domingo, 18 de janeiro de 2015

Ray Harryhausen (1920-2013)

Neste mês de maio, o mundo perdeu Ray Harryhousen, um dos mais importantes técnicos do cinema de ficção fantástica.
Nascido em Los Angeles, em 29 de junho de 1920, Harryhousen ficou fascinado pelo mundo do cinema aos treze anos de idade, ao ver o clássico King Kong (1933). Os impressionantes efeitos especiais executados por Willis O’Brien, que davam vida ao gorila gigante a partir de uma miniatura animada pelo processo do stop-motion, levaram o jovem Ray a dedicar toda a sua vida ao desenvolvimento dessa arte, que cria a ilusão de movimento a partir da fotografia, quadro a quadro, de miniaturas articuladas.
Harrihousen começou fazendo seus próprios filmes em sua casa, com uma câmera de 16 mm.
Começou a trabalhar profissionalmente em documentários de Frank Capra e nos filmes de George Pal, mas sua grande chance veio quando fez a animação para o filme Mighty Joe Young (1949), de Ernest B. Shoedsack, o mesmo diretor de King Kong, trabalhando ao lado de seu ídolo, Willis O’Brien. Ali ele também ajudou a desenvolver outros efeitos especiais que dominariam a indústria do cinema por muitas décadas, como o rear projection (montagens a partir de projeções) e o matte painting (pinturas realistas em vidro).
Harryhousen também fez os efeitos de vários filmes clássicos, como os dinossauros de The animal world (1956), o Kraken de It came from beneath the sea (1955), o Rhedosaurus de The beast from twenty thousand fathoms (1953), a invasão alienígena de Earth versus the flying saucers (1956) e o impressionante monstro Ymir, de Twenty million miles to Earth (1957). Contudo, Harryhousen costuma ser mais lembrado pelos efeitos que realizou na série de filmes de Simbad o marujo, personagem inspirado nas histórias de As mil e uma noites, com uma pletora de monstros mitológicos, tais como o pássaro Roca, o Grifo e o Ciclope.
Seu momento culminante certamente está nos efeitos especiais realizados para o clássico Jason and the argonauts (1963), com a Hydra, as harpias, os guerreiros-esqueleto e outras visões aterrorizantes dos mitos clássicos. O mais recente trabalho do mestre a impressionar os expectadores foi a primeira versão de Clash of the titans (1981), no qual a técnica do stop-motion atingiu uma qualidade nunca vista anteriormente.
Apesar de sua importância e influência, Harryhousen ganhou apenas um Oscar, justamente por seu primeiro trabalho, Mighty Joe Young, dividido com O'Brien. Em 1992, a Academia reconheceu sua obra com um Oscar honorário e, em 2005, Harryhousen foi incluido no Science Fiction Hall of Fame.
Harryhousen morreu no dia 7 de maio de 2013, aos 92 anos.
Foto: Carl Court/AFP

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