Também conhecido como “It Lives by Night”
ou pelo título nacional “Morcegos Humanos” (conforme informação do blog “Cine
Space Monster”), de download de filmes bagaceiros, “The Bat People” está
situado dentro do sub-gênero conhecido como “Man Into Monster” ou “Homem
Transformado em Monstro”, um segmento extremamente divertido do cinema
tranqueira de Horror e Ficção Científica, justamente pelas situações absurdas,
roteiros distantes de qualquer tipo de lógica e produções toscas ao extremo.
Um casal formado pelo médico Dr. John Beck
(Stewart Moss) e sua bela esposa Cathy (Marianne McAndrew), que curiosamente
são casados também na vida real, está tentando fazer uma segunda lua de mel.
Numa visita turística pelo interior de uma caverna, o homem é acidentalmente
mordido por um morcego infectado pela raiva. Uma vez hospitalizado e tomando
fortes medicamentos para o tratamento da doença, supervisionado pelo colega
médico Dr. Kipling (Paul Carr), ele começa a ter ataques de fúria descontrolada
e agir de modo estranho, transformando-se aos poucos num monstro assassino com
características de morcego. As várias mortes misteriosas e violentas de pessoas
próximas ao Dr. John despertam a atenção da investigação policial do Sargento
Ward (Michael Pataki). O xerife fica em seu encalço o tempo inteiro, enquanto o
médico doente luta desesperadamente contra as crises de loucura e metamorfose
emocional, física e mental, se aproximando cada vez mais de um animal conhecido
pelo sentimento de medo e repugnância que desperta nos humanos.
Bagaceira obscura dos anos 70 do século
passado que traz como maior curiosidade o fato de ser um dos primeiros
trabalhos de maquiagem do cultuado técnico em efeitos especiais Stan Winston
(falecido em 2008). Ele foi o responsável pela concepção do homem transformado
em morcego, provavelmente se inspirando nos macacos criados por John Chambers
na saga “O Planeta dos Macacos”, iniciada em 1968. Numa espécie de homenagem ao
próprio Winston, em determinado momento do filme, o transtornado Dr. John Beck
invade o hospital e se identifica falsamente como Dr. Winston, para conseguir
localizar uma bolsa de sangue e matar sua sede de morcego.
No elenco, conseguimos reconhecer os
rostos de atores com presença regular em diversas séries de TV do período como
Paul Carr, ou filmes igualmente bagaceiros e divertidos como “O Túmulo do
Vampiro” (72), “Zoltan – o Cão Vampiro de Drácula” (78) e “Os Mortos-Vivos”
(81), como Michael Pataki.
Entre os destaques podemos citar as cenas
com dezenas de morcegos reais nos pesadelos e alucinações do protagonista
amaldiçoado na transformação de monstro, mas em compensação negativa, temos a
horrível trilha sonora escolhida nos momentos de perseguições e ataques do
assassino, totalmente deslocada eliminando a tensão de forma patética.
Vale lembrar que o cinema bagaceiro de
Horror e FC possui uma galeria imensa de produções tranqueiras de “humanos
transformados em monstros”, utilizando a mistura com animais, insetos e até
plantas, que é bem difícil catalogar. Alguns exemplos são “A Mosca da Cabeça
Branca” (58), “O Jacaré Humano” (59), “A Mulher Vespa” (60), “A Serpente” (66),
“O Homem Cobra” (73), “Estranhas Mutações” (73) e “A Ilha do Dr. Moreau” (77, e
com várias outras versões). E mais recentemente tivemos diversas produções da
produtora picareta “Nu Image” como “MosquitoMan” e “Sharkman” (ambos de 2005),
entre outras.
(Juvenatrix - 27/01/15)
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