Autor identificado com a chamada Primeira Onda da Ficção Científica Brasileira, Clóvis Garcia foi muito mais conhecido por sua atuação no teatro, arte na qual investiu a maior parte de sua vida, sendo cenógrafo, figurinista e ator.
Clóvis Garcia nasceu em 1921, na cidade de Taquaritinga/SP. Interessou-se por teatro desde a infância, depois de assistir um espetáculo da companhia do ator Procópio Ferreira em sua cidade natal. Em 1938, veio para São Paulo estudar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mas interrompeu os estudos para alistar-se como expedicionário do Exército Brasileiro, indo lutar na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Participou das batalhas de Monte Castelo, onde foi ferido por estilhaços de uma bala de canhão. Depois de um período no hospital, voltou a ativa e participou ainda da sangrenta batalha de Montese.
Retornou vitorioso ao Brasil e retomou os estudos na São Francisco, tendo se formado em 1942. O autor Paulo Autran foi seu colega de classe e tornaram-se sócios num escritório de advocacia. Ambos participaram de espetáculos montados na faculdade e começaram no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Autran seguiu a carreira de ator, e Garcia, a de cenógrafo.
Garcia exerceu, por muitos anos, a função de crítico teatral na revista O Cruzeiro e nos jornais A Nação, O Estado de S. Paulo e no Jornal da Tarde, e esteve entre os fundadores da revista Teatro Brasileiro, do Grupo de Teatro Amador - GTA e da Federação Paulista de Amadores Teatrais. Foi professor no curso de bacharelado em Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA-USP, tendo recebido em 1999 o título de Professor Emérito.
Além de diversos ensaios em livros e publicações especializadas em teatro, Clóvis Garcia foi um autor de ficção científica bastante ativo durante os anos 1960. Teve textos publicados nas principais antologias de seu tempo: "O estranho mundo" (Antologia brasileira de ficção científica, GRD) "O paraíso perdido" (Histórias do acontecerá, GRD) e "O Velho" (Além do tempo e do espaço, EDART), além dos contos "O estranho", "O inimigo" e "A invasão", publicados no Magazine de ficção científica da editora Globo.
Debilitado por causa de uma queda e por uma pneumonia, Garcia morreu em São Paulo no dia 27 de outubro de 2012, aos 91 anos de idade.
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