domingo, 2 de abril de 2017

A Maldição de El Diablo (The Evil Below, EUA, 1989)


Algumas coisas são melhores deixadas sozinhas

A frase acima é uma tradução literal de uma tagline promocional do filme “A Maldição de El Diablo” (The Evil Below, 1989), e podemos alterar para algo como “Alguns filmes são tão descartáveis que não valem a pena assistir”. Lançado em vídeo VHS em nosso mercado pela “Top Tape”, o filme foi dirigido por Jean-Claude Dubois, em seu único trabalho.
Max Cash (Wayne Crawford) tem um barco e leva turistas para pescar em alto mar, auxiliado pela jovem assistente Tracy (Sheri Able). Endividado, ele aceita o convite de uma bela mulher, a professora de Arte Sarah Livingstone (June Chadwick), para alugar seu barco por uma semana na tentativa de localizar um suposto tesouro perdido num navio espanhol que naufragou em 1683. O navio carregava artefatos religiosos roubados por um grupo de padres hereges renegados do catolicismo, inspirados por Lucifer. Por causa disso, o navio afundado, conhecido por “El Diablo” (do título nacional), tinha fama de amaldiçoado e seu paradeiro no fundo do mar era desconhecido e protegido por um misterioso guardião sobrenatural, Adrian Barlow (Ted Le Platt). 
A ideia central do roteiro nem é tão ruim, com potencial para uma boa história. Porém, não é o que acontece com “A Maldição de El Diablo”, cujo título original numa tradução literal seria algo como “O Mal Abaixo”. O filme é arrastado e quase sem elementos de horror, perdendo a oportunidade de explorar melhor a lenda de um navio satânico maldito e as conseqüências para todos que se atreviam a tentar roubar seus tesouros. Tem poucas mortes e sangue, quase sempre fora da tela, e a parte “mistério sobrenatural” não consegue empolgar, num inevitável convite ao sono.
Curiosamente, no mesmo período foram lançados vários filmes com temática sub-aquática como por exemplo “Abismo do Terror” (Deep Star Six), de Sean S. Cunningham, e “Leviathan”, de George P. Cosmatos, que pelo menos divertem muito mais que a bagaceira analisada nesse breve texto.   
“Convém não mexer em certas coisas, senão você morre misteriosamente” – tagline promocional da fita VHS lançada no Brasil. Acho que ficaria melhor assim: “Convém não ver esse filme, senão você pode dormir de tédio.”
(Juvenatrix –01/04/17)

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