sábado, 9 de maio de 2015

Invasores Invisíveis (Invisible Invaders, EUA, 1959)


Produção em preto e branco com direção de Edward L. Cahn (1899 / 1963), o mesmo cineasta de outras divertidas tranqueiras do cinema bagaceiro como “O Cadáver Atômico” (1955), “Os Zumbis de Mora Tau” (1957) e “A Ameaça do Outro Mundo” (1958). No elenco temos John Agar (1921 / 2002), de pérolas como “Tarântula” (1955) e “O Cérebro do Planeta Arous” (1957), além do cultuado John Carradine (1906 / 1988), ator com forte relação com o cinema fantástico, tanto que ele aparece em destaque num dos cartazes originais do filme, mesmo com uma participação pequena apenas no início fazendo o papel de um “cientista louco”.
Alienígenas conquistadores oriundos de um planeta de outra galáxia invadiram a nossa lua há 20.000 anos e aniquilaram suas formas de vida, instalando uma base para suas naves espaciais. São criaturas invisíveis que adquiriram a capacidade de alterar a estrutura molecular de seus corpos. Até então, a Terra não interessava devido seu lento desenvolvimento tecnológico, mas depois que a humanidade entrou na era espacial, com testes de armas nucleares e foguetes para viajar pelo espaço, os alienígenas ditadores decidiram dominar nosso planeta tomando os corpos dos mortos para dizimar os vivos.
Com suas naves construídas com materiais que também poderiam tornar-se invisíveis, eles primeiramente se apossaram do cadáver do cientista Dr. Karol Noymann (John Carradine), morto numa explosão em seu laboratório. O zumbi visita seu colega veterano cientista Dr. Adam Penner (Philip Tonge), solicitando para avisar as autoridades militares para se renderem, ou seria iniciada uma invasão com destruições catastróficas, arrasando edifícios governamentais, unidades de comunicação, depósitos, arsenais de armas, estradas de ferro e aeroportos.
Desacreditado pelos governos e ridicularizado pela imprensa com manchetes pejorativas dos jornais, o alerta de rendição não funcionou e os alienígenas invisíveis iniciaram a invasão com uma guerra desproporcional. Restando ao cientista Dr. Penner, sua bela filha Phyllis (Jean Byron), o jovem cientista John Lamont (Robert Hutton, de “Eles Vieram do Espaço Exterior”, 1967) e o militar Major Bruce Jay (John Agar), se refugiarem num abrigo subterrâneo secreto e bem equipado, para tentarem encontrar um meio ou arma eficaz para deter os inimigos do espaço.  
Invasores Invisíveis” está situado dentro do sub-gênero da Ficção Científica que aborda invasões alienígenas com elementos de horror, explorando novamente o tema da guerra fria do período pós-Segunda Guerra Mundial, com a corrida armamentista e as consequências nocivas das experiências nucleares.  Para facilitar o baixo orçamento da produção, além da metragem curta com apenas 67 minutos de duração, o roteiro de Samuel Newman apresenta alienígenas invisíveis, com respiração ofegante e que deixam rastros no chão de terra ao caminharem, diminuindo os gastos com efeitos e maquiagem. Eles se apossam dos corpos de seres humanos mortos, transformando-os em zumbis assassinos, numa ideia que serviu de inspiração para George Romero conceber o clássico absoluto “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968), que traz semelhanças tanto na concepção dos zumbis como na forma de caminharem.
O filme é mais uma preciosidade do cinema fantástico bagaceiro dos anos 50 do século passado, divertido justamente pela forma simplória e ingênua de condução da história, acontecendo tudo rapidamente e repleto de clichês. Não faltam os “cientistas loucos” cercados de aparelhos em experiências exageradas e os militares truculentos em ações de força. Também não poderia deixar de ter uma jovem mulher bonita sem função na história (a filha do cientista), com o objetivo de criar um triângulo amoroso em meio ao caos, e nesse caso incluindo o Dr. Lamont e o Major Jay. E com aquela tradicional mensagem de cooperação entre as nações do mundo para uma causa comum, deixando os conflitos entre si para unirem-se no combate ao inimigo maior na figura de alienígenas hostis, que por sua vez, são o alvo de uma crítica social contra as ações opressoras de ditadores conquistadores, com o uso de força e destruição.
Curiosamente, o ator Philip Tonge morreu aos 61 anos logo após completar suas filmagens e não conseguiu ver seu trabalho editado. E, ao longo do filme, um narrador conduz a história, com constantes informações sobre as ações dos alienígenas.
“Num prazo de três dias, os mortos exterminarão todos os vivos, e nós iremos governar a Terra. Para a raça humana, este é o fim de sua existência” – mensagem dos alienígenas invasores.
(Juvenatrix - 09/05/15)

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