Produção europeia dirigida pelo francês
Roger Vadim (1928 / 2000), de “Barbarella” (1968), com roteiro baseado na
história “Carmilla”, do irlandês Sheridan Le Fanu (1814 / 1873), que serviu de
inspiração para Bram Stoker escrever “Drácula”. A cópia que tive acesso é
dublada e gravada de uma exibição na TV Globo, na saudosa sessão “Coruja
Colorida” do tempo em que passavam na televisão filmes interessantes e antigos
do cinema fantástico, perdidos no meio das madrugadas.
“De Paris a Roma em 90 minutos. Há 500 anos a mesma
viagem levaria quase 2 meses. Eu sei porque eu fiz a viagem. Meu nome é Millarca.
Eu vivi no passado, eu vivo agora. Nessa época do jato e do foguete é difícil acreditar
em coisas espirituais. Este é o novo mundo. O mundo do espírito é o velho
mundo. Velho sim, mas ainda verdadeiro. Lá embaixo, entre as colinas sombrias
da Itália, está o Castelo da família Karnstein. Entrem comigo, vou lhes contar
a história da minha vida recente.”
Com essa introdução tem início “Rosas de Sangue”, uma
história de vampirismo ambientada na Itália de 1960, mas com toda aquela
atmosfera gótica de séculos atrás. A família Karnstein ainda é bastante temida
na região pelos camponeses por causa das lendas antigas que falavam que seus
ancestrais eram vampiros que bebiam sangue humano. Apesar de que eles foram
destruídos em 1765 com estacas de madeira cravadas em seus corações e com seus
corpos quiemados. Seus túmulos localizados numa velha abadia próximo ao castelo
da família, estão vazios há séculos e a maldição não existe mais. Será?
O Conde Leopoldo De Karnstein (Mel Ferrer) está
planejando seu casamento com a bela Georgia Monteverdi (a deslumbrante italiana
Elsa Martinelli), para a tristeza de sua prima Carmilla (a não menos lindíssima
dinamarquesa Annette Vadim, casada na época com o diretor), que desde pequena
nutre uma paixão platônica pelo primo. Uma vez deprimida e fragilizada, ela
sente-se misteriosamente atraída por uma voz feminina e vai até a abadia onde
está a sepultura gelada de sua ancestral. O espírito da vampira se apossa de
seu corpo e passa a aterrorizar o castelo em busca de sangue, além de tentar
recuperar o amor do Conde De Karnstein, que acredita ser a reencarnação de seu
antigo noivo Ludwig.
“Rosas de Sangue” tem o título original francês “Et
Mourir de Plaisir” e também é conhecido como “To Die With Pleasure”. É um filme
de horror sutil, curto com apenas 74 minutos (na versão americana), sendo uma
das várias adaptações que a história de Sheridan Le Fanu recebeu no cinema. Ainda
tivemos “O Túmulo do Horror” (Crypt of the Vampire, 1964), com Christopher Lee,
e “Carmilla, A Vampira de Karnstein” / “Os Vampiros Amantes” (The Vampire
Lovers, 1970), uma produção inglesa da “Hammer” com Peter Cushing e Ingrid
Pitt.
Entre os destaques, vale citar a perturbadora
sequência com o pesadelo de Georgia, filmado em preto e branco. Ela que, uma
vez confusa com o casamento com o Conde e a amizade enigmática com Carmilla,
tornou-se vulnerável para o espírito da vampira ancestral e seus planos de se
manter viva no mundo moderno.
(Juvenatrix – 07/09/15)
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