Filme que faz parte do ciclo de produções
de ficção científica com elementos de horror com fotografia em preto e branco,
do cultuado estúdio inglês “Hammer”, no período de meados dos anos 50 do século
passado. “Terror Que Mata” tem direção de Val Guest, de outros filmes da
“Hammer” como ”Usina de Monstros” e “O Monstro do Himalaia” (ambos de 1957), e
roteiro de Richard Landau baseado no universo ficcional criado por Nigel
Kneale, formado por vários filmes e séries para a televisão.
Um foguete espacial cai numa fazenda nos
arredores de Londres, tendo seu bico soterrado no solo. Dos três astronautas
lançados ao espaço, num projeto científico liderado pelo Prof. Bernard Quatermass
(daí o título original inglês), interpretado por Brian Donlevy, apenas um deles
sobrevive e é resgatado seriamente doente. Ele é Victor Carroon (Richard
Wordsworth), que está internado secretamente num hospital para tentar se
recuperar de estranhas feridas que cobrem seu corpo. Os outros dois astronautas
desapareceram. Para investigar o caso, o cientista Quatermass assume a
liderança, contando com o auxílio não desejado de um policial, o Inspetor Lomax
(Jack Warner).
O transtornado astronauta foge do hospital,
ajudado por sua esposa Judith (Margia Dean), e depois de deixá-la em estado de choque
devido sua horrenda transformação física, ele percorre as ruas de Londres
desorientado matando pessoas que encontra pelo caminho e animais de um
zoológico. Com um misterioso fungo recobrindo seu corpo e o transformando
vagarosamente numa massa disforme com tentáculos que cresce conforme se
alimenta da energia vital de suas vítimas.
Depois de atingir um tamanho imenso e
refugiar-se numa abadia, ocorre um confronto final com o Prof. Quatermass,
interessado em eliminar rapidamente a ameaça para poder desviar novamente suas
atenções na continuidade de novos projetos científicos de exploração do espaço
exterior.
“Terror Que Mata” é um título brasileiro
oportunista e mal escolhido, pois certamente o melhor seria apenas traduzir do
original inglês, resultando em algo como “O Experimento de Quatermass”. O filme
também é conhecido pelo título alternativo “The Creeping Unknown” nos Estados
Unidos e tem uma história explorando o sempre interessante tema de “homem
transformado em monstro”. É a investida da “Hammer” em ficção científica, num
período fértil para o gênero na década de 1950, abordando uma ameaça alienígena
trazida para a Terra após o retorno de um foguete lançado para pesquisas
espaciais.
Fez muito sucesso na época, impulsionando
a “Hammer” como produtora de filmes do gênero fantástico, se especializando
principalmente nas histórias com ambientação gótica e atmosferas sombrias, além
de explorar os tradicionais monstros clássicos em filmes de vampiros,
lobisomens, múmias e cientistas loucos.
As aventuras do cientista Quatermass envolvendo
alienígenas estão registradas numa trilogia produzida pela “Hammer”, e além de
“Terror Que Mata”, ainda temos o já citado “Usina de Monstros” e “Uma Sepultura
na Eternidade” (Quatermass and the Pit, 1967), sendo que nesse último o ator
Andrew Keir ficou com o papel do abnegado cientista, substituindo Brian
Donlevy, que esteve nos dois primeiros filmes. Em 1956 o estúdio inglês lançou “O
Estranho de Um Mundo Perdido” (X: the Unknown), cuja ideia inicial seria que
fosse uma continuação de “Terror Que Mata”, mas como o escritor Nigel Kneale
não havia liberado o uso do personagem, os realizadores optaram por utilizar
uma história similar com o roteiro de Jimmy Sangster. E o Prof. Quatermass foi
apenas substituído pelo cientista Dr. Royston, que possui as mesmas
características.
(Juvenatrix – 16/09/15)
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