Produção em preto e branco de Sam Katzman
(“Clover Productions”), dos saudosos anos 50 do século passado. Com duração
curta (apenas 70 minutos), foi apresentado pelo canal de TV a cabo “Cinemax”
como “Os Zumbis de Mora Tau”, sendo que o primeiro título nacional que recebeu
quando exibido por aqui foi “O Fantasma de Mora Tau”. A direção é de Edward L.
Cahn (1899 / 1963), o mesmo cineasta de outras tranqueiras do período como “A
Ameaça do Outro Mundo” (58) e “Invasores Invisíveis” (59), e no elenco temos a
bela Allison Hayes (1930 / 1977), mais conhecida pelo papel título de “A Mulher
de 15 Metros ”
(58).
Um grupo de dez marinheiros é vítima de
uma maldição, transformando-se em zumbi após o naufrágio de seu navio 60 anos
atrás na costa da África. Eles são obrigados a proteger um tesouro de diamantes
numa caixa dentro do navio afundado, não permitindo que ninguém roube as pedras
preciosas, com várias expedições de caçadores de tesouros sucumbindo à sua
fúria e aumentando a população do cemitério local. Porém, não acreditando nas
lendas e rumores sobre a existência dos guardiões mortos-vivos, uma nova
expedição financiada pelo ambicioso George Harrison (Joel Ashley) tenta encontrar
os diamantes. Fazem ainda parte da equipe, sua bela esposa Mona Harrison
(Allison Hayes), o mergulhador galã Jeff Clark (Gregg Palmer) e o pesquisador
Dr. Jonathan Eggert (Morris Ankrum). Em paralelo, uma velha senhora (Marjorie
Eaton) que mora na região e é a viúva do capitão do navio naufragado, recebe a
visita de sua bisneta Jan Peters (Autumn Russell), e tem interesse na chegada
da expedição para tentar eliminar o tesouro amaldiçoado e com isso libertar os
zumbis de seu tormento de décadas.
Bagaceira divertida justamente pela
overdose de falhas, que vão desde furos no roteiro, clichês, situações
absurdas, diálogos patéticos e interpretações toscas do elenco. Não podendo
deixar de citar as incrivelmente hilárias cenas supostamente aquáticas com os mergulhadores
à procura do tesouro e os ataques de zumbis submersos (muitos anos antes dos
zumbis aquáticos de “Zombie – A Volta dos Mortos”, 1979, de Lucio Fulci, e de
“O Lago dos Zumbis”, 1981, dirigido por Jean Rollin e com roteiro de Jess
Franco).
Curiosamente, no texto original de
abertura do filme, foi utilizado o termo “twilight zone”, que é o nome de uma
das mais importantes séries de TV da história do cinema fantástico, “Além da
Imaginação”, dois anos antes de seu lançamento em 1959. Ao contrário do que
acontece principalmente desde o início do século 21, onde o sub-gênero dos
zumbis é explorado à exaustão, com o lançamento de dezenas de filmes a todo
momento, na época da produção de “Os Zumbis de Mora Tau”, os roteiros
envolvendo mortos-vivos eram escassos e se inspiravam geralmente no vodu e
magia negra, e somente bem depois os zumbis seriam apresentados como cadáveres
putrefatos comedores de carne humana. Dentro dessa ideia, podemos considerar o
filme como um dos poucos antigos precursores desse sub-gênero tão popular
atualmente, e que depois do clássico “A Noite dos Mortos-Vivos” (68), de George
Romero, ganhou tanta força e motivação para se tornar um dos principais temas
do cinema de horror.
(Juvenatrix - 23/12/14)
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