Em 2010, a língua portuguesa perdeu um de seus mais expressivos escritores, o português José de Sousa Saramago, ganhador do Nobel de Literatura de 1988.
Saramago é autor de alguns dos mais surpreendentes textos da moderna literatura mundial, entre os quais o seminal Ensaio sobre a cegueira (1995), filmado em 2008 por Fernando Meirelles. Um perturbador mergulho na natureza humana que pode perfeitamente ser lido como um texto de ficção científica.
Além deste, outros títulos do autor navegam na ficção fantástica, como A jangada de pedra (1986), Ensaio sobre a lucidez (2004), As intermitências da morte (2005) e História do cerco à Lisboa (1989), entre outros.
O estilo genial e inusitado de Saramago, com longos parágrafos sem pontuação, diálogos embutidos, e ainda assim perfeitamente compreensível, desmonta todas as teorias literárias conhecidas.
Saramago foi um crítico ferrenho do catolicismo e seu último livro, Cain (2009), foi recebido com muita antipatia pela igreja Católica Romana.
Apesar de Saramago ter sido o maior representante vivo da ficção portuguesa, com uma boa quantidade de títulos claramente instalados em gêneros fantásticos, nunca aceitou o rótulo de escritor de ficção fantástica e talvez por isso o fandom português de FC&F não teve com ele uma relação próxima. Mas isso não desqualifica em nada a sua obra maiúscula, que merece ser conhecida e, por que não, imitada pelos autores jovens.
Saramago faleceu nesta sexta-feira, 18 de junho, aos 87 anos, em sua casa em Lazanrote, vítima de leucemia crônica.
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