A “múmia” é um dos monstros
clássicos do Horror, ao lado do vampiro “Drácula”, “criatura de Frankenstein”,
“lobisomem” e outros, e regularmente tem inspirado a produção de grande
quantidade de filmes ao longo da história do gênero. “Vingança Eterna” (The
Mummy Lives, 1993) foi lançado por aqui em vídeo VHS pela Warner e também
recebeu o título “A Múmia Vive” (tradução literal do original) quando foi
exibido na televisão (TV Globo). Foi dirigido por Gerry O´Hara e é apenas mais
um filme com o mesmo tema de maldição de múmia egípcia. E talvez os únicos
diferenciais para a infinidade de filmes similares sejam a presença do ator
Tony Curtis (1925 / 2010) no papel principal, e o nome do cultuado escritor
Edgar Allan Poe, creditado por um conto que inspirou o roteiro. Mas não é o
suficiente para impedir de situar o filme no limbo das produções sem
importância sobre múmias.
Um grupo de arqueólogos
formado, entre outros, pelo Prof. Alexatos (Mohammed Bakri) e pelo Sr. Kroll
(Mosko Alkalai), financiados pelo magnata inglês Lord Maxton (Jack Cohen), está
realizando escavações nas proximidades de Cairo, a capital do Egito, e encontra
uma sala oculta com a tumba de uma múmia de 3000 anos. Trata-se de Aziru (Tony
Curtis), que foi condenado pelo amor proibido com Kia (Leslie Hardy), uma das
concubinas preferidas de Zoth, o Deus da Vingança. Pelo delito foi punido e
transformado em múmia pela eternidade, lacrado vivo num sarcófago, tornando-se protetor
dos mortos e guardião dos tesouros do seu mestre, lançando maldições contra os
profanadores do túmulo sagrado.
Após despertada da
inatividade, a múmia retorna para o mundo dos vivos como o Dr. Mohassid (também
Tony Curtis), um estudioso da cultura egípcia e especialista em antiguidades.
Ele encontra na bela Sandra Barnes (também Leslie Hardy) a reencarnação de sua
amada Kia, planejando a união deles num ritual de sacrifício num evento astronômico
com uma rara conjunção planetária. Sandra sofre com constantes pesadelos e
conta com a ajuda do médico Dr. Carey Williams (Greg Wrangler), apaixonado por
ela, para lutar pela vida e impedir um trágico destino no plano maquiavélico da
múmia.
“Vingança Eterna” é um filme cansativo,
que não consegue criar uma empatia com o espectador ao apresentar e explorar os
mesmos velhos clichês sobre múmias, o imperialismo inglês no Egito, as
escavações à procura de tesouros perdidos no tempo, as profanações dos túmulos
sagrados, os roubos de artefatos preciosos para museus e patrimônios
particulares, as maldições lançadas contra quem invadisse seus territórios
proibidos e a manjada vingança de retaliação com poucas e previsíveis mortes
discretas. Ou seja, mais do mesmo, sem novidades, numa produção comum com quase
nada de violência ou sangue, e que nem Tony Curtis conseguiu evitar que tenha
seu lugar garantido no esquecimento.
(Juvenatrix – 24/09/17)
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