O escritor
Stephen King é recordista em histórias adaptadas para o cinema, num trabalho
difícil de catalogação pela grande e variada quantidade. Infelizmente, muitas
delas tiveram resultados ruins, mas por outro lado, também tivemos filmes bem
divertidos como é o caso de “A Criatura
do Cemitério” (Graveyard Shift, 1990), baseado em conto que foi publicado
na antologia “Sombras da Noite”.
Com direção de
Ralph S. Singleton (em seu único trabalho no cinema, sendo mais conhecido como
produtor), a história se passa numa pequena cidade americana que tem uma
importante atividade comercial com a produção de tecidos num moinho,
supervisionada pelo arrogante Sr. Warwick (Stephen Macht), que contrata o recém-chegado
John Hall (David Andrews), um pacato viúvo à procura de trabalho.
O que ele não
sabe é que o moinho é uma fábrica velha infestada de ratos, vizinha de um
cemitério macabro, e que esconde um porão cheio de ambientes abandonados. E as
coisas se complicam quando ele e outros funcionários como seu par romântico, a
mocinha Jane Wisconsky (Kelly Wolf), e os colegas Danson (Andrew Divoff), Brogan
(Vic Polizos), Carmichael (Jimmy Woodard) e Ippeston (Robert Alan Beuth), são
convidados para fazer um trabalho especial de limpeza no porão para ativar uma
nova produção, e precisam enfrentar além dos ratos famintos, uma imensa
criatura assassina que quer provar o sabor de suas carnes e sangue.
“A Criatura do
Cemitério” é o exemplo típico de um filme bagaceiro divertido, com produção de
baixo orçamento, e com um monstro mutante gosmento concebido pelos antigos
efeitos especiais dos anos 80- 90 do século passado, sem a artificialidade da
moderna computação gráfica. Em seu roteiro temos as esperadas mortes
sangrentas, perseguições, claustrofobia, situações de tensão e confrontos,
aliados com uma infestação de ratos, esqueletos e cadáveres de um cemitério. E,
de brinde, a sua história básica é inspirada num conto do mestre Stephen King.
O cultuado ator
Brad Dourif, conhecido pela voz do boneco assassino Chucky, além de diversos
outros filmes de horror, faz o papel de Cleveland, um insano exterminador de
ratos, obcecado com sua tarefa de eliminar os roedores. Sua atuação é ótima,
sendo um dos destaques do elenco, juntamente com Stephen Macht, que faz o chefe
Warwick, um sujeito desonesto e carrasco com os funcionários.
Os cenários são
ótimos, mostrando de forma convincente uma fábrica têxtil suja, cheia de
bagunça, equipamentos velhos e com dezenas de ratos se movimentando livremente
pelos corredores, tubulações e orifícios, além de um porão úmido, depressivo,
evidenciando abandono e sujeira, escondendo passagens ocultas para outros
ambientes ainda mais obscuros.
Não faltam
mortes violentas, brutais, dolorosas, com sangue, mutilações e vísceras
espalhadas, em ataques ferozes de uma “criatura do cemitério” ávida em
experimentar a carne humana dos invasores de seu território. Recomendado como
um filme de horror simples e de diversão garantida.
(Juvenatrix – 28/03/18)
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