segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Tempestade Solar (Exploding Sun, Canadá, 2013)


O canal de TV a cabo “SyFy” é conhecido pela exibição de filmes de ação com elementos de ficção científica e histórias de catástrofes globais abordando a destruição de nosso planeta. São tantos filmes similares com os mesmos clichês exaustivos, que dá pena da Terra sendo tão maltratada pelos roteiristas sem imaginação e preguiçosos em tentar desenvolver alguma ideia no mínimo razoável. Em “Tempestade Solar”, uma produção canadense dirigida pelo inexpressivo Michael Robison e roteiro patético de Jeff Schechter, que não tem nenhuma importância para o cinema fantástico, a única diferença para a imensidão de outros filmes ruins do mesmo estilo e temática, é que sua duração tem quase três horas, com a exibição dividida em dois filmes, dobrando o sofrimento do espectador. Depois que termina a péssima primeira parte ainda vem em seguida a continuação ainda pior.
Apesar da duração enorme do filme, é plenamente possível resumir a sinopse em poucas linhas de tão ruim e sem interesse que é a história. Uma empresa privada está anunciando a primeira viagem espacial civil, com um avião projetado especialmente para dar a volta na Lua e retornar em poucas horas, graças à capacidade de viajar numa velocidade extremamente alta. Porém, um defeito ocorre com os motores após uma tempestade solar com explosão de raios cósmicos e a nave perde o controle rumando para uma colisão com o Sol. Após o trágico acidente, a Terra passa a ser terrivelmente ameaçada com uma imensa descarga de raios solares que se dirige ao planeta. Para evitar o apocalipse final, o destino do mundo fica nas mãos do cientista Craig Bakus (Anthony Lemke) e do astronauta Don Wincroft (David James Elliott), que partem rumo ao Sol numa nave similar da agência espacial americana, para tentar criar um evento que anule os efeitos destrutivos dos raios solares.
A primeira parte é centrada na nave “Roebling Clipper” com seus seis passageiros, entre tripulação e civis, apresentando os personagens e mostrando a aventura do vôo espacial inaugural para a Lua. Perde-se tempo demais com personagens que não despertam interesse, com uma overdose de clichês e cenas carregadas de pieguice. Onde o ápice do tédio gira em torno de um triângulo amoroso entre os protagonistas que tentam salvar o mundo e a conselheira científica do presidente americano, Cheryl Wincroft (Natalie Brown), ex-esposa de um deles e atual mulher do rival.
Na segunda parte de noventa minutos, a ação se volta, depois da tragédia da nave civil que se chocou com o Sol, para a tentativa banal de evitar o fim do mundo. Com a utilização de outra nave, pertencente à NASA e copiada e melhorada a partir da primeira, para reverter o processo da tempesatde solar que acabaria com a vida na Terra.
É difícil dizer qual das duas partes é a pior. Imagine dois filmes péssimos que se complementam, com o roteirista inventando uma série de tramas paralelas para conseguir preencher o total de três horas do filme. São cenas envolvendo personagens secundários que só contribuem para o sono do espectador. Temos vários momentos descartáveis com o presidente americano Mathany (Frank Schorpion), sua filha adolescente Lara (Charlotte Legault) e a primeira dama Simone (Jane Wheeler), que era uma das passageiras da nave que foi para a Lua, contribuindo para promover a viagem. Temos também cenas tediosas com Joan Elias (Julia Ormond), a responsável de um acampamento humanitário no Afeganistão, esposa de Alan (John Mclaren), outro passageiro do primeiro vôo espacial civil. E a pior de todas as subtramas está reservada para uma pequena cidade americana onde vive Marta Hernandez (Cristina Rosato), esposa de outro passageiro, que ganhou a vaga numa loteria e tem medo de avião.
Se eu fosse enumerar e descrever a imensa quantidade de erros, furos de roteiro, situações inverossímeis e cenas patéticas, provavelmente não conseguiria terminar esse texto. Então, prefiro parar por aqui e finalizar com um pequeno alerta de um apreciador de cinema fantástico bagaceiro: “Tempestade Solar” é um completo desperdício de um longo tempo de três horas que poderia ser melhor aproveitado com outros filmes ruins, mas que pelo menos divertem.
(Juvenatrix – 08/02/16)

Nenhum comentário:

Postar um comentário