A produção é da “Cinetel Films”, de
bagaceiras como “A Queda da Terra”, a distribuição é do canal de TV a cabo
“SyFy”, o apoiador oficial do cinema fantástico bagaceiro do século 21, e a
direção é de Mike Mendez, de outras tranqueiras como “Maldita Aranha Gigante!”
(2013). A história é sobre aranhas do tamanho de homens que cospem fogo pela
boca, oriundas de uma erupção vulcânica em Los Angeles , nos
Estados Unidos, e no elenco temos a liderança das ações por Steve Guttenberg,
mais conhecido pela participação na popular e cultuada franquia de humor
“Loucademia de Polícia”, dos anos 80 e 90 do século passado. O resultado disso
tudo tem um nome: “Lavalantula”, a contração das palavras lava com tarântula.
Colton West (Steve Guttenberg) é um astro
do cinema de ação dos anos 90, conhecido por atuar como o “Foguete Rubro”, um
super-herói vestido numa armadura que voa. Casado com a bela Olivia (Nia
Peeples), que luta kickbox, e pai do adolescente Wyatt (Noah Hunt), ele está no
momento trabalhando num filme bagaceiro sobre baratas gigantes (num divertido
exercício de metalinguagem, onde os realizadores estão brincando com os seus
próprios clichês). Quando decide sair do set de filmagens para encontrar o
filho, se depara com uma explosão nas montanhas de Santa Monica, causando
terremotos e o pior de tudo, uma invasão de aranhas enormes incendiárias.
Encarnando o verdadeiro herói americano, ele se junta com um fã patético, Chris
(Patrick Renna), que encontra num ônibus de turismo, e parte para combater as
aranhas, tentando encontrar a esposa e o filho no meio do desastre, ao mesmo
tempo em que defende a cidade, procurando uma forma de deter as aranhas,
principalmente uma imensa rainha.
Em “Lavalantula” tudo é exagerado, desde o
roteiro carregado de forma proposital com elementos absurdos até os efeitos dos
monstros aracnídeos em CGI vagabundo. Para não enrolar o espectador, já em
menos de dez minutos de projeção, ocorre uma erupção vulcânica que liberta as enormes
aranhas que cospem lava pela boca. Tem muitas homenagens e brincadeiras com o
próprio cinema fantástico bagaceiro em que o filme se situa. Não falta nem o
tradicional discurso padrão do herói convocando nesse caso os funcionários do
estúdio de cinema para se motivarem na batalha contra as criaturas de oito
patas. Dentro desse ponto de vista, podemos dizer que existe claramente uma
intenção honesta dos realizadores em produzir e oferecer ao público uma
porcaria colossal sem pretensão de mostrar uma história séria, e por isso
mesmo, consegue o objetivo maior que é exclusivamente a diversão simples e sem
compromisso com a lógica. O espectador não é enganado, pois sabe com
antecedência que verá um filme ruim, que quer apenas divertir debochando dos
próprios clichês e situações estrambólicas.
Entre as várias curiosidades, temos a
participação de quatro atores da franquia “Loucademia de Polícia”, pois além de
Steve Guttenberg, ainda temos Michael Winslow, Marion Ramsey e Leslie
Easterbrook no meio do ataque das tarântulas vulcânicas, numa interessante homenagem.
O roteirista Leigh Whannell, criador da série de filmes “Sobrenatural”, aparece
numa ponta logo no início, interpretando justamente um diretor de cinema. O ator
Ian Ziering, principal nome na cultuada franquia “Sharknado”, aparece
rapidamente no meio do caos com a invasão dos aracnídeos pré-históricos,
encontrando Colton West no tumulto. Após cumprimentá-lo, ele diz para o colega
de profissão que “adoraria ajudá-lo, mas estou com problemas com tubarões”, numa
brincadeira muito divertida com a série de filmes de ataques de tubarões nas
grandes cidades americanas, usando os tornados como meio de transporte. Na
dublagem brasileira, o termo “lavalantula”, utilizado como título do filme e
mencionado várias vezes na história, é pronunciado como “lavantula”, numa
decisão acertada e mais apropriada. E por último, e especiamente para os
brasileiros, em determinado momento, durante a confusão no ataque das aranhas,
aparece um poste de identificação de uma praça na “Hollywood Boulevard” com a
placa indicando “Carmen Miranda Square”, referindo-se à famosa cantora
luso-brasileira.
Para concluir esse texto, vale registrar
que antes mesmo dos produtores avaliarem o retorno do lançamento de
“Lavalantula”, já foi anunciada uma sequência para 2016 com o nome “2 Lava 2
Lantula!”, cujo gancho enorme foi revelado no desfecho com a pergunta: “Esse é
o fim das lavalantulas?”. Parece que não...
(Juvenatrix – 06/09/15)
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