O cineasta Luigi
Cozzi é um nome lembrado no cinema fantástico italiano, por seus filmes
bagaceiros como “Starcrash” (1978), “Alien – O Monstro Assassino” (1980) e
“Paganini Horror” (1989), entre outros. Também em 1989 ele dirigiu e escreveu o
roteiro (sob o pseudônimo Lewis Coates), da tranqueira “The Black Cat” (Il
Gatto Nero), que recebeu o título picareta alternativo internacional “Demons 6:
De Profundis”.
Na história, o
diretor de cinema Marc Ravenna (Urbano Barberini) e seu sócio, o roteirista Dan
Grudzinski (Maurizio Fardo, não creditado), envolvem-se num projeto para a
realização de um grande filme de horror, inspirados pela lenda da bruxa Levana,
a terceira de três deusas da dor, também conhecida como “mãe das lágrimas”, uma
criatura maligna saída das profundezas (“De Profundis”). Marc é casado com a atriz
Anne Ravenna (Florence Guérin) e Dan é o namorado da atriz Nora (a inglesa
Caroline Munro, um rosto conhecido por vários filmes bagaceiros divertidos do
gênero fantástico como “Drácula no Mundo da Minissaia”, 1972, “No Coração da
Terra”, 1976, e “O Maníaco”, 1980).
Para conseguir
financiamento para o projeto, eles recorrem ao famoso produtor Leonard Levin
(Brett Halsey), um arrogante homem de negócios que decide fazer o filme com seu
dinheiro. Porém, ninguém esperava que a bruxa Levana se materializasse e por
não querer a produção do filme, passasse a aterrorizar Anne com pesadelos
perturbadores, além de espalhar sangue e mortes aos envolvidos direta ou
indiretamente na realização do filme, como a babá Sara (Luisa Maneri) ou a
estudiosa de ocultismo Esther Semerani (Karina Huff).
“The Black Cat”
ou “Il Gatto Nero” tem inspiração no conto “O Gato Preto”, de Edgar Allan Poe,
e o roteiro de Luigi Cozzi mostra uma história exagerada na fantasia, com
exercícios de metalinguagem (filme dentro de filme) e cujo resultado final não
empolga muito. Tudo é muito datado dos anos 80, desde a trilha sonora aos
efeitos bagaceiros de raios coloridos saindo dos olhos e mãos da bruxa. Tem até
bons momentos de cenas “gore”, com tripas saindo de televisão, corpo
explodindo, sangue e vômitos espalhados, além da interessante caracterização da
bruxa, numa época sem CGI. Mas, o sangue derramado é insuficiente para garantir
um interesse maior, já que a história é bem fraca.
Curiosamente, o
cineasta independente gaúcho Felipe M Guerra lançou um documentário em 2016
sobre a obra de Luigi Cozzi, que recebeu o título “FantastiCozzi”, trazendo
depoimentos do diretor e trechos de seus filmes.
Outras
curiosidades incluem citações em diálogos sobre o poeta dos malditos
“Baudelaire” e do diretor Dario Argento e seu filme mais cultuado, “Suspiria”
(1977), sobre a bruxa “Mãe dos Suspiros”.
Ainda tem a
participação não creditada do cineasta Michele Soavi (de “O Pássaro Sangrento”,
1987, “A Catedral”, 1989, e “Pelo Amor e Pela Morte”, 1994), fazendo o papel de
um diretor de cinema.
A atriz Giada
Cozzi fez o papel da adolescente Sybil, uma espécie de fada mirim que orienta a
perseguida atriz Anne a combater o mal da bruxa Levana. Ela é filha do diretor
Luigi e participou de alguns filmes dele em 1989.
(Juvenatrix – 23/03/18)
Nenhum comentário:
Postar um comentário