sábado, 26 de setembro de 2015

The Magnetic Monster (EUA, 1953)


Os anos 50 do século passado foram marcantes para o cinema fantástico pela expressiva quantidade de filmes abordando o tema dos efeitos destrutivos e ameaçadores que a radiação poderia acarretar para a humanidade. “The Magnetic Monster” (1953) é mais um desses preciosos filmes, com fotografia em preto e branco, roteiro do escritor alemão Curt Siodmak junto com o produtor húngaro Ivan Tors, e direção de Siodmak em parceria com Herbert L. Strock (não creditado). O elenco é liderado por Richard Carlson, rosto reconhecido em outros filmes divertidos do mesmo período como “Veio do Espaço” (1953) e “O Monstro da Lagoa Negra” (1954), além do posterior “O Vale de Gwangi” (1969).
O Dr. Jeffrey Stewart (Carlson) é casado com a bela Connie (Jean Byron), que está grávida. Ele trabalha num órgão do governo americano conhecido como “Gabinete de Investigação Científica”, de grande importância estratégica no conturbado período da guerra fria entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, na disputa pela supremacia da tecnologia científica que poderia levar ao domínio do poder político e militar no mundo. Seu chefe é o Dr. Allard (Harry Ellerbe) que o envia junto com o assistente Dr. Dan Forbes (King Donovan) para investigar a ocorrência de um fenômeno magnético no prédio onde funciona uma loja de relógios, os quais apresentavam um misterioso defeito. Eles então descobrem uma atividade perigosa de radiação que os leva a um laboratório no andar de cima, que foi parcialmente danificado numa explosão. Investigando o caso, eles encontram evidências sobre a existência de um novo elemento radioativo chamado “serranium”, criado em experiências do físico Dr. Howard Denker (Leonard Mudie, que tem uma cara típica de “cientista louco”) e que se transformou numa criatura viva que se alimenta de eletricidade, aumentando de tamanho e criando um imenso campo magnético ao seu redor. O monstro magnético (do título do filme) torna-se extremamente ameaçador para a humanidade à medida que cresce em massa, com um altíssimo poder magnético que poderia deslocar a Terra de seu eixo, levando nosso mundo à destruição. Por isso, os esforços dos cientistas estão concentrados em eliminar o novo elemento radioativo com uma sobrecarga de eletricidade utilizando uma máquina imensa geradora de energia, localizada numa mina subterrânea de uma cidade canadense, no fundo do oceano.   
Em “The Magnetic Monster” temos todos aqueles equipamentos excêntricos e exagerados com a tecnologia da época, além de um computador enorme chamado de cérebro eletrônico, e que passados 60 anos, no início do século XXI, parecem tão obsoletos e pré-históricos que comprovam a imensa evolução tecnológica que ocorreu em poucas décadas. O filme é curto, com apenas 76 minutos de duração, seguindo a tendência do cinema fantástico de baixo orçamento da época com histórias rápidas. Aqui, a narrativa é fluente e não se perde muito tempo com futilidades e desvios desnecessários, a ação toda é basicamente concentrada na investigação científica do fenômeno magnético, a descoberta do “monstro”, e as tentativas de combater a ameaça. O filme diverte principalmente pelas características gerais das bagaceiras de ficção científica daquela época, com tecnologia do período soando extremamente antiquada para nossos tempos modernos. Também percebemos a intenção dos realizadores em passar uma interessante mensagem sobre os trabalhos solitários de cientistas abnegados, cujos resultados podem trazer consequências desastrosas. Essa ideia é reforçada pelas palavras do “cientista louco” Dr. Howard Denker” à beira da morte: “numa investigação nuclear, não se pode cavalgar sozinho”, enfatizando a necessidade de trabalho em conjunto, concentrando esforços e cooperação, para as experiências e descobertas científicas que podem alterar o futuro da humanidade.
(Juvenatrix – 26/09/15)

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