Produção de baixo orçamento com fotografia em preto e branco, da
“Clover Productions”, de Sam Katzman, vindo diretamente dos nostálgicos anos 50
do século passado, um período repleto de bagaceiras divertidas de horror e
ficção científica com histórias absurdas. Sendo nesse caso explorando os
efeitos destrutivos do uso indevido da energia nuclear, durante a paranóia da
guerra fria entre as potências da época, Estados Unidos e antiga União
Soviética, logo após o final da Segunda Guerra Mundial. A direção é de Edward
L. Cahn, cineasta conhecido por inúmeras tranqueiras como “Os Zumbis de Mora
Tau” (57), “Invasion of the Saucer Men” (57), “A Maldição do Homem Sem Cara”
(58), “A Ameaça do Outro Mundo” (58) e “Invasores Invisíveis” (59). O roteiro é
do escritor alemão Curt Siodmak, colaborador de vários filmes da “Universal”, e
no elenco temos Richard Denning, que esteve em “O Monstro da Lagoa Negra” (54),
“Invasão do Mundo” (54), “Day the World Ended” (55) e “O Escorpião Negro” (57),
entre outras pérolas do cinema fantástico bagaceiro.
Em “O Cadáver Atômico”, um
“cientista louco” alemão, Dr. Wilhelm Steigg (Gregory Gaye), realiza
experiências radioativas com o envio de ondas curtas de radio para o cérebro de
pessoas recentemente mortas, cujos cadáveres foram roubados, permitindo o
movimento involuntário de seus corpos, fazendo-as andar como zumbis,
controladas à distância e alimentadas por energia atômica. Com força sobre
humana, essas “criaturas com cérebro atômico” do sonoro título original,
transformam-se em monstros assassinos a serviço de um perigoso gangster
italiano, Frank Buchanan (Michael Granger), que foi deportado para seu país de
origem. Uma vez sendo o financiador das experiências do cientista, decide
trazê-lo da Europa para os Estados Unidos com o objetivo de vingar-se de todos
seus delatores e inimigos do passado. Para combater seu plano maquiavélico,
surge uma dupla de policiais formada pelo chefe do laboratório Dr. Chet Walker
(Richard Denning), e seu amigo Capitão Dave Harris (S. John Launer). Eles
investigam os misteriosos assassinatos e descobrem a presença de elementos
radiativos nas cenas dos crimes e com a ajuda do exército tentam encontrar o
laboratório do cientista alemão e impedir a invasão dos cadáveres atômicos.
O
filme tem a curiosidade de apresentar mortos que voltam a caminhar entre os
vivos, despertados pela ciência com o uso da radioatividade, diferente dos
métodos anteriores de criação de zumbis pela magia negra. Eles também não são
comedores de carne e putrefatos, algo que se tornaria comum depois do clássico
“A Noite dos Mortos-Vivos” (1968), de George Romero. Mas, são criaturas frias e
assassinas, com seus cérebros controlados por terceiros para a violência. Não
poderia faltar o sinistro laboratório do “cientista louco” e seus aparelhos
sofisticados para a época, e hilários nos dias atuais. As cenas de mortes
também são bem datadas, exageradas na ingenuidade e inverossimilhança quando
comparados aos filmes violentos de sessenta anos depois. Porém, é justamente
esse tipo de roteiro absurdo, aliado a todos esses fatores das antigas
produções de baixo orçamento, que despertam o interesse e a diversão pelas
tranqueiras do cinema fantástico da década de 1950.
(Juvenatrix - 08/02/15)
(Juvenatrix - 08/02/15)
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