Em meados dos anos 80 do século passado,
surgiu uma moda aqui no Brasil em chamar os filmes de horror e ficção
científica que chegavam por aqui com o início “A Hora...”. E aí vieram “A Hora
do Espanto” (vampiros), “A Hora do Lobisomem”, “A Hora dos Mortos-Vivos” (Re-Animator),
“A Hora do Pesadelo” (Freddy Krueger), “A Hora da Zona Morta” (outra história
de Stephen King), “A Hora do Calafrio” (o slasher “Savage Weekend”), etc. Teve
também “A Hora das Criaturas” (1986), trabalho de estreia do cineasta Stephen
Herek e que até virou franquia com mais outros três filmes (continuações em
1988, 91 e 92).
Na história, algumas pequenas criaturas
peludas de uma raça alienígena com dentes pontiagudos, que soltam espinhos
pelas costas e se movimentam rolando como bolas, fogem de uma prisão num
asteroide, roubando uma nave estelar em direção ao nosso planeta. Eles aterrissam
na área rural de uma pequena cidade americana e são perseguidos por dois caçadores
de recompensas que possuem cabeças verdes sem feições, e que podem copiar o
rosto de qualquer ser humano. Os alienígenas adoram fazer arruaças e comer
descontroladamente, e decidem atacar a casa da fazenda da família Brown,
formada pelo pai e mecânico de carros Jay (Billy Green Bush), a mãe Helen (a
agora veterana e experiente Dee Wallace Stone, que esteve em “Quadrilha de
Sádicos”, “Grito de Horror”, “E.T. – O Extraterrestre” e “Cujo”), e o casal de
filhos adolescentes, April (Nadine Van Der Velde) e Brad (Scott Grimes). Ainda
tem o mecânico ajudante Charlie McFadden (Don Opper), que gosta de ficar bêbado
e falar sobre suas premonições com a chegada de alienígenas na Terra. Todos
eles terão que lutar contra o ataque das criaturas do espaço e precisarão
contar com a ajuda dos estranhos caçadores de recompensas para eliminar a
ameaça.
“A Hora das Criaturas” foi produzido pela
“New Line” e também é conhecido no Brasil apenas como “Criaturas”. É uma
pequena pérola do cinema fantástico bagaceiro da divertida década de 1980. Uma
época sem a artificialidade da computação gráfica, que está sendo usada em
exagero nos dias atuais, eliminando parte da magia que o cinema sempre teve com
o horror gráfico de sangue falso e bonecos animatrônicos que simulavam monstros
movimentados por complexos sistemas com a combinação de mecânica, pneumática,
hidráulica e eletrônica.
O filme tem elementos de humor negro,
tanto que é normalmente considerado como horror e comédia, e as criaturas
alienígenas são extremamente carismáticas, mesmo sendo ameaçadoras e perigosas
em ataques violentos contra animais e humanos.
Curiosamente, os bichos alienígenas de
“Critters” possuem grande semelhança conceitual e de forma proposital com as
criaturas de “Gremlins” (1984), que já fazem parte da cultura popular. Outra
curiosidade é a presença de um ainda jovem Billy Zane (que interpretou Steve
Elliot, o namorado da garota April), em um de seus primeiros trabalhos de uma
carreira bem sucedida posteriormente, com participações em filmes famosos como
“Titanic” (1997). E também do veterano M. Emmet Walsh (que fez o papel de Harv,
o xerife bonachão da cidadezinha), um rosto conhecido por seu imenso currículo
com mais de 200 créditos.
(Juvenatrix - 03/11/15)
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