Filme bagaceiro dos anos 70 do século
passado classificado no sub-gênero do cinema fantástico conhecido como “homem
transformado em monstro”. Com direção de Richard Ashe (creditado como Dick
Ashe), em seu único filme numa carreira que não existiu, “A Trilha da Fera
Lunar” tem roteiro de Bill Finger (1914 / 1974), conhecido por ajudar no
desenvolvimento do personagem “Batman” nos quadrinhos, séries de televisão e animações.
A co-autoria da história é de Charles Sinclair, que teve uma carreira curta e
ajudou a escrever a ficção científica tranqueira “O Lodo Verde” (1968), junto
com o parceiro Bill Finger.
Paul G. Carlson (Chase Cordell) é um jovem
solitário interessado em mineralogia e que faz estudos de campo nas montanhas
próximas da cidade de Albuquerque, no Estado americano do Novo México. Seu
antigo professor, John Salinas (Gregorio Sala) apresenta para ele uma bela
fotógrafa de Nova Iorque, Kathy Nolan (Donna Leigh Drake), que está realizando
um trabalho jornalístico nas reservas de índios locais. Eles se apaixonam
rapidamente e num encontro noturno no alto de um cume, presenciam uma chuva de
meteoritos vindos da Lua, após o choque de um asteroide na superfície lunar. Um
dos pequenos corpos celestes vindos do espaço exterior atingiu levemente Paul,
que ficou com um fragmento do meteorito internamente na cabeça. A radiação está
causando reações estranhas e mutações que o transformaram na fera do título,
iniciando uma trilha com o sangue de suas vítimas.
O chefe de polícia Capitão McCabe (Patrick
Wright), que está sempre com as mãos na cintura, lidera as investigações dos
misteriosos assassinatos na região, e é auxiliado pelo Prof. Salinas,
especialista em antropologia e que conhece lendas índias que podem ajudar no
caso, sobre homens que foram atingidos por objetos vindos do céu e que se
transformaram em lagartos gigantes assassinos. O mistério incomum com a
ocorrência de mortes sangrentas causadas por um suposto monstro réptil desperta
a atenção de um cientista da NASA, Dr. Lawrence (Crawford MacCallum), e de um
famoso cirurgião, Dr. Rizzo (Fred McCaffrey), que chegam à cidade para tentar
ajudar o jovem a se livrar do mal que o transforma num monstro nas noites de lua
cheia.
A maquiagem da criatura é de Rick Baker,
que ficou famoso principalmente pelo excepcional trabalho em “Um Lobisomem
Americano em Londres” (1981), além da preciosa bagaceira “O Incrível Homem Que
Derreteu” (1977) e “Videodrome – A Síndrome do Vídeo” (1983), de David
Cronenberg, entre outros. Ele foi auxiliado pelo maquiador Joe Blasco, que
interpretou a fera lunar em seu único trabalho como ator. O “lagarto gigante
que anda como homem” apresenta semelhanças físicas com o conhecido “monstro da
lagoa negra”, e infelizmente aparece pouco no filme. Pois, justamente o monstro
é o único a garantir bons momentos com cenas bizarras de ataques em efeitos
toscos e divertidos pela precariedade da produção. No mais, a história não
desperta interesse pelo excesso de clichês e situações exageradamente absurdas
e inverossímeis. O ritmo é bem arrastado, com um elenco amador cujas atuações
inexpressivas colaboram para um resultado final fraco e descartável. Vale
apenas pelas cenas patéticas e por isso mesmo divertidas com o réptil assassino.
(Juvenatrix – 05/09/15)
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