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terça-feira, 2 de maio de 2017

Veio do Espaço (It Came From Outer Space, EUA, 1953)


O diretor americano Jack Arnold (1916 / 1992) é sempre lembrado pelos fãs do cinema fantástico por causa de vários filmes cultuados produzidos durante os saudosos anos 50 do século passado, como “O Monstro da Lagoa Negra” e “O Incrível Homem Que Encolheu”. Sua estréia no gênero foi em 1953 com a primeira produção da história do cinema de Ficção Científica filmada em 3-D, “Veio do Espaço” (It Came From Outer Space), do estúdio “Universal”.

Com fotografia em preto e branco, roteiro de Harry Essex, inspirado na história “The Meteor” do veterano escritor americano Ray Bradbury, o filme mostra um casal de noivos, o astrônomo John Putnam (Richard Carlson) e a professora Ellen Fields (Barbara Rush), que testemunha a queda de um meteoro no deserto do Arizona, chocando-se violentamente contra o solo nas redondezas da pequena cidade de Sand Rock. Ao investigar de perto o misterioso objeto que “veio do espaço”, o homem descobre que se trata na verdade de uma nave extraterrestre, que fica soterrada após um desmoronamento de pedras na cratera formada por sua queda. O astrônomo observador de estrelas e sua noiva são desacreditados pela população local e pelos jornalistas sensacionalistas quando mencionam a chegada de alienígenas ao nosso planeta, sendo vítimas de gozações e calúnias de auto promoção, enfrentando também a intolerância do xerife Matt Warren (Charles Drake), que organiza um grupo armado para invadir o local da queda da nave.
O objeto voador pertence a uma civilização alienígena avançada tecnologicamente, que descobriu uma forma de viajar pelo espaço sideral, conhecendo novos mundos, mas um acidente fez com que caíssem na Terra, obrigando-os a entrarem em contato com os humanos na tentativa de obterem recursos para consertar a nave e poderem partir. Eles tem o poder de assumir a forma humana, transformando-se numa réplica fria e sem emoções de qualquer pessoa, como aconteceu com uma dupla de técnicos que faziam trabalhos na área para a manutenção de postes e linhas telefônicas, o veterano Frank Daylon (Joe Sawyer) e o jovem George (Russell Johnson). Os horríveis seres do espaço não são bem recebidos e sentem a desconfiança e o despreparo da raça humana em aceitá-los como uma civilização superior e com um visual aterrador, distante da aparência humanoide (os alienígenas tem apenas um olho central, além de tentáculos e outras características que os tornam monstruosos aos olhos humanos).  
 
Analisando a história de mais de 100 anos do cinema fantástico, estou inclinado a escolher numa opinião totalmente subjetiva que os anos 50 (principalmente) e também a década seguinte, foram o período mais importante com a produção de filmes de Ficção Científica com elementos de Horror que ficaram marcados para sempre, explorando temas diversos e fascinantes como invasões alienígenas, exploração espacial, cientistas loucos em meio as suas experiências bizarras para o suposto bem da humanidade, homens transformados em monstros ameaçadores, expedições científicas rumo ao desconhecido, monstros atômicos gerados pelo descontrole da tecnologia nuclear, guerras interplanetárias... Em filmes como “O Monstro do Ártico” (51), “Destino: Lua” (51), “O Dia Em Que a Terra Parou” (51), “Colisão de Planetas” (52), “A Guerra dos Mundos” (53), “Os Invasores de Marte” (53), “Vinte Mil Léguas Submarinas” (54), “O Mundo em Perigo” (54), “O Monstro da Lagoa Negra” (54), “O Monstro do Mar Revolto” (55), “Tarântula” (55), “Vinte Milhões de Léguas a Marte” (55), “Guerra Entre Planetas” (55), “Godzilla” (56), “A Invasão dos Discos Voadores” (56), “Planeta Proibido” (56), “Vampiros de Almas” (56), “Emissário de Outro Mundo” (57), “O Começo do Fim” (57), “O Incrível Homem Que Encolheu” (57), “A Bolha” (58), “Guerra dos Satélites” (58), “A Mosca da Cabeça Branca” (58), “O Horror Vem do Espaço” (58),  “O Monstro de Mil Olhos” (59), “Viagem ao Centro da Terra” (59), “Quarta-Dimensão” (59), e muitos outros mais. E dentro dessa lista interminável de pérolas do cinema fantástico dos anos 50, temos o divertido “Veio do Espaço”. 

Entre as várias curiosidades e observações interessantes sobre o filme, podemos citar:
* Temos três outros títulos originais alternativos, “Atomic Monster”, “Strangers From Outer Space” e “The Meteor”.
* Foram apresentadas duas concepções visuais dos alienígenas para a aprovação dos executivos da “Universal”, e aquela que foi rejeitada inicialmente foi aproveitada depois como o monstro mutante de “Guerra Entre Planetas”, lançado dois anos depois.
* A ideia apresentada pelo filme mostrando os alienígenas se transformando em cópias de pessoas, assumindo a forma humana, num tratamento claro do roteiro evidenciando atitudes de xenofobia, também foi utilizada como o argumento básico de outras preciosidades da  FC como “O Dia em Que Marte Invadiu a Terra” (The Day Mars Invaded Earth, 62) e “Vampiros de Almas” (Invasion of the Body Snatchers, 56), de Don Siegel, que teve sua história baseada na obra do escritor Jack Finney, considerada como uma analogia política gerada pelos efeitos perturbadores da guerra fria e a paranoia americana de invasão comunista soviética (apesar que o próprio autor não confirma essa intenção quando escreveu o livro).
* Outra ideia interessante abordada em “Veio do Espaço” é a intenção dos alienígenas em tentar reparar os problemas da nave que ocasionaram a queda, para poderem partir de nosso planeta o mais rápido possível, algo que também aconteceu em “Escravos da Noite” (Night Slaves, 1970), com James Franciscus, onde os moradores de uma pequena cidade são manipulados e escravizados por alienígenas que os utilizam como mão de obra para consertar sua nave avariada.   
* “Veio do Espaço” é um dos poucos filmes dentro da temática de “invasão alienígena” que retrataram as criaturas do espaço como pacíficas, assim como em “O Dia Em Que a Terra Parou”, de 1951. A maioria dos filmes de FC similares fizeram questão de enfatizar os extraterrestres como hostis e ameaçadores para a raça humana.  
* Em 1996, foi lançada uma desnecessária e oportunista continuação, produzida especialmente para a televisão e dirigida por Roger Duchowny. Recebeu o nome original de “It Came From Outer Space II”.
* Em 2004, o escritor Ray Bradbury, autor da história original que inspirou a produção de “Veio do Espaço”, publicou um livro intitulado “It Came From Outer Space”, reunindo suas versões para o roteiro do filme dos anos 50. Bradbury teve várias de suas histórias adaptadas em filmes interessantes como “O Monstro do Mar” (53), “Fahrenheit 451” (66) e “O Homem Ilustrado” (69).  

Veio do Espaço / A Ameaça Que Veio do Espaço (It Came From Outer Space, Estados Unidos, 1953). Universal. Preto e Branco. Duração: 81 minutos. Direção de Jack Arnold. Roteiro de Harry Essex, baseado na história “The Meteor”, de Ray Bradbury. Produção de William Alland. Fotografia de Clifford Stine. Música de Irving Gertz e Henry Mancini. Edição de Paul Weatherwax. Direção de Arte de Robert Boyle e Ruby R. Levitt. Efeitos Especiais de Roswell A. Hoffman e David S. Horsley. Elenco: Richard Carlson (John Putnam), Barbara Rush (Ellen Fields), Charles Drake (Xerife Matt Warren), Joe Sawyer (Frank Daylon), Russell Johnson (George). 

(Juvenatrix - 25/07/2007)

domingo, 15 de maio de 2016

Tarântula (Tarantula, EUA, 1955)


Escrito originalmente em 25/06/2011.

Os anos 50 do século passado foram muito produtivos para o cinema fantástico, com uma infinidade de bagaceiras super divertidas como “Tarântula” (Tarantula, EUA, 1955), produzido pela Universal em preto e branco, com direção de Jack Arnold e roteiro de Robert M. Fresco e Martin Berkeley.
Curto com apenas 80 minutos de duração, é considerado como um dos mais expressivos filmes com aranhas gigantes, situado dentro do sub-gênero conhecido como “big bug”, ou seja, filmes que apresentam histórias com insetos de tamanhos descomunais como formigas, gafanhotos, louva-deus, vespas e escorpiões. Nesse caso, temos uma tarântula que acidentalmente cresce a uma altura de 30 metros devido ao contato com um hormônio de crescimento de uma fórmula desenvolvida pelo “cientista louco” Prof. Gerald Deemer (o inglês Leo G. Carroll), especialista em biologia nutricional que também se transformou num mutante grotesco por causa da mesma solução química injetada em si mesmo. Trabalhando num laboratório isolado no deserto do Arizona, sua intenção era criar um nutriente especial capaz de auxiliar na alimentação da população mundial, numa preocupação com seu crescimento desenfreado no futuro e os problemas com a fome.
Porém, um casal formado pelo médico local da pequena cidade de “Desert Rock”, Dr. Matt Hastings (John Agar), juntamente com a estudante de biologia Stephanie “Steve” Clayton (Mara Corday), está desconfiado do misterioso trabalho de pesquisa do cientista. Eles tentam investigar o caso e descobrem a ameaça mortal da tarântula gigante faminta por carne, que passa a aterrorizar a região atacando animais e pessoas, sendo combatida por bombas incendiárias dos caças da força aérea americana.
Curiosamente, o então ainda jovem ator Clint Eastwood, tem uma rápida e pequena participação próximo ao final do filme, com o rosto parcialmente coberto por um capacete, no papel do líder do esquadrão de aviões de guerra. Ele que obteve depois um estrondoso sucesso em sua carreira como ator e também como cineasta de grande reconhecimento.
Mesmo sendo uma produção tipicamente de baixo orçamento e pelas dificuldades técnicas existentes numa época de mais de meio século atrás, os efeitos especiais com a aranha gigante são ótimos e impressionam, apesar de obviamente as cenas de ataques do enorme aracnídeo serem escuras de forma proposital para esconder os defeitos e manter ao máximo o clima de tensão.
O diretor Jack Arnold é conhecido por suas incursões no cinema fantástico, sendo o responsável por pérolas como “Veio do Espaço” (53), “O Monstro da Lagoa Negra” (54) e “O Incrível Homem Que Encolheu” (57). A bela atriz Mara Corday esteve também em outro filme de inseto gigante, “O Escorpião Negro” (The Black Scorpion, 1957). O ator John Agar (1921 / 2002) é lembrado por suas participações em inúmeros filmes “B” de horror e ficção científica como “Revenge of the Creature” (1955), “The Mole People” (1956), “The Brain From Planet Arous” (1957), “Attack of the Puppet People” (1958), “Invisible Invaders” (1959), “Journey to the Seventh Planet” (1962), “O Monstro de Vênus” (1966) e  “Women of the Prehistoric Planet” (1967).
“Tarântula” foi lançado em DVD no Brasil pela “Continental”, trazendo como material extra breves biografias de Clint Eastwood e Jack Arnold, além de um trailer original.
(Juvenatrix - 25/06/2011)

sábado, 20 de fevereiro de 2016

O Incrível Homem Que Encolheu (The Incredible Shrinking Man, EUA, 1957, PB)


Produção da “Universal” de 1957 com fotografia em preto e branco, “O Incrível Homem Que Encolheu” tem direção de Jack Arnold e história de Richard Matheson, dois especialistas no gênero fantástico. Arnold (1916 / 1992) tem no currículo preciosidades como “Veio do Espaço” (1953), “O Monstro da Lagoa Negra” (1954), “A Revanche do Monstro” (1955), “Tarântula!” (1955), “Mensagem do Planeta Desconhecido” (1958) e “O Monstro Sanguinário” (1958). E o escritor Matheson (1926 / 2013) escreveu vários episódios da série de TV “Além da Imaginação” e roteiros de filmes produzidos por Roger Corman e inspirados em Edgar Allan Poe como “O Solar Maldito” (1960), “O Poço e o Pêndulo” (1961), “Muralhas do Pavor” (1962) e “O Corvo” (1963). Também escreveu os roteiros de “Farsa Trágica” (1964), “As Bodas de Satã” (1968), da “Hammer” e “Encurralado” (1971), de Steven Spielberg, e parte de seus livros foram adaptados para o cinema em filmes como “Mortos Que Matam” (1964) e “A Casa da Noite Eterna” (1973).

Minha prisão. Uma área perigosa e solitária no espaço e no tempo. Pensei que assim como o homem tinha dominado o seu mundo, eu dominaria o meu.” – Scott Carey, analisando o porão de sua casa.

Scott Carey (Grant Williams) está passeando com sua esposa Louise (Randy Stuart) num barco no mar, descansando e tomando um banho de sol. Porém, uma misteriosa nuvem radioativa surge no caminho e apenas ele entra em contato com a estranha neblina. Passados alguns meses e depois que ele também entra em contato aleatório com uma névoa de inseticida, percebe que suas roupas estão ficando folgadas no corpo. Analisando melhor o mistério, descobre que está incrivelmente encolhendo e exames médicos indicaram uma reorganização da estrutura molecular das células de seu corpo, provocada pela exposição à radiação misturada com o inseticida. Com o encolhimento crescente e desenfreado de seus órgãos, Scott Carey tornou-se vítima da imprensa sensacionalista e se isolou do convívio social. Diminuiu tanto de tamanho que passou a morar numa casa de bonecas, lutando por sua vida contra a ameaça de seu gato de estimação. Com o encolhimento progressivo e depois de um acidente num confronto com o imenso gato, ele cai no porão e mora numa caixa de fósforos. Na nova condição repleta de perigos e dificuldades para a sobrevivência, ele terá que lutar o tempo todo por sua vida, encolhendo sem parar, enfrentando desde uma inundação com um vazamento de água de um cano até a batalha mortal com uma aranha enorme que vive no porão e quer manter seu domínio no local.

Meu inimigo parecia imortal. Mais que uma aranha, ele representava todos os medos desconhecidos do mundo. Todos eles, juntos num medonho horror negro.” – Scott Carey, sobre a guerra contra a aranha colossal.

“O Incrível Homem Que Encolheu” é uma pérola do cinema fantástico dos anos 50 do século passado, geralmente considerado pelos apreciadores do gênero como um dos mais importantes filmes de todos os tempos. Ambientado numa época onde a guerra fria entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética pela supremacia do mundo, gerava um clima desconfortável de constante instabilidade e medo de um apocalipse nuclear, com a especulação dos efeitos destrutivos do uso indevido da radiação. A espetacular história mantém o interesse contínuo fazendo o espectador torcer pelo sucesso do protagonista, entendendo seu drama incomum e criando uma empatia por sua grave situação de homem encolhido que luta pela vida num ambiente onde tudo se transforma em perigoso e potencialmente mortal. Sem contar o imenso esforço psicológico para suportar a nova condição e não enlouquecer ou entrar num estado de depressão sem volta, perante o completo cenário pessimista ao seu redor. É difícil até imaginar como seriam nossas ações se tivéssemos que enfrentar uma situação similar, num mundo novo de desafios e perigos, onde o ápice do caos está no confronto com uma aranha que se transformou num monstro gigante pela perspectiva do homem encolhido.
Apesar de uma produção de baixo orçamento, os efeitos especiais são excelentes, principalmente pela época e pelos recursos disponíveis, num período sem a facilidade e artificialidade da computação gráfica, utilizando a construção de mobílias e objetos gigantes para simular a condição diminutiva do personagem. Além de efeitos eficientes de trucagem em cenas como a perseguição do gato de estimação, que de dócil tornou-se um monstro carnívoro ameaçador.
O desfecho, carregado de comentários filosóficos do protagonista, refletindo sobre questões existenciais, é memorável e se destaca na história do cinema de Ficção Científica, ao lado de outros marcantes como “O Homem dos Olhos de Raio-X” (1963) e “O Planeta dos Macacos” (1968).

Mas, de repente entendi que eram dois extremos de um mesmo conceito. O incrivelmente pequeno e o vasto acabaram se encontrando, como se um grande círculo se fechasse. Olhei para o céu como se de algum modo pudesse compreender, o céu, o universo, os mundos infinitos, a tapeçaria prateada de Deus que cobre a noite. Eu ainda existo.” – Scott Carey, refletindo sobre sua nova condição como “o incrível homem que encolheu”, e que continua encolhendo de forma infinitesimal.

Curiosamente, o escritor Richard Matheson criou uma história para possível sequência onde Louise Carey, a esposa do homem encolhido, também teria que enfrentar o mesmo drama, porém o projeto foi cancelado pelos produtores. E um erro atribuído ao filme é que a aranha utilizada é uma tarântula, porém esses aracnídeos não vivem em teias como mostrado, e sim em tocas e buracos.

(Juvenatrix – 19/02/16)

sábado, 28 de fevereiro de 2015

O Monstro da Lagoa Negra (Creature From the Black Lagoon, 1954)


“No começo, Deus criou o céu e a terra, e a terra era vazia e sem forma. Veio então o planeta Terra, recém nascido e esfriando rapidamente de uma temperatura de 6000 graus e umas poucas centenas em menos de cinco bilhões de anos. O calor se eleva, encontra a atmosfera, formam-se as nuvens e a chuva desaba sobre a endurecida superfície por séculos sem conta. Surge o mar revolto, encontra obstáculos, é contido, começa o mistério da vida. Aparecem coisas vivas em infinita variedade e se transformam e atingem a terra, deixando o registro de sua vinda, de sua luta para sobreviver e de seu fim eventual. O registro da vida é escrito na terra onde 50 milhões de anos depois, no âmago da região do Amazonas, o homem ainda tenta decifrá-lo.”
                Com essa introdução narrada começa o filme “O Monstro da Lagoa Negra” (1954), dirigido por Jack Arnold, o mesmo de clássicos como “Veio do Espaço” (It Came From Outer Space, 53) e “O Incrível Homem Que Encolheu” (The Incredible Shrinking Man, 57). Fotografado em preto e branco, “O Monstro da Lagoa Negra” é considerado um pequeno clássico de horror “B” e que originou mais duas sequências, “Revenge of the Creature” (55) e “The Creature Walks Among Us” (56).
                A história passa-se na Amazônia, e era muito comum nos roteiros de ficção científica e horror das décadas de 40 e 50, a utilização dessa enorme e intrigante região desconhecida como tema. Outros filmes importantes como “Delírio de um Sábio” (Dr. Cyclops, 39) e “O Mundo Perdido” (The Lost World, 60) também utilizaram a Amazônia como cenário de seus eventos. Na época, o imenso pulmão verde servia de inspiração para os imaginativos roteiristas, sendo palco de civilizações perdidas, mundos ocultos, animais pré-históricos que sobreviveram ao longo do tempo, laboratórios de cientistas loucos, e todo tipo de mistério que fascina a humanidade.
                Um grupo de cientistas está procurando fósseis antigos na região do Rio Amazonas e encontram a pata de uma criatura desconhecida. Eles resolvem então organizar uma pequena expedição e partem à bordo do barco “Rita” à procura de outros vestígios e esqueletos. Viajam até um local chamado de “Lagoa Negra”, devido às águas muito escuras, e encontram uma estranha criatura viva, um ser anfíbio muito parecido com o homem. Considerando a maior descoberta de todos os tempos, os cientistas tentam capturá-lo com vida, e após vários confrontos com o ser, parte da expedição morre. Assim como ocorreu em “King Kong” (33), a criatura também se simpatiza com a única mulher do grupo, a jovem e bela Kay (interpretada por Julia Adams).
As ótimas sequências aquáticas envolvendo as lutas entre os pesquisadores e o monstro anfíbio, interpretado por Ricou Browning (em terra, o papel da criatura era de Ben Chapman, que faleceu em 2008), e criado por Bud Westmore e Jack Keran, são os grandes destaques do filme, além do interessante roteiro baseado em história de Maurice Zimm, criando o “monstro da lagoa negra”, um dos personagens mais importantes da história do horror e que juntou-se à galeria já formada por outros monstros clássicos como o vampiro “Drácula”, a “criatura de Frankenstein”, o “Fantasma da Ópera”, a “Múmia” e o “Lobisomem”, os quais juntos foram responsáveis por dezenas de filmes que aterrorizaram por gerações os fãs do cinema fantástico.
Curiosamente, o ator Whit Bissell, que faz o papel do Dr. Thompson, faria parte mais tarde do elenco fixo da série de TV “O Túnel do Tempo” (The Time Tunnel, 1966), criada por Irwin Allen.
(Juvenatrix - 06/12/05)