Também conhecido como “Zombie Flesh Eaters
2”, “Zombi 3” é uma bagaceira italiana no sub-gênero “mortos-vivos” dirigida
por Lucio Fulci e Bruno Mattei (não creditado). Tudo é muito confuso e longe de
qualquer coerência, desde o roteiro de Claudio Fragasso, um clichê imenso
dentro do universo ficcional largamente já explorado sobre as criaturas que
retornam da morte, até a bagunça com o título do filme. “Zombi 3” é considerado
uma sequência (mesmo sem relação direta entre as histórias) de “Zombie – A
Volta dos Mortos” (Zombie Flesh Eaters, 1979, lançado em DVD no Brasil pela
“Dark Side”), que por sua vez também era conhecido como “Zombi 2”, numa jogada
de marketing picareta insinuando alguma relação (inexistente) com o americano
“Despertar dos Mortos” (Dawn of the Dead, 1978, de George Romero). É tudo tão
confuso que nem vale a pena gastar energia tentando encontrar alguma lógica
nesses títulos.
Um cientista maluco está trabalhando num
projeto militar de arma química e depois que um grupo terrorista rouba um
poderoso vírus, ocorre uma contaminação numa ilha das Filipinas, com a
população se transformando em zumbis carnívoros repletos de feridas pútridas e
sangue gosmento escuro. Alguns soldados unem-se com um grupo de turistas e todos
lutam por suas vidas refugiando-se num hotel abandonado, combatendo um ataque
de zumbis.
O filme é ruim, com elenco
amador e efeitos toscos, sendo infinitamente inferior ao anterior de 1979, bem
mais violento e significativo dentro da história do subgênero do cinema de
horror sobre zumbis comedores de carne humana. Sempre esperamos por uma boa
diversão no cinema bagaceiro de horror, mas em “Zombi 3” a história é
entediante e a enorme quantidade de absurdos, furos no roteiro e cenas risíveis
de ataques dos zumbis contribuem para o desinteresse.
Não existe um padrão para os mortos-vivos,
às vezes são lentos e pouco ameaçadores, e em outros momentos são ágeis,
violentos e letais. Até tem algumas cenas sangrentas, mas que perdem em
comparação com outros filmes de Lucio Fulci, um cineasta especialista no gênero
e conhecido pelos excessos de violência.
Existem cenas envoltas em quantidade
exagerada de névoa, algo compreensível uma vez que o objetivo é aumentar uma já
desconfortável sensação de insegurança com os ataques dos zumbis, mas que
desaparecem de forma abrupta, evidenciando falhas de continuidade
significativas, e uma falta de atenção para detalhes que desrespeita o
espectador.
Entre as curiosidades, tem uma cena patética
envolvendo uma cabeça decepada zumbi, que escondida numa geladeira, surpreende
uma vítima voando para rasgar sua garganta. Cena similar aparece também no
posterior “Pelo Amor e Pela Morte” (Dellamorte Dellamore, 1993), outra
bagaceira italiana, dirigida por Michele Soavi.
O cineasta Lucio Fulci (1927 / 1996) é
bastante cultuado por seus filmes exagerados em violência e sangue, como “Pavor
na Cidade dos Zumbis” (1980) e “Terror nas Trevas” (1981). Ele revelou que não
gostou do roteiro de “Zombi 3” e filmou cerca de 70 minutos, obrigando os produtores
a chamar outro diretor para a conclusão. O escolhido foi Bruno Mattei (1931 /
2007), também conhecido pelo currículo repleto de tranqueiras utilizando
pseudônimos, muitas delas no gênero Horror e várias igualmente pouco divertidas.
“Os mortos se levantam,
matam seus amigos e comem seus corpos.”
(Juvenatrix – 03/06/19)
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