O Almanaque da Arte Fantástica Brasileira faz parte de um projeto iniciado há muito tempo, um tempo tão distante em que ainda não existiam blogues, nem redes sociais, nem mesmo a internet. Os elementos fundadores desde trabalho começaram suas caminhadas em 1983, com a criação do fanzine Hiperespaço, editado em Santo André-SP por Cesar Silva, José Carlos Neves e Mario Mastrotti. Cinco anos depois, surgiria também o fanzine Megalon, editado em São Paulo por Marcello Simão Branco e Renato Rosatti. Hiperespaço e o Megalon tornaram-se referências no que se refere a arte fantástica no Brasil, e o trajeto de excelência desses dois títulos os aproximou naturalmente.
Ao longos dos anos 1980 e 1990, o
Em meados dos anos 1990, Cesar Silva e Marcello Branco iniciaram uma parceria através da Sociedade Brasileira de Arte Fantástica-Sbaf, agremiação que realizou uma série de atividades: convenções de fãs e artistas do horror e fc, como a HorrorCon e a RhodanCon; a revista HorrorShow, que teve quatro edições pela Editora Escala, e diversas edições do Prêmio Nova, então a única atividade do fandom brasileiro de fc&f dedicada a registrar a evolução dos gêneros no país.
Em 2005, Silva e Branco interromperam a publicação de seus fanzines para se dedicarem à um projeto ainda mais ousado, o Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, um compêndio periódico que, ao longo dos dez aos seguintes, faria o registro sistemático da produção literária de fc&f no Brasil. Ao longo de sua publicação, o Anuário cresceu na proporção em que também crescia a atividade editorial. Foram três edições alternativas, produzidas pelos próprios autores, seguidas de duas pela Tarja Editorial e cinco pela Devir Livraria, a última, referente a 2013, publicada em novembro de 2014, fazendo um levantamento dos dez anos da literatura de fc&f que a publicação acompanhou.
Por variados motivos, Silva e Branco decidiram que era hora do Anuário mudar. Sua meta fora atingida e parecia ser hora de avançar mais um passo. Este blogue pretende ser um dos pilares desse novo tempo.
O Almanaque da Arte Fantástica Brasileira, portanto, é herdeiro legítimo e direto dos ideais do Anuário, e muitos de seus objetivos serão aqui continuados, qual sejam, o acompanhamento da evolução da ficção especulativa no País, o resgate de sua história, obras e autores. Mais do que isso, o Almanaque irá estender seu olhar para outras artes, como os quadrinhos e o cinema que, a princípio, também faziam parte do interesse do Anuário, mas foram abandonados pela absoluta impossibilidade de acompanhar toda essa produção.
O processo do Almanaque, contudo, será um pouco diferente do Anuário, sem recortes tão definidos, embora seguindo o mesmo padrão de atenção e seriedade.
O Almanaque, portanto, vai continuar do onde o Anuário parou, e pretendemos que seu conteúdo também seja periodicamente integralizado numa publicação real, em papel. Silva e Branco disponibilizarão aqui boa parte dos conteúdos do Anuário, o que ajudará a pautar o material inédito que também virá.
Temos ignição! Vamos continuar a viagem.
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