Com o título traduzido literalmente do
original americano “Mischief Night”, o filme de horror “Noite das Travessuras”
é ambientado na véspera da tradicional festa de “Halloween” nos Estados Unidos.
Foi exibido pelo canal de TV a cabo “SyFy”, conhecido por patrocinar o moderno
cinema fantástico bagaceiro, e tem a direção, roteiro e produção de Richard
Sckenkman, o mesmo cineasta da tranqueira colossal “Abraham Lincoln Vs. Zombies”
(2012), da produtora “The Asylum”.
Emily Walton (Noell Coet) é uma
adolescente de dezessete anos que ficou cega após um evento traumático
emocional quando tinha oito anos, num acidente de carro que matou sua mãe. Ela
faz tratamento psicológico para tentar um dia recuperar a visão. Vivendo com
seu pai super protetor, David (Daniel Hugh Kelly), ela tem um namorado, Jimmy
(Ian Bamberg). Na véspera do “Halloween”, sozinha em casa após seu pai se
ausentar para um raro encontro amoroso, a jovem é atacada por um psicopata
assassino mascarado usando uma capa amarela de chuva (interpretado por Adam C.
Edwards, mais conhecido por seus trabalhos como dublê). O desafio da garota
agora é conseguir se defender, mesmo com as dificuldades causadas pela
cegueira, lutando por sua vida contra um invasor que está eliminando todos que
chegam perto dela.
O filme é um típico “slasher” sem graça
como aqueles da sessão “Supercine” das noites de Sábado da “TV Globo”, ou seja,
fraquinho, previsível e repleto de clichês cansativos que não acrescentam
absolutamente nada ao gênero. O roteiro é tão óbvio e sem originalidade, que é
difícil até imaginar como uma equipe de produção consegue encontrar motivação
com uma história dessas para fazer mais um filme igual a diversos outros anteriores.
E cujo resultado final certamente teria uma reação fria do espectador,
condenando-o para o cemitério dos filmes esquecidos.
É um daqueles exemplos de história onde durante
uma hora e meia de filme não existe qualquer tipo de intervenção policial, acontecendo
apenas no desfecho com a audição da tradicional sirene de alerta (e nem é
“spoiler” mencionar isso de tão previsível), somente após o encerramento dos
eventos patéticos. Ou seja, a polícia surge depois que tudo já aconteceu e não
se precisa mais dela, facilitando o trabalho do roteirista em deixar o
psicopata agir tranquilamente durante todo o tempo, colecionando vítimas.
Curiosamente, em determinado momento, a
garota cega está com a televisão ligada exibindo o clássico de zumbis “A Noite
dos Mortos-Vivos”, de 1968, dirigido por George Romero. Também é curioso citar
que existe outro filme com o nome original exatamente igual, lançado um ano
depois em 2014, e com temática muito parecida, mostrando uma jovem babá sendo
aterrorizada por um psicopata mascarado, reforçando a falta de originalidade e
empenho dos realizadores em tentar mostrar algo diferente.
(Juvenatrix – 31/08/15)
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