Terceiro filme da produtora inglesa “Hammer”
com o famoso vampiro Drácula interpretado por Christopher Lee. Antes tivemos “O Vampiro da Noite” (Horror of Dracula, 1958) e “Drácula:
Príncipe das Trevas” (Dracula: Prince of Darkness, 1966), e depois mais quatro
filmes, “O Sangue de Drácula” (Taste the Blood of Dracula, 1970), “O Conde
Drácula” (Scars of Dracula, 1970), “Drácula no Mundo da Mini Saia” (Dracula AD
1972, 1972) e “Os Ritos Satânicos de Drácula” (The Satanic Rites of Dracula, 1973).
“Drácula, o Perfil do Diabo” tem direção de Freddie
Francis e roteiro de Anthony Hinds, creditado como John Elder. A história se
passa um ano após os eventos do filme anterior, com a chegada do monsenhor
Ernst Muller (Rupert Davies) ao vilarejo próximo do castelo de Drácula. Vendo
que os aldeões continuavam aterrorizados mesmo após a suposta destruição do
vampiro, ele decide subir ao castelo no alto das montanhas para recitar em
latim um ritual de exorcismo, deixando uma imensa cruz na porta da imponente e
sombria construção de pedra. Ele é acompanhado pelo padre local (Ewan Hooper) e
após um acidente com sua queda e um ferimento na cabeça, seu sangue ressuscita
o cadáver de Drácula, preso nas águas congeladas próximas ao castelo.
A criatura da noite ressurge e transforma o padre em
seu servo, partindo para a vingança contra o monsenhor que lacrou a porta do
castelo com a cruz. Chegando numa pequena cidade vizinha, ele espalha o horror
fazendo vítimas como Zena (Barbara Ewing), a garçonete de um bar, e tem um interesse
especial na jovem Maria. Ela é sobrinha do monsenhor e é interpretada pela bela
Veronica Carlson, de filmes como “Frankenstein Tem Que Ser Destruído” (1969),
“O Horror de Frankenstein” (1970) e “O Carniçal” (1975). Drácula tem que
enfrentar uma batalha contra o namorado ateu da moça, Paul (Barry Andrews), que
trabalha na pousada de Max (Michael Ripper, o recordista de papéis coadjuvantes
na “Hammer”).
Se
no filme anterior, “Drácula: O Príncipe das Trevas”, o vampiro não diz uma
única palavra, por imposição de Christopher Lee, insatisfeito com o roteiro e
receoso por alguma repercussão negativa do personagem, em “Drácula, o Perfil do
Diabo”, o temível vampiro sugador de sangue tem até algumas falas, mas são
poucas. Sempre rude e agindo com selvageria e violência, certamente seria mais
interessante se Drácula tivesse uma participação maior. Suas expressões faciais
continuam intimidadoras e seus olhos vermelhos de sangue traduzem o ódio e
horror de forma avassaladora. Mas, o vampiro aparece pouco, no meio de uma
história comum e previsível, onde sabemos sempre antecipadamente como será o
desfecho num confronto final (similar em todos os filmes com o vampiro, nem
sendo mais considerado um “spoiler”). Geralmente sabemos o destino dos
personagens, e nesse filme as coisas não são diferentes, contando ainda com um
acréscimo de moralismo religioso católico.
Por outro lado, não faltam as esperadas
cenas e elementos tão característicos do horror gótico que se transformaram na
marca registrada da “Hammer”, motivo maior da existência de uma imensa legião
de cultuadores eternos que o estúdio ganhou a partir de suas atividades
iniciadas em meados dos anos 50 e permanecendo por mais duas décadas. Temos o
castelo sombrio, as carruagens, os vilarejos em pânico com seus aldeões
supersticiosos, as névoas sinistras, a floresta fantasmagórica e aquela
atmosfera constantemente perturbadora de medo e insegurança.
Curiosamente, o mesmo ritual de exorcismo
recitado em latim que foi proferido pelo monsenhor para livrar o castelo de Dráculo
do mal absoluto, foi também reproduzido na introdução de uma música da banda de
metal extremo “Marduk” (Suécia). Trata-se da faixa “Accuser / Opposer”, do
álbum “Rom 5:12” (2007). No “Youtube” tem vários vídeos dessa música, segue dois
deles: https://www.youtube.com/watch?v=6_eMI6HM4kY
e https://www.youtube.com/watch?v=rGPhzzN11fo (sendo este
um show na Alemanha em 2008).
(Juvenatrix – 30/12/15)
Nenhum comentário:
Postar um comentário