terça-feira, 3 de março de 2015

Brinquedo de Criança (Child´s Play, 1984)


A produtora inglesa “Hammer” foi responsável em mais de 20 anos de atividades regulares por dezenas de filmes de horror, ficção científica, fantasia, mistério e suspense, principalmente entre meados da década de 1950 e meados dos anos 70. Filmes abordando todos os tipos de temas e subgêneros do fantástico, que conquistaram uma legião fiel de apreciadores.
Em 1980 tivemos uma série de TV chamada “A Casa do Terror” (Hammer House of Horror) com 13 episódios de 50 mimutos. E em 1984 veio mais uma série de TV, que recebeu o nome de “Suspense” (Hammer House of Mystery and Suspense), numa produção em parceria com a Fox (por isso também era conhecida como “Fox Mystery Theatre”), com outros 13 episódios com duração maior (70 min.) e características de filmes independentes. Um deles recebeu o nome por aqui de “Brinquedo de Criança” (Child´s Play), quando foi exibido na televisão, sendo o episódio 12 da única temporada.
Curiosamente, o nome original é o mesmo que foi adotado em 1988 no início da enorme e popular franquia do boneco Chucky, chamado no Brasil de “Brinquedo Assassino”.
Com direção de Val Guest (1911 / 2006), que fez “Terror Que Mata” (1955), o excelente roteiro de Graham Wassell apresenta uma típica família que acorda e descobre que sua casa está cercada por paredes de aço nas portas e janelas, impedindo qualquer tipo de acesso para o ambiente externo. Formada pela mãe Ann Preston (Mary Crosby), o pai Mike (Nicholas Clay) e a filha pequena Sarah (Debbie Chasan), eles especulam sobre a situação surreal, tentando encontrar explicações nas possibilidades de um isolamento devido uma guerra nuclear, ou um ataque alienígena, ou algum tipo de apocalipse. Mas, não encontram respostas nem na televisão, nem no rádio, ou nas inúmeras tentativas de fuga pelo telhado, garagem ou piso. As paredes de aço não são afetadas em ataques com machado ou explosões de pólvora.
E alguns mistérios intensificam o sentimento de tensão, claustrofobia e desconforto: o aumento gradual da temperatura, o relógio parado sempre na mesma hora, o sinal de um estranho logotipo encontrado em todos os objetos e até mesmo tatuado num dos braços do pai. Ou a presença de uma gosma borbulhante invadindo a casa pela chaminé, a inexistência de lembranças referentes ao passado da família ou acontecimentos comuns do lado de fora da casa, o comportamento grosseiro da filha pequena em relação à mãe. Além de outros detalhes que contribuem para o desespero da família presa em sua própria casa e tendo que lutar pela vida.
Filme curto, com poucos personagens, e ambientado apenas em alguns cômodos de uma casa. É o suficiente para um memorável exercício de suspense com um desfecho interessante no melhor estilo para surpreender o espectador. A história possui muitos atrativos com elementos de horror e ficção científica que superam a maioria dos filmes comerciais com orçamentos generosos, mas repletos de clichês e bobagens, que são exibidos frequentemente em nossos cinemas.
(Juvenatrix - 30/12/14)

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