segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Dia dos Independentes (Independents´ Day, EUA, 2016)


A produtora “The Asylum” costuma lançar cópias porcarias de filmes feitos com orçamentos milionários nos cinemas, sendo o destino o mercado de televisão e vídeo. São os chamados “mockbusters”, filmes apenas oportunistas e muito ruins, principalmente os elencos e roteiros.
Em resposta a “Independence Day – O Ressurgimento”, continuação do filme de 1996 sobre invasão alienígena, a produtora lançou “Dia dos Independentes” (que também recebeu o nome por aqui de “O Ultimato” quando exibido pelo canal de TV a cabo “SyFy”). A direção inexpressiva é de Laura Beth Love, mais conhecida pela fotografia de uma infinidade de tranqueiras modernas como as partes 3 e 4 da franquia “Sharknado”, onde tubarões se locomovem através de tornados e atacam as grandes cidades americanas.
A história é tão ruim que nem merece uma sinopse detalhada, e sim apenas uma abordagem bem superficial. O filme já começa com imensas naves espaciais surgindo em vários locais do mundo. Não sabendo se as intenções dos visitantes são pacíficas ou não, o exército americano tenta uma comunicação através de uma equipe liderada pela vice-presidente Raney (Fay Gauthier). Ela é auxiliada pelo General Roundtree (Sal Landi, creditado como Salvatore Garriola), o Capitão Goddard (Johnny Rey Diaz, creditado como Jonathan Ortiz), o Senador Randall Rayne (Jon Edwin Wright, creditado como Jon Wright), que é o marido da presidente, e pelo agente Taylor (Jude Lanston).
Eles tentam negociar com os alienígenas invasores, que querem a evacuação do planeta oferecendo de forma suspeita naves de transporte para a retirada da humanidade. Porém, uma milícia armada chamada “Terra Primeiro” oferece uma resistência gerando um confronto sangrento com os invasores do espaço.
Pela falta de criatividade onde o que interessa é copiar, temos aqui a já conhecida cena da Casa Branca sendo destruída pelos alienígenas, matando o presidente americano, obrigando a vice a assumir o cargo. E temos também aquelas frases banais e ridículas que só depreciam ainda mais o filme, como “é hora de explodir mais alguns ET´s, a gente vai resistir até a morte” e “esses desgraçados de alienígenas mexeram com o planeta errado”. Nada mais patético do que evidenciar o heroísmo americano como salvador da Terra e a única esperança da humanidade.
O elenco é desconhecido e é difícil imaginar como os atores encontram algum tipo de motivação para participar da realização de algo tão inexpressivo. O filho da presidente, Bobby (Mathew Poalillo), é um personagem extremamente irritante e chorão, e o ator medíocre ainda consegue tornar as coisas ainda piores. Sabemos que os efeitos de CGI são necessários em filmes de invasão alienígena, com naves rasgando o céu e tiroteios para todos os lados, e então podemos até tolerar essa questão em “Dia dos Independentes”, mas o grande problema mesmo é a história reciclada e totalmente previsível, que não desperta interesse.
Os filmes bagaceiros dos anos 50 do século passado, com suas histórias absurdas e muitas delas ingênuas, são eternamente mais divertidos justamente pelas características toscas de um cinema produzido dezenas de anos atrás. Mas, esses filmes do início do novo século produzidos pela “The Asylum” são difíceis de digerir até mesmo para os apreciadores do cinema fantástico bagaceiro, principalmente pelos roteiros de péssima qualidade. Se essas porcarias um dia se tornarão cultuadas só o tempo dirá, mas o que é certo é que o espectador precisa ter muita tolerância para conseguir assistir um filme desses até o fim, sabendo antecipadamente que será um desperdício de tempo.
Imediatamente após seu lançamento, o filme já faz parte do limbo dos esquecidos e dispensáveis, e está no cemitério das tranqueiras que não agregam nada ao gênero. Passe longe ou tente assistir apenas para conhecer as bagaceiras da produtora “The Asylum”. 
(Juvenatrix – 19/09/16)

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