O estúdio inglês “Hammer” tem uma
importância extremamente significativa na história do cinema fantástico,
principalmente com seus filmes de atmosfera gótica, uma marca registrada que
tornou a produtora tão cultuada. Porém, vários outros temas também foram
abordados, como o sub-gênero de civilizações perdidas no tempo, com histórias
classificadas como aventura com elementos de fantasia. É o caso de “Mulheres
Pré-Históricas”, filme de 1967 dirigido, escrito e produzido por Michael
Carreras, e com um elenco enorme formado especialmente por belas mulheres
vestidas com poucas roupas.
David (Michael Latimer) é um guia de
expedições de caça de animais selvagens, que encontra no meio da selva uma
misteriosa tribo de nativos que querem matá-lo em nome de seu deus, uma imagem
de um rinoceronte branco. Porém, em meio ao ritual de sacrifício, ocorre um
evento onde ele é transportado para o passado encontrando uma civilização
formada por mulheres de cabelos morenos e “pré-históricas” (do título original
adotado nos Estados Unidos). Elas são lideradas pela rainha tirana Kari
(Martine Beswick), que mantém as mulheres de cabelos loiros como serviçais
“escravas” (do título original na Inglaterra). Os poucos homens são também
escravizados e mantidos presos numa caverna. O jovem inglês recém chegado se
apaixona por uma das mulheres loiras, Saria (a húngara Edina Ronay), e juntos
eles tentam organizar uma revolta contra a tirania da rainha morena, libertando
as loiras da escravidão e impedindo os constantes sacrifícios oferecidos para
uma tribo violenta de homens negros que mantém a paz num acordo que exige as
mulheres em troca.
Ao contrário de alguns dos outros filmes
da “Hammer” com temática de civilizações perdidas, nesse não há dinossauros
ameaçadores caminhando pela Terra. Porém, encontramos clichês tradicionais com
o roteiro apresentando uma rainha que governa sua tribo com tirania,
despertando a fúria dos escravos, que desejam a liberdade. E como herói
opositor, surge um homem vindo do futuro que desperta um interesse amoroso na
rainha, mas que se apaixona por uma das escravas, se engajando numa luta para
se livrarem da opressão. A história é simples demais e repleta de danças e
cantorias entediantes, num inevitável convite ao sono. Por outro lado, o que
realmente consegue manter a atenção do espectador é o desfile de belíssimas
mulheres, tanto morenas quanto loiras, em trajes sumários, garantindo a
diversão, juntamente com os elementos fantásticos como a viagem no tempo do
protagonista, visitando e interferindo nas ações de um mundo do passado.
Curiosamente, “Mulheres Pré-Históricas”
foi filmado em apenas quatro semanas, utilizando os mesmos cenários e
vestuários reaproveitados do filme anterior “Mil Séculos Antes de Cristo”
(1966), de Don Chaffey e com a belíssima Rachel Welch no elenco.
(Juvenatrix – 09/02/16)
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