É curioso notar que alguns
filmes extremamente ruins e obscuros, que são completamente ignorados em seu
próprio país de origem, receberam a lembrança de serem lançados no Brasil,
independente do tipo de mídia. “Amor Satânico” (Deadly Love, 1987) é um deles,
lançado por aqui em vídeo VHS pela “Poletel”, com direção e roteiro de Michael
O´Rourke, sendo uma tranqueira tão ruim que é difícil de assistir, num imenso
exercício de paciência do espectador em acompanhar o filme até seu desfecho.
Nos anos 60 um casal de
namorados formado por Annie Butler (Cassie Brown) e o motoqueiro Buddy (Mark
Oglesby) vive numa pequena cidade americana. Porém, o pai rico de Annie não
aceita o namoro e durante um confronto com o rapaz, ele é morto pelo capataz de
sua fazenda, Clint (Jim Alves), que também nutre um amor platônico pela moça.
Vinte anos depois, Annie
vive sozinha na fazenda após a morte de seu pai, e continua sofrendo por amor,
tornando-se reclusa e conhecida pelos jovens locais como maluca, sendo
atormentada por eles. Ela apela para os ensinamentos sobre um feitiço de um espelho
mágico, consultando um livro de ocultisrmo, e após aprender como fazer um
ritual de magia negra, seu antigo namorado retorna dos mortos para visitá-la.
Ainda assim, ela se suicida e uma sobrinha herda a propriedade, Hillie (Eileen
Hart), que faz amizade com um jovem da cidade, Skip (Buddy Reynolds), e não
imaginam que uma figura sombria vestida como motoqueiro está rondando o local
ao mesmo tempo em que corpos de jovens mortos começam a surgir.
“Amor Satânico” é bem
datado, lembrando os anos 80, época de fitas cassete e discos de vinis tocados
em vitrolas. A história é bem patética, com uma narrativa arrastada que afasta
o filme de qualquer tipo de diversão, exceto talvez por alguns poucos momentos
de violência com mortes sangrentas. O elenco é sofrível, com interpretações
ruins e amadoras contribuindo para o desinteresse geral. O roteiro tenta criar
alguma tensão com reviravoltas, mas não impede um resultado que apenas coloque
o filme num merecido lugar no limbo das produções que ninguém viu, se lembra ou
faz questão de se lembrar.
(Juvenatrix – 24/09/17)
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