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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Pânico em Seattle (Seattle Superstorm, EUA, 2012)


O canal de TV a cabo “SyFy” é conhecido pelas tranqueiras que exibe em sua programação, com especial atenção para o cinema fantástico e sobre desastres. Em parceria com a produtora “Marvista Entertainment”, foi lançado em 2012 a bagaceira “Pânico em Seattle” (Seattle Superstorm), dirigido por Jason Bourque, o mesmo cineasta de “Stonados” (2013), outra porcaria colossal no mesmo estilo.
Com esse manjado e totalmente sem criatividade título nacional que começa com “Pânico” (a lista de filmes cujos nomes escolhidos no Brasil iniciam dessa forma é tão extensa que dificulta a catalogação), temos novamente aqui uma história banal com elementos de ação e ficção científica, com uma catástrofe ameaçando uma grande cidade americana. Um objeto voador não identificado surge nos céus em rota de colisão com Seattle, no Estado de Washington. Rapidamente um sistema de defesa entra em ação e o objeto é destruído por um míssil teleguiado disparado de um navio militar. Porém, fragmentos caíram na cidade causando estranhas reações com uma misteriosa fumaça preta, gerando uma combinação de tornados, terremotos e tempestades com relâmpagos que podem causar grande destruição na cidade.
Para liderar os esforços de defesa temos o arrogante e desequilibrado Jacob Stinson (Martin Cummins), chefe em comando da “DMA” (Agência de Gerenciamento de Desastres), que precisa trabalhar em conjunto com a Tenente Comandante Emma Peterson (Ona Grauer), que tem contato direto com o Presidente. Ela é noiva do cientista da NASA Tom Reynolds (Esai Morales), que participa da equipe científica que está estudando o fenômeno, juntamente com a Dra. Carolyn Gates (Michelle Harrison). Os filhos dos casamentos anteriores deles são os adolescentes Wyatt Reynolds (Jared Abrahamson) e Chloe Peterson Mackenzie Porter), que sempre estão em constante conflito, dificultando a formação de uma nova família.
Após o surgimento de um veterano bioquímico russo, Dimitri Kandinsky (Jay Brazeau), que trabalhava na antiga União Soviética no final dos anos 60 do século passado, são reveladas informações importantes relacionadas ao incidente climático e uma arma biológica de destruição em massa da guerra fria. Resta aos heróis de plantão, a família em conflito, se unir para descobrir um meio de combater o desastre e impedir a aniquilação de Seattle.
Os filmes de catástrofes naturais apresentados pelo canal de TV “SyFy”, um sub-gênero do cinema bagaceiro do século XXI com seus roteiros ruins e CGI vagabundo, tem conseguido uma grande legião de fãs. Tanto que as produções similares não diminuem o ritmo e todos os anos são lançadas diversas tranqueiras sobre desastres ameaçando as cidades americanas.
Mas, é fácil notar a precariedade do roteiro de “Pânico em Seattle”, assinado pela dupla David Ray e Jeff Renfroe, onde basicamente ocorre um desastre (nesse caso uma mistura de tornados, terremotos e tempestades) causado por algum motivo que será investigado por cientistas. Aí temos a apresentação das personagens principais, sendo aqui uma família que tenta se estabelecer, apesar das constantes brigas entre os adolescentes, além de comentários irritantes e deslocados em meio ao caos. Em paralelo, surge o elenco secundário que por vilania ou heroísmo, irá morrer. E, num completo exercício de inverossimilhança, não veremos as ações das autoridades, exército ou defesa nacional, e sim a evidência de lição de moral e virtudes do manjado lema da “união que faz a força”, e a superação da família de heróis americanos que dribla as adversidades e salva a cidade, encerrando a ameaça do desastre. Essas revelações nem podem ser consideradas “spoilers”, pois é o modelo básico das histórias de todos os filmes dentro desse sub-gênero patrocinado pela “SyFy” em parceria com produtoras e distribuidoras, com pequenas variações.
Curiosamente, existem várias cenas onde aparece um dos principais pontos turísticos de Seattle, o “Obelisco Espacial” (Space Needle), uma torre extremamente alta com um restaurante giratório no topo, um monumento com arquitetura futurista construído em 1962. E, logicamente, os realizadores do filme fizeram questão de derrubar com um tornado e mostrar no cartaz.  
(Juvenatrix – 17/08/15)