliás, essa participação, assim como a do
ator Gene Barry, que foi o cientista Dr. Clayton Forrester, especialista em
astrofísica e física nuclear da “Pacific Tech” no clássico de 53, como o avô
das crianças, foi uma interessante homenagem dos produtores.
E o ano de 2005 teve além da versão de Steven
Spielberg, a produção de uma outra refilmagem, dessa vez com bem menos impacto
comercial, com direção e roteiro de David Michael Latt e elenco liderado por C.
Thomas Rowell.
O
DVD duplo de “Guerra dos Mundos”
(War of the Worlds, 2005), de Steven Spielberg e com Tom Cruise e Dakota
Fanning, foi lançado no mercado brasileiro em 11/11/05, pela “Paramount”. Entre
a infinidade de extras, temos vários documentários e materiais interessantes:
“Revisitando a Invasão”, “O Legado de H.G. Wells”, “Steven Spielberg e a Guerra
dos Mundos Original”, “Personagens: O Núcleo Familiar”, “Pré-vizualização”,
“Diários da Produção: Costa Leste - O Início”, “Diários da Produção: Costa
Leste - O Fim”, “Diários da Produção: Costa Oeste – Destruição”, “Diários da
Produção: Costa Oeste – Guerra”, “Desenhando o Inimigo: Tripods e Alienígenas”
e “A Música de Guerra dos Mundos Nós Não Estamos Sós”.
Guerra dos Mundos (War of the Worlds, Estados Unidos, 2005). Paramount.
Duração: 116 minutos. Direção de Steven Spielberg. Roteiro de David Koepp e
Josh Friedman, baseado em obra homônima de H. G. Wells. Produção de Kathleen
Kennedy e Colin Wilson. Produção Executiva de Paula Wagner. Música de John
Williams. Fotografia de Janusz Kaminski. Desenho de Produção de Rick Carter.
Direção de Arte de Tony Fanning, Andrew Menzies, Tom Warren e Edward Pisono.
Edição de Michael Kahn.. Elenco: Tom Cruise (Ray Ferrier), Justin Chatwin
(Robbie Ferrier), Dakota Fanning (Rachel Ferrier), Tim Robbins (Ogilvy),
Miranda Otto (Mary Ann Ferrier), David Alan Basche (Tim), Ann Robinson (Avó),
Gene Barry (Avô).
NARRANDO A
GUERRA DOS MUNDOS (1953)
“Durante
a Primeira Guerra Mundial, e pela primeira vez na história do Homem, as nações
lutaram entre si com primitivas armas da época. A Segunda Guerra Mundial
envolveu todos os continentes do globo e os homens se voltaram para a ciência,
para novos aparelhos de guerra, que atingiram um nível inigualável em sua
capacidade de destruição. E agora, providos com armas terríveis da super
ciência, ameaçando toda a humanidade, cada criatura da Terra, aí vem A Guerra
dos Mundos.”
O primeiro filme sobre a famosa
“Guerra dos Mundos” escrita por H. G. Wells foi produzido há mais de meio
século atrás, num processo que durou cerca de dois anos de filmagens. A invasão
marciana é apresentada principalmente sob o ponto de vista de uma pequena
cidade americana do Estado da Califórnia, e depois avança a devastação para a
grande capital Los Angeles.
O filme é narrado em três partes, no início, meio e
fim, pelo ator Sir Cedric Hardwicke. Para efeito de curiosidade, essa narração
explicando a origem e motivos da invasão marciana, suas estratégias de combate
e sua derrota, segue transcrita na íntegra nesse artigo, reproduzida da cópia
dublada do filme que foi exibida na televisão.
Considerado um dos grandes
clássicos do cinema de Ficção Científica, “A Guerra dos Mundos” felizmente para
os colecionadores está disponível no mercado brasileiro de DVD lançado pela
“Paramount”, primeiramente somente com distribuição através das lojas
especializadas e depois também nas bancas de jornais, encartado na revista
“This is Paramount – Cinema e DVD” ano I, número 2 (Julho de 2005), da “NBO
Editora”, com um preço mais popular. O disco traz como material extra um
trailer de cinema de dois minutos e meio de duração e sem a opção de legendas
em português. Aliás, o filme também não tem a opção da dublagem
brasileira.
“Ninguém
acreditaria que no meio do século XX, os afazeres humanos estavam sendo
atentamente observados por uma inteligência superior à do Homem. Porém, através
do espaço sem fim, no planeta Marte, inteligências grandes, frias e
inamistosas, olhavam nossa Terra com olhos invejosos, lenta e seguramente
fazendo seus planos contra nós.
Marte
está a mais de 228 milhões de quilômetros de distância do Sol, e durante
séculos tem estado nos últimos estágios de extinção. À noite, a temperatura desce muito abaixo de zero, até
em seu Equador. Os habitantes desse planeta agonizante olharam através do
espaço com seus instrumentos e inteligências com as quais mal sonhamos,
procurando por outro mundo para o qual pudessem emigrar. Eles não podiam ir
para Plutão, o mais distante de todos os planetas. É tão frio que sua atmosfera
fica gelada na superfície. Não podiam ir para Netuno ou Urano, mundos gêmeos de
noite eterna e frio perpétuo, ambos circundados por uma atmosfera irrespirável
de gás metano e vapor de amônia. Os marcianos consideravam Saturno um mundo
atraente, com muitas luas e belos anéis de poeira cósmica, mas sua temperatura
chega a 110 graus abaixo de zero e o gelo tem vinte e quatro mil quilômetros de
profundidade na superfície. Seu próximo mundo seria o gigantesco Júpiter, onde
existem monstruosos rochedos de lava e gelo, com hidrogênio queimando no topo,
onde a pressão atmosférica é terrível: milhares de quilogramas por centímetro
quadrado. Eles não podiam ir para lá. Nem podiam ir para Mercúrio. O planeta
mais próximo do Sol. Ele não tem ar e a temperatura de seu Equador é a de
chumbo derretido. De todos os mundos que as inteligências de Marte podiam ver e
estudar, apenas na nossa Terra morna, havia o verde de vegetação, o brilho da
água, e possuía uma atmosfera nebulosa, eloquente de fertilidade. Não ocorreu à
humanidade que uma mudança de destino pudesse estar pairando sobre nós, ou que
da escuridão do espaço infinito, estávamos sendo observados e estudados. Até a
época de nossa maior aproximação da órbita de Marte, durante a agradável
estação do verão.”
“Os marcianos tinham calculado sua descida em
nossa Terra com impressionante perfeição e sutileza. Quanto mais seus cilindros
vinham das profundezas misteriosas do espaço, suas máquinas de guerra,
estranhas em sua força e complexidade, criaram uma onda de medo que se espalhou
por todos os cantos do mundo. Em todos os países, os governos oficiais se reuniram
em conclaves desesperados, procurando meios para coordenar suas defesas com
outras nações. O governo da Índia, partindo de Nova Delhi, se reuniu num vagão
de ferrovia, enquanto populações maciças indianas se dirigiam para a imaginária
segurança do longínquo Himalaia. Os terríveis exércitos finlândes e turco,
batalhões chineses e bolivianos, trabalharam e lutaram furiosamente. Todo o
esforço contra o tremendo poder de seus antagonistas de outro mundo terminou na
mesma rota frenética. Enquanto os marcianos queimavam campos e florestas e as
grandes cidades caíam diante deles, grandes populações foram retiradas de suas
casas. A corrente de refugiados rapidamente tornou-se uma torrente. Tornou-se
um gigantesco estouro. Um grande silêncio caiu sobre metade da Europa e todas
as comunicações foram interrompidas. Quando a primeira rádio-foto de fora de
Paris chegou ao gabinete francês exilado em Strasburgo, eles tiveram a idéia de
usar jatos de alta velocidade como correio. Sem armamentos e cheios de
combustível, estes aviões mantinham conecção com os países escandinavos, o
norte da África, os Estados Unidos, e principalmente a Inglaterra. Estava claro
que os marcianos gostavam da posição militar estratégica das ilhas britânicas.
O povo inglês enfrentou magnificamente os invasores, mas de nada valeu.
Conforme os marcianos se moveram para o norte em direção à Londres, o gabinete
britânico se manteve em sessão, coordenando cada item de informação que podia
ser reunido, passando-os às Nações Unidas em Nova Iorque. De lá, as notícias
eram dadas à Washington. Era o único ponto estratégico que permanecia
inatacado.”
“Os
marcianos não tinham resistência às bactérias de nossa atmosfera, as quais há
muito tempo somos imunes. Uma vez que respiraram o nosso ar, os germes que não
mais nos afetam começaram a matá-los. O fim veio rapidamente. Em todo o mundo,
suas máquinas começaram a parar e cair. Depois do que tudo que os homens podiam
fazer falhou, os marcianos foram destruídos e a humanidade salva, pela menor
coisa que Deus, em sua sabedoria, colocou na Terra.”
A Guerra dos Mundos (The War of the Worlds, Estados Unidos, 1953).
Paramount. Duração: 85 minutos. Direção de Byron Haskin. Roteiro de Barré
Lyndon, baseado em obra homônima de H. G. Wells. Produção de George Pal. Música
de Leith Stevens. Fotografia de George Barnes. Efeitos Especiais de Gordon
Jennings, Wallace Kelly, Jan Domela, Paul Lepae, Ivyl Burks, Irmin Roberts.
Sonoplastia de Gene Garvin. Cenários Astronômicos de Chesley Bonestell. Direção
de Arte de Hal Pereira e Albert Nozaki. Assistente de Direção: Michael
D. Moore. Elenco: Gene Barry (Dr. Clayton Forrester), Ann Robinson (Sylvia Van
Buren), Sir Cedric Hardwicke (narração), Lewis Martin (Pastor Dr. Matthew
Collins), Les Tremayne (General Mann), Charles Gemora (Marciano), Robert
Cornthwaite (Dr. Pryor).
(Juvenatrix - Julho de 2005)