Todo mundo tem seus heróis. Alguns são astros de cinema, como Tom Mix e John Wayne, outros são personagens, como Superman e Batman. Mas os meus heróis sempre foram os desenhistas de quadrinhos. Os primeiros que elegi como modelos de excelência foram Russ Manning, Neal Adams e Gil Kane, artistas americanos que me mostraram como pode ser emocionante o trabalho linear. Mas foi com Joe Kubert que eu aprendi a admirar o estilo volumétrico, de traços relaxados e cheios de movimento e expressão. Passei a buscar por todos os trabalhos dele, como Tarzan, Sargento Rock, Gavião Negro, Tor e Tomahawk, do qual ele fazia as maravilhosas capas. Chegou, afinal, a vez de dar o definitivo adeus a este talentoso e produtivo artista.
Joseph Kubert nasceu em 18 de setembro de 1926, na Polônia, em Jezierzany (atualmente em território ucraniano), filho de Etta e Jacob Kubert, que emigraram para os Estados Unidos ainda no mesmo ano, levando o pequeno Joe com apenas dois meses de idade. Kubert começou a desenhar ainda na infância, com o apoio dos pais.Estudou na Manhattan's High School of Music and Art, onde conheceu muitos editores e colegas de traço. Conseguiu seu primeiro trabalho como desenhista aos 11 anos de idade e logo estava artefinalizando Archie, de Bob Montana. Começou a desenhar para a DC Comics em 1943, produzindo histórias para várias revistas da editora, especialmente o Gavião Negro, com o qual trabalhou por muitos anos. Foi um dos primeiros artistas a produzir hqs no processo 3D, em 1953. No mesmo ano, estreou seu próprio personagem, o homem pré-histórico Tor, escrito por Norman Maurer, e também produziu histórias avulsas para a Eclipse e a Marvel. A partir de 1955, fez para a DC histórias para O Príncipe Viking, Sargento Rock e O Tanque Assombrado.
Entre 1967 e 1976, ganhou grande notoriedade ao revitalizar para a DC o personagem Tarzan, criado nos livros por Edgar Rice Burrougs, que anos antes havia tido grande sucesso nos traços de Hal Foster e Brune Hoggart. Ainda nos anos 1960, fundou a The Kubert School, em Dover, New Jersey, onde instruiu seus filhos David, Danny, Lisa, Adam e Andy na arte do desenho. Adam e Andy tornaram-se também nomes importantes no campo dos quadrinhos. Por sua escola também passaram muitos artistas importantes, com Frank Thorne, Stephen Bissette, Thomas Yeates e Rick Veitch, entre outros.
Nos últimos anos, Kubert dedicou-se a trabalhos autorais, como Fax from Sarajevo (1996), ganhador dos prêmios Eisner e Harvey, Yossel: April 19, 1943 (2003), Jew Gangster (2005) e especial boneliano Tex: The Lonesome Rider, com roteiro de Claudio Nizzi, publicado com 2005.
Em 2006, voltou a trabalhar com Sargento Rock na minissérie Sgt. Rock: The Prophecy, escrita por Brian Azarello, e na minissérie Tor: A prehistoric Odyssey, publicada em 2008 pela DC. Também ilustrou, em 2001, o volume referente a Batman na minssérie Just Imagine, em que o gênio da Marvel, Stan Lee, recriou os personagens da DC.
Kubert esteve no Brasil pelo menos uma vez, em 1994, participando da Super-Hero ComicCon, um evento acadêmico em São Paulo, acompanhado de vários artistas dos quadrinhos, como Will Eisner e Howard Chaykin, entre outros.
Joe Kubert faleceu no dia 12 de agosto de 2012, aos 85 anos, em decorrência de um mieloma múltiplo.
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