segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O Ataque da Mulher Aranha (Mesa of Lost Women, 1953)


Mais uma história de “cientista louco” do cinema bagaceiro de horror e ficção científica dos anos 50 do século XX. Com fotografia em preto e branco e curto com apenas 70 minutos de duração, a direção é de Ron Ormond e Herbert Tevos, sendo que este último também é o responsável pelo roteiro.
Um avião faz um pouso forçado num deserto no México, próximo à fronteira com os Estados Unidos, conhecido como “Deserto da Morte”. Os passageiros são o piloto Grant Phillips (Robert Knapp), o milionário Jan van Croft (Nico Lek), sua esposa Doreen Culbertson (Mary Hill), bem mais jovem e aparentemente interessada no dinheiro do marido rico e no amor do piloto jovem, além do serviçal Wu (Samuel Wu), do Dr. Leland J. Masterson (Harmon Stevens), paciente fugitivo de um manicômio, e de George (George Burrows), funcionário do hospício que está em seu encalço.
Perdidos no deserto, eles são observados e atacados à noite por um grupo de misteriosas mulheres e anões, que fazem parte de experimentos de um “cientista louco”, Dr. Aranya (Jackie Coogan, o tio Fester da série de TV “A Família Addams”, 1964/1966). Ele está trabalhando num laboratório escondido no subterrâneo de uma montanha, realizando experiências com a mistura de hormônios de crescimento entre aranhas e mulheres humanas. Segundo ele, no mundo dos insetos o macho é débil e sem importância, e sua intenção é obter criaturas mistas de aranha e mulher, com a inteligência e beleza humanas, e os poderes e instintos dos aracnídeos, e que um dia poderiam controlar o mundo, dominados por sua vontade como mestre criador.
Em “O Ataque da Mulher Aranha” (Mesa of Lost Women), temos um exemplo típico de um filme ruim, de baixíssimo orçamento, bagaceiro ao extremo em todos os aspectos, representando o cinema fantástico tranqueira daquele período da década de 1950 do século passado. De história absurda a elenco inexpressivo, passando por efeitos precários e risíveis de tão toscos. As aranhas aparecem pouco e é nítida a utilização de um bicho de pelúcia gigante arremessado em cima de um homem, simulando um ataque mortal. É para figurar na galeria das cenas mais patéticas da história do cinema bagaceiro.
Além de toda a precariedade da produção, que inclui um laboratório científico com os tradicionais aparelhos estranhos e máquinas elétricas bizarras, e a simulação do pouso forçado no deserto com a miniatura de um avião, ainda temos uma trilha sonora irritante com acorde de viola e acompanhamento de piano, que atrapalha ainda mais a narrativa lenta e entediante. Somado com uma extensa narração do experiente ator Lyle Talbot, que só funciona bem no início do filme, servindo de interessante introdução para a história, mas que se perde e deixa de agregar posteriormente. É o tipo de filme que a duração curta é uma virtude bem vinda, pois o tédio do espectador termina mais rápido.
Por outro lado, além da cena bizarra do ataque da aranha gigante, ainda vale registrar a presença da bela atriz Tandra Quinn no papel de Tarantella, uma dançarina que não diz uma única palavra e que fez parte das experiências do “cientista louco”, com a mistura de hormônios de aranha em seu corpo.
Curiosamente, o “Mesa” do título original refere-se ao imenso platô do deserto altiplano mexicano onde o “cientista louco” se refugiou para colocar em prática seu plano maquiavélico com a criação das “mulheres perdidas” com hormônios de aranhas.
(Juvenatrix – 10/08/15)

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