"Você tem em mãos o Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2006. Esta é a terceira edição seguida desta publicação, agora em um novo formato. Sensíveis às críticas quanto ao acabamento do modelo anterior, que pretendia parecer com um livro mas não alcançava o devido apuro técnico, adotamos agora um formato maior, com encadernação profissional que, se não tem mais a elegância do livro, ganhou legibilidade. A boa novidade é completada com o principal, isto é, a manutenção da qualidade, tanto em termos informativos, como críticos.
Cabe reapresentar o Anuário para aqueles que o estão conhecendo agora. O projeto nasceu em 2005, com o objetivo de cobrir o mercado editorial para os gêneros fantásticos da ficção científica, fantasia e horror produzidos no Brasil e em Portugal. Inclusive, a partir desta edição, o mercado editorial luso deixa de ser abordado.
Os editores Cesar Silva e Marcello Simão Branco já acompanhavam – e de certa forma interviam – no mercado destes gêneros há duas décadas, por meio de seus fanzines premiados, que hoje são referências de história e qualidade, respectivamente o Hiperespaço e o Megalon. Além de publicarem contos e artigos em revistas e livros, alguns dos quais eles também participaram na condição de autores, editores e organizadores.
Nesse sentido, o surgimento do Anuário não foi uma surpresa, mas sim um novo projeto necessário para o acompanhamento informativo, histórico e crítico da ficção fantástica brasileira, principalmente do ponto de vista do perfil do mercado editorial nacional, sem esquecer, é claro, o ambiente da comunidade de fãs, a internet e também o que vem sendo publicado entre as editoras de revistas. Desta forma é assim que em suas duas primeiras edições, o Anuário estabeleceu uma reputação de balanço crítico dos problemas e das tendências do mercado editorial brasileiro, além de servir do mais abrangente espaço de crítica à produção dos escritores brasileiros dedicados aos gêneros. Informar os principais fatos do ano, registrar os acontecimentos históricos relevantes, realizar um esforço de crítica a alguns dos principais lançamentos ocorridos no país, além de destacar uma ou mais pessoas que tiveram um papel de destaque durante o ano, tem sido a ‘espinha dorsal’ da publicação em suas primeiras edições.
O Anuário teve uma repercussão positiva nestes três anos de trabalho. Se a comunidade fiel dos fãs que já nos conhece continuou prestigiando nosso trabalho, agregamos novos interessados, como jornalistas especializados, críticos literários e professores universitários.
Claro que a responsabilidade em oferecer uma publicação de qualidade aumenta, mas como ela sempre foi pautada por esta busca, o desafio não é difícil. Só nos incentiva a aperfeiçoá-la com o intuito de, na medida do possível, estimular debates saudáveis no ambiente do fã, entre os escritores e críticos e naqueles que são responsáveis pela publicação dos livros.
Defendemos que o fantástico em suas diversas manifestações tem espaço junto a leitores das mais diferentes faixas etárias no país. A publicação do Anuário é engajada explicitamente na causa da defesa pela publicação de livros de ficção científica, fantasia e horror, principalmente de autores brasileiros. Acreditamos que esta literatura é comercialmente viável para ocupar um nicho interessante e promissor no mercado editorial. E que este potencial continua subestimado há pelo menos uma década, mesmo com o atual boom de livros de fantasia.
Esperamos que o Anuário seja um veículo útil para leitores, críticos, jornalistas e editores, como fonte de informação, referência, crítica e baliza de uma linha editorial que vem marcando nosso trabalho há anos, ao mesmo tempo profissional e apaixonado, em busca de divulgar e analisar a literatura fantástica – subdividida nos gêneros da ficção científica, fantasia e horror –, produzida e escrita no Brasil."
–– Os editores
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