Mais uma história de “cientista louco” do
cinema bagaceiro de horror e ficção científica dos anos 50 do século XX. Com
fotografia em preto e branco e curto com apenas 70 minutos de duração, a direção
é de Ron Ormond e Herbert Tevos, sendo que este último também é o responsável
pelo roteiro.
Um avião faz um pouso forçado num deserto
no México, próximo à fronteira com os Estados Unidos, conhecido como “Deserto
da Morte”. Os passageiros são o piloto Grant Phillips (Robert Knapp), o
milionário Jan van Croft (Nico Lek), sua esposa Doreen Culbertson (Mary Hill),
bem mais jovem e aparentemente interessada no dinheiro do marido rico e no amor
do piloto jovem, além do serviçal Wu (Samuel Wu), do Dr. Leland J. Masterson
(Harmon Stevens), paciente fugitivo de um manicômio, e de George (George
Burrows), funcionário do hospício que está em seu encalço.
Perdidos no deserto, eles são observados e
atacados à noite por um grupo de misteriosas mulheres e anões, que fazem parte
de experimentos de um “cientista louco”, Dr. Aranya (Jackie Coogan, o tio
Fester da série de TV “A Família Addams”, 1964/1966). Ele está trabalhando num
laboratório escondido no subterrâneo de uma montanha, realizando experiências
com a mistura de hormônios de crescimento entre aranhas e mulheres humanas.
Segundo ele, no mundo dos insetos o macho é débil e sem importância, e sua
intenção é obter criaturas mistas de aranha e mulher, com a inteligência e
beleza humanas, e os poderes e instintos dos aracnídeos, e que um dia poderiam
controlar o mundo, dominados por sua vontade como mestre criador.
Em “O Ataque da Mulher Aranha” (Mesa of Lost Women), temos um exemplo
típico de um filme ruim, de baixíssimo orçamento, bagaceiro ao extremo em todos
os aspectos, representando o cinema fantástico tranqueira daquele período da
década de 1950 do século passado. De história absurda a elenco inexpressivo,
passando por efeitos precários e risíveis de tão toscos. As aranhas aparecem
pouco e é nítida a utilização de um bicho de pelúcia gigante arremessado em
cima de um homem, simulando um ataque mortal. É para figurar na galeria das
cenas mais patéticas da história do cinema bagaceiro.
Além de toda a precariedade da produção, que
inclui um laboratório científico com os tradicionais aparelhos estranhos e
máquinas elétricas bizarras, e a simulação do pouso forçado no deserto com a
miniatura de um avião, ainda temos uma trilha sonora irritante com acorde de
viola e acompanhamento de piano, que atrapalha ainda mais a narrativa lenta e
entediante. Somado com uma extensa narração do experiente ator Lyle Talbot, que
só funciona bem no início do filme, servindo de interessante introdução para a história, mas que se perde e deixa de agregar posteriormente. É o tipo de filme
que a duração curta é uma virtude bem vinda, pois o tédio do espectador termina
mais rápido.
Por outro lado, além da cena bizarra do
ataque da aranha gigante, ainda vale registrar a presença da bela atriz Tandra
Quinn no papel de Tarantella, uma dançarina que não diz uma única palavra e que
fez parte das experiências do “cientista louco”, com a mistura de hormônios de
aranha em seu corpo.
Curiosamente, o “Mesa” do título original refere-se ao imenso platô do deserto
altiplano mexicano onde o “cientista louco” se refugiou para colocar em prática
seu plano maquiavélico com a criação das “mulheres perdidas” com hormônios de
aranhas.
(Juvenatrix – 10/08/15)
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