quarta-feira, 26 de junho de 2024

Ordem Vermelha: Filhos da Degradação, Felipe Castilho

Ordem Vermelha: Filhos da Degradação,
 Volume 1, Felipe Castilho. 448 páginas. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017.

No ano de 2017 já era possível antecer as sombras que se infiltravam no cenário brasileiro. Golpe de estado em 2016, crise econômica, perda de direitos trabalhistas, fake news em profusão nas redes sociais e o crescimento de um discurso de intolerância que sabemos bem para onde nos levou. Associado a tudo isso, desenvolvia-se uma profunda crise editorial que iria abater o mercado de publicações em sua base. Grandes editoras e redes de livrarias internacionais estavam abandonando o país enquanto as locais rolavam dívidas cada vez maiores, afigurando o calote que viria. 
Mas ainda havia fôlego para investir, pois o golpe prometera novos tempos para a economia nacional, combalida por anos de uma campanha de desmoralização política e econômica. Talvez seja o que animou a publicação do ousado romance de fantasia Ordem Vermelha: Filhos da Degradação, numa parceria da editora carioca Intrínseca com o evento midiático ComiCon Experience-CCXP, realizado em São Paulo no final de 2017. Foi promovida uma gigantesca campanha de divulgação do lançamento do volume, com cartazes enormes espalhados pela cidade, e a CCXP daquele ano foi uma grande vitrine para ele. A ousada estratégia, nunca antes vista para um autor nacional de ficção fantástica – arrisco dizer que nem para qualquer outro autor de qualquer gênero – funcionou muito bem, até porque a CCXP é toda projetada para vender, haja vista o entusiasmo consumista de seu público. 
Ordem Vermelha: Filhos da Degradação é assinado pelo escritor paulistano Felipe Castilho (autor da série de fantasia juvenil O legado folclórico). Apesar de não estarem creditados na capa, a autoria é dividida com Rodrigo Bastos Didier e Victor Hugo Sousa, ambos artistas do ambiente de games eletrônicos e RPG. Didier, ilustrador, e Sousa, animador, contribuíram de forma importante para a construção do ambiente e dos personagens do romance, bem como na construção do enredo. De fato, Castilho foi contratado para dar forma textual à história que, ao que tudo indica, é propriedade da própria CCXP. O plano original prevê mais volumes pois a página de rosto estampa a expressão "Volume 1".*
O formato do romance tem cacoetes de um jogo de RPG e talvez seja mesmo resultado de algo do gênero. O ambiente emula o modelo cosmológico de O senhor dos anéis, de J. R. R. Tolkien, e de As crônicas de Nárnia, de C. S. Lewis, no qual a magia é a "tecnologia" corrente e diversas raças míticas convivem em equilíbrio instável de intolerância e violência. No romance de Castilho há humanos e anões, e também sinfos e kaorshs, que são correlatos de duendes e elfos, além de uma miríade de animais fantásticos, como os betouros (amálgama de besouros com touros) e outras feras.
A história se passa em Untherak, cidadela medieval muralhada que se acredita ser o último refúgio da civilização assolada pela Degradação, decadência ambiental que tornou o mundo um lugar desértico e pouco hospitaleiro. Untherak é governada por uma monarquia teocrática de castas, controlada pelo culto à deusa imortal Una, e por uma poderosa polícia estatal cujo comandante supremo é o General Proghon, um tipo que em tudo lembra o personagem Darth Vader, da fanquia Star wars. A liderança científica é exercida pelo cruel Centípede, feiticeiro cuja consciência se espalha em uma legião de indivíduos. O poder da deusa Una é mantido pelo medo e pela violência, com o povo escravizado por uma elite administrativa chamada de "Autoridades", que vive segregada em bairros nobres enquanto o povo sofre em condições de miséria. 
Nessa situação praticamente sem esperanças acontece o Festival da Morte, competição de artes marciais na qual é prometida a liberdade ao derradeiro sobrevivente. A kaorsh Raazy decide participar dele, para ter a chance de, vitoriosa, aproximar-se de Una na cerimônia de premiação. Seu objetivo é matá-la,  provar que Una não é imortal e levar Untherak a uma insurreição. O plano funciona parcialmente, mas Raazy acaba morta por Proghon e a revolta é abafada. 
Inspirado por um mítico rebelde conhecido como Aparição, um grupo de paladinos formado pela korsh Yanisha, viúva de Raazy, o sinfo Ziggy e o falcoeiro Aelian, um escavo humano que também viu seu pai ser morto na arena do Festival da Morte, tenta o que parece impossível: derrubar a tirania da deusa Una. No processo, eles terão o apoio pouco confiável do anão negro Harun, que é um Autoridade, mas cujo objetivo de vida é localizar e recuperar a armadura sagrada de seu povo, que esté escondida em algum lugar de Untherak. Juntos, eles lutarão pela libertação do povo oprimido pelo governo de Una e seus generais. Contarão ainda com a ajuda da própria Aparição, cuja identidade é o segredo mais bem guardado de Untherak.
O livro é dividido em três partes principais: "O Miolo", que introduz o ambiente de Untherak e os principais atores da trama, "O coração de todo o medo", em que a revolta é planejada, e "O fio da espada", que conta a ação dos rebeldes e a batalha do povo contra as hostes de Proghon. Cada um dos capítulos é antecedido por trechos de um epílogo, impresso em negativo, que narra a volta da Aparição à Untherak após anos de exílio. Ainda que criativo, a estrutura descontextualiza os trechos e confunde o entendimento da história, tornando a leitura truncada e quase incompreensível. Recomendo que o leitor deixe para ler as páginas negras após a leitura do romance inteiro, que funciona muito melhor. 
Há uma grande quantidade de personagens e, apesar de estarem bem integrados à história, alguns deles são bastante esquemáticos. O romance tem bons momentos e a leitura entretém. Temas como o protagonismo feminino e a diversidade de gênero são evidenciados e contribuem para a formação de um conceito mais contemporâneo para ficção fantástica brasileira, quase sempre preconceituosa e misógena. Há um comprometedor "deus ex machina" no confronto entre os rebeldes e o Centípede mas, excluindo-se esse problema, o texto de Castilho é limpo e agradável, com boas cenas de ação e descrições vívidas da topografia e da arquitetura de Untherak. Um mapa impresso em papel diferenciado, encartado no meio do volume, ajuda a visualização geral da cidadela. 
A apresentação do livro é sofisticada, com impressão em papel pólen levemente amarelado; a capa tem laminação fosca com reserva de verniz no título e uma bela ilustração de Rodrigo Bastos Didier. O livro é dedicado ao escritor Max Mallmann (1968-2016) e Lucas S. Souza (este sem maiores referências).
Talvez Ordem Vermelha: Filhos da Degradação tenha sido um romance um tanto superestimado, notadamente pela desproporcional campanha publicitária que se fez, mas não é um trabalho nada desprezível e revela que, desde que exista disposição e capital, é possível levar a literatura fantástica a um patamar mais profissonal e popular. À fc&f brasileira nunca faltou bons autores e boas ideias, temos dúzias deles. O que nos falta mesmo é, e sempre foi, o mercado, que se faz com editoras e pontos de venda. Algo que está a cada dia mais em falta, infelizmente.

*Ordem Vermelha: Crianças do silêncio é o segundo volume da série, lançado em 2023 pela Intrínseca. 

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Destino manifesto


O meu destino eu não nego,

com Tóquio na minha frente;

a minha vida eu entrego

pelo bem de toda gente!



Destino incompreensível

mas que eu tive de abraçar:

uma garota sensível

guiada pelo luar!


Com Luna, minha gatinha,

não sinto medo nenhum:

se eu antes era bobinha

agora sou Sailor Moon!


Sailor Moon criada em 1991 no Japão por Naoko Takeuchi; 
a duologia Sailor Moon Cosmos (2023) chega ao Brasil em 22 de agosto próximo, pela plataforma Netflix.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Oneironautas, Fabio Fernandes & Nelson de Oliveira

Oneironautas
, Fabio Fernandes & Nelson de Oliveira, 88 páginas. São Paulo: Patuá, 2018. 

Um jogo muito popular nas ofinas de escrita criativa é o round robin, uma dinâmica que consite em, a partir de uma fragmento de texto inicial, um outro autor é estimulado a dar-lhe continuidade. Por sua vez, após ter escrito o trecho que lhe cabia, este passa a tarefa a outro autor e assim por diante até que o texto seja finalizado. Cada autor pode dar ao texto o encaminhamento que quiser, mas deve respeitar o que foi feito antes dele e deixar um gancho dramático que desafie o autor seguinte. O resultado dessa dinâmica costuma ser um tanto desconjuntado, mas isso é o que menos importa: o importante é exercitar a criatividade e a capacidade de improviso. 
Por isso é supreendente o resultado que Fabio Fernandes e Nelson de Oliveira obtiveram na curiosa noveleta Oneironautas, construída no molde de um round robin. É claro que o fato de termos aqui autores experientes e de muitos recursos, além de serem apenas dois, contribuiu para que a narrativa tivesse um padrão mais regular e os conceitos propostos não fossem abandonados pelo caminho. 
Fabio Fernandes é um autor da Segunda Onda da ficção cinetífica brasileira, que fez parte ativa do fandom dos anos 1980/1990, quando a produção nacional era praticada principalmente nos fanzines. Mais recentemente, Fernandes tornou-se referência no fandom digital e forte influenciador dos autores da terceira onda. Seu livro Back in the U.S.S.R., editado pela Patuá em 2019, figurou entre os dez finalistas do Prêmio Jabuti na categoria Entretenimento. Já Nelson de Oliveira é uma sumidade no ambiente mainstream literário, por duas vezes vencedor do Prêmio Casa de Las Americas. Ficou mais conhecido no ambiente dos fãs de ficção científica com o heterônimo Luiz Brás, que criou especialmente para assinar seus trabalhos nesse gênero. É um escritor consagrado, portanto. 
Logo, não se podia esperar pouco de Oneironautas. A história é um cabo de guerra entre os dois autores, cada um deles retesando a corda o mais que pode para derrubar o oponente. Mas quem vence a disputa são os leitores.
Oneironautas é uma viagem lisérgica na qual os dois autores, que se colocam como personagens da história, deslocam-se loucamente pelos sonhos um do outro, encontrando personalidades alternativas de si próprios e de seus acompanhantes, com as quais interagem em situações imprevisíveis e absurdas. Em alguns momentos a narrativa ganha ares de ficção científica, com divertidas referências à elementos da cultura pop, como personagens de desenhos animados, séries de tv, cinema e histórias em quadrinhos. 
De qualquer forma, a história é o que menos importa, já que o grande mérito de Oneironautas é o prazer estético formal da narrativa que, em muitos momentos, flerta com a poesia – embora nunca abandone o padrão de prosa – em quinze capítulos curtíssimos de trezentas palavras cada (uma regra do jogo), mais um epílogo, nomeados de forma nem sempre legível. A edição enxuta vem ilustrada por padrões gráficos que dão ao conjunto uma estética concretista que também remete a uma certa poética. A leitura pode ser tão rápida quanto se queira. Dá para ler o volume todo em pouco mais de meia hora, mas aí se perde boa parte da graça, que é vaguear sem freios pelos sonhos absurdos destes dois oneironautas.
Cesar Silva

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Não Ficções

 




Não Ficções: A Literatura, a Ficção Científica, os Escritores e seus Escritos, Braulio Tavares. Capa: Thaiz de Bruÿn Ferraz sobre imagem de Michelle Soares. 192 páginas. São Paulo: Bandeirola, coleção Ensaio e Crítica, 2023.

 

Este é o mais novo livro do superlativo Braulio Tavares: autor, compositor, pesquisador, editor, poeta, fã, e algumas coisas mais. A obra reúne 25 textos de não ficção publicados em jornais, revistas, coletâneas e fanzines ao longo de quatro décadas. Nesse sentido, podemos afirmar que representa um balanço significativo de sua produção e a amplidão de seus interesses. De fato, este último aspecto é impressionante. Braulio trafega com prazer e facilidade pelos mais diferentes e surpreendentes meandros da literatura, mas sobretudo com uma perspectiva da cultura popular, que é de onde ele teve formada sua base de cultura geral.

Mas o que mais sobressai é o talento em ligar e aproximar temas aparentemente distantes ou pouco explorados. Como entre a ficção científica e a literatura de cordel, como a obra de Tolkien com a de Guimarães Rosa, ao analisar as obras de autores com uma perspectiva de muitos interesses, como ele, os casos do argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) e do inglês Colin Wilson (1931-2013) etc.

Eu já conhecia a maioria destes artigos, publicados previamente, como dito, mas é a primeira vez que eu os releio em conjunto. A própria organização dos textos do mais atual ao mais antigo contribui para a compreensão dos interesses do autor ao longo dos anos. E o efeito geral impressiona, pois ressalta a erudição, a inteligência e a grande variedade de assuntos e, o melhor, como o autor consegue dialogá-los de forma hábil e instigante. Talvez um leitor pouco habituado com suas associações entre o pop e o erudito fique meio estupefato. Mas não por discordar, e sim por ficar surpreso como é possível que o autor tenha descoberto, intuído estas possibilidades. E como elas iluminam de novas formas a compreensão dos assuntos em questão.

Há textos particularmente deliciosos que tive o prazer de reler depois de muitos anos como, por exemplo, “A Ficção Científica no Cordel” – em que se compara duas obras de FC escritas neste formato –, “The Pulp Jungle” – onde é resenhado o livro homônimo de Frank Gruber, este um autor dos anos 1930 e 1940 que conta os bastidores curiosíssimos da comunidade de escritores norte-americanos que tiravam seus ganhos em escrever para as revistas baratas publicadas nessa época –, o texto sobre Colin Wilson – a comparação com Isaac Asimov (1920-1992) é tão surpreendente quanto deliciosa, só lendo mesmo –, o artigo “Folhetim: uma Herança Misteriosa”.

Outros textos importantes são os que revelam a face do pesquisador obsessivo e apaixonado, como em “O Livro que Mudou a Minha Vida: The Encyclopedia of Science Fiction”, “Os Labirintos de Malba Tahan”, “Statira e Zoroastes: uma Fantasia Oriental de 1826”, “As Aventuras de Dick Peter” e “A Rainha do Ignoto: uma Utopia Romântica de 1899”.

Alguns textos eu tive o privilégio de publicar primeiro, no meu fanzine Megalon, como o de Dick Peter, o sobre Colin Wilson, “Em Defesa da Literatura Hard” – em que ele revisa o argumento sobre os conceitos de FC hard e soft de seu primeiro livro O que é Ficção Científica? (Brasiliense, 1986) –, e mais dois fascinantes: “O Efeito Hoen” e “A Folk Fantasy, de Manly Wade Wellman”. O primeiro sobre a história de um leitor que “previu” o que seria publicado numa edição de Astounding Science Fiction um ano depois; e o segundo, sobre a obra de um autor norte-americano que explora as tradições populares rurais do interior de seu país, o que permitiu que alguém com uma formação cultural semelhante – Braulio – pudesse fazer analogias com o interior do Brasil – em especial o sertão nordestino –, além de como o curioso percurso sobre os livros presentes nas casas de pessoas simples, país adentro, oferece uma rica informação sobre os gostos culturais de pessoas muitas vezes com pouca formação educacional formal.

Afora estes todos, há outros trabalhos instigantes, mesmo que o leitor não conheça profundamente o assunto, pois Braulio torna o tema interessante, pelo grande conhecimento e o prazer que compartilha com o leitor. É o caso, em especial, de “A Visão Cósmica em Drummond e Augusto dos Anjos”, onde compara a cosmogonia dos poemas “A Máquina do Mundo”, do primeiro e “As Cismas do Destino”, do segundo. Brilhante.

Ao ler este livro fiquei a pensar na proximidade artística e intelectual de Braulio Tavares com André Carneiro (1922-2014). Sim, porque ambos têm em comum o fato de serem leitores onívoros, tirando disso uma grande vantagem em sua criação artística, coisa mais rara para as gerações de escritores que vieram depois, mais focados em temas específicos. Ambos também praticaram a literatura de vários modos: a prosa, a poesia, o ensaio, o jornalismo, a crônica. Os dois enveredaram por artes que bebem da literatura, como a música (Braulio) e o cinema (Braulio e André). Com essa comparação quero chamar a atenção de como a cultura geral é importante e pode ser uma vantagem para quem a cultiva, ao contrário do que se propaga atualmente no ambiente competitivo que vivemos, que a vê como uma dispersão de energia e talento.

Por outro lado, a diferença mais identificável entre ambos é que o André tinha uma postura mais elitista e Braulio mais da perspectiva da cultura popular, mas não desvinculado do enorme conhecimento do mainstream. E que o André tenha avançado mais na prosa e verso, ao passo que o Braulio tem se mostrado um artista mais voltado ao ensaio e à pesquisa, embora sua ficção esteja entre as mais relevantes entre nós. Enfim, talvez não seja coincidência que estes que são, ao meu ver, as duas personalidades mais notáveis da FC&F brasileira, tenham esta vasta cultura geral e, mais importante, capazes de associá-las de maneira competente, e de forma tão natural, que faz parecer simples o que não é. Em síntese, dois artistas multidisciplinares.

Este Não Ficção... é um livro útil mesmo para aqueles que não tem grande conhecimento sobre os muitos assuntos – especialmente literários – tratados neste livro: pela fruição de um texto bem escrito, a clareza de raciocínio, a vastidão das informações, assim como os exemplos e associações entre os temas, como já dito, muitas vezes surpreendentes. Eu mesmo fui fazendo, ao longo da leitura, uma lista com as obras citadas, e a ideia de um índice remissivo foi particularmente bem-vinda.

Por fim, quero apontar aqui, para uma eventual segunda edição, o complemento de algumas pequenas informações. No artigo “O Efeito Hoen”, faltou o ano de publicação do número 61 do Megalon, que é XIII; o mesmo caso para o artigo “A Folk Fantasy, de Manly Wade Wellman”: ano XI; “Em Defesa da Literatura Hard”, ano VIII, n. 41, mai/jun/jul 1996; a entrevista com Tim Powers, além de aparecer numa edição da Isaac Asimov Magazine, teve parte de seu conteúdo publicado no Megalon, ano VIII, out/nov/dez de 1995; e no artigo “O Folhetim: uma Herança Misteriosa” não veio indicação de onde foi publicado. E, posso estar enganado, mas não parece inédito, e sim publicado no final dos anos 1990.

Braulio também publica regularmente muita coisa interessante em sua coluna online “Mundo Fantasmo”, com textos mais curtos e que já renderam a ótima coletânea A Arte de Olhar Diferente (Hedra, 2012). Até a publicação desta resenha estava na casa de 5067 textos! Digo isso porque espero que Não Ficções... possa ensejar a publicação de novas obras de ensaio e crítica do autor e de outros. Isso porque, a crítica tem sido uma vertente da produção brasileira da FCB muito controversa – especialmente a partir dos anos 1990 –, mas que com esta obra mostra todo o potencial da beleza do ensaio em si, da contribuição à pesquisa e ao aprimoramento da criação ficcional.

Marcello Simão Branco