Mais um representante do cinema fantástico
bagaceiro do início do século XXI, “Espantalho Assassino” é uma produção em
parceria entre Canadá e Estados Unidos, feita para a televisão, e exibida
regularmente no canal “SyFy”. A direção é de Sheldon Wilson, que tem o
interessante “Terra Rasa” (Shallow Ground, 2004) no currículo.
O professor Aaron Harris (Robin Dunne)
reúne um grupo de estudantes para cumprir uma tarefa punitiva, visitando uma
antiga fazenda abandonada para recolher os restos de um espantalho num campo de
milho, o qual seria reaproveitado para a realização de um tradicional festival
de espantalhos numa pequena cidade. A fazenda é de propriedade da família de
Kristen (Lacey Chabert), ex-namorada do professor, e é conhecida por histórias
de assombração com uma lenda de um espantalho sobrenatural que se alimenta do
sangue de suas vítimas. Quando o grupo de estudantes chega ao local, logo
descobre que o horror é real e eles precisam lutar por suas vidas contra os
ataques violentos de uma entidade maligna que habita as plantações.
A ideia básica do filme é um imenso
clichê, pois os espantalhos já foram excessivamente explorados pelo cinema de
horror, devido suas características típicas de criaturas assustadoras. Eles são
confeccionados justamente com esse objetivo, impedir que animais,
principalmente pássaros, destruam plantações nas fazendas. E no caso específico
desse “Espantalho Assassino”, que apresenta um monstro não humano sedento de
sangue, não há novidades, apenas mais do mesmo, numa história forçada e
claramente manipulada para facilitar o trabalho preguiçoso do roteirista Rick
Suvalle. O grupo de estudantes patéticos existe apenas e exclusivamente para servir
de alimento para o espantalho sobrenatural.
São correrias, gritarias, perseguições e
um desfile de futilidades que não agregam na tentativa dos realizadores em despertar
a atenção do espectador. Além do uso exagerado de CGI vagabundo na concepção da
criatura, tornando-a artificial demais e eliminando qualquer eventual carga
dramática que existiria se fosse um espantalho interpretado por um ator de
carne e osso fantasiado.
Talvez as únicas coisas que possam se
salvar e até divertir um pouco os menos exigentes, sejam as várias cenas
sangrentas com mortes violentas repletas de feridas e escoriações profundas,
com razoáveis doses de sangue escorrido. No mais, é apenas outro filme
convencional dentro do tema e condenado ao esquecimento. Um filme com
espantalhos assassinos que é bem mais interessante e recomendado é “A Maldição
dos Espantalhos” (Scarecrows, 1988), que também é conhecido por aqui como
“Espantalhos”, lançado em VHS, numa saudosa época sem a artificialidade da
computação gráfica.
(Juvenatrix – 01/11/15)
Nenhum comentário:
Postar um comentário