Um western ambientado no espaço sideral,
mais precisamente na nossa Lua, com tiroteios e brigas típicas desse subgênero
do cinema. Essa é a ideia básica de “Gangsters
na Lua”, o único filme com história futurística da produtora inglesa
“Hammer”, mais conhecida por seus filmes coloridos góticos, evidenciando o vermelho
vivo do sangue, e pela revitalização dos antigos monstros clássicos da
produtora americana “Universal”. Só que, ao invés de vampiros, lobisomens,
múmias e a criatura de Frankenstein, temos foguetes e naves espaciais, uma
cidade lunar, asteroides e equipamentos tecnológicos de 2021, ano em que se
passa a história e que segundo o roteiro as viagens para planetas como Marte e
Vênus já são regulares.
A direção é de Roy Ward Baker, que tem
outros trabalhos na “Hammer” como “Uma Sepultura Para a Eternidade” (1967), “Os
Vampiros Amantes” e “O Conde Drácula” (ambos de 1970), entre outros. O elenco é
liderado pelo experiente ator americano James Olson, rosto conhecido por
participações em várias séries de TV e pelo filme de FC “O Enigma de Andrômeda”
(1971).
Num futuro próximo, a humanidade colonizou
a Lua e construiu uma cidade. Lá também existem regiões disponibilizadas para mineiros
explorarem os recursos naturais. Nesse cenário de um ambiente sem oxigênio nem
vegetação e onde em metade do mês não há luz solar, um ex-astronauta e agora especialista
em resgate de satélites, Capitão William H. Kemp (James Olson), juntamente com seu
parceiro, o Engenheiro Korminski (Ori Levi), se envolvem com um grupo de
gangsters. Os criminosos são liderados pelo milionário excêntrico J. J. Hubbard
(Warren Mitchell) e entre os capangas ainda temos o Sr. Whitsun (Dudley Foster)
e o brutamontes Harry (Bernard Bresslaw). Eles contratam os serviços da dupla
para resgatar um asteroide no espaço, rico em safira, um minério valioso, e
escondê-lo numa região remota da Lua. O local escolhido é uma mina na face
oculta, de propriedade do irmão da bela jovem Clementine Taplin (Catherine
Schell). Porém, a mulher está procurando justamente a ajuda do Capitão Kemp
para encontrar o irmão desaparecido, iniciando um conflito de interesses entre
todos e envolvendo uma investigação policial da responsável pela lei na Lua, a
bela Elizabeth Murph (Adrienne Corri).
“Gangsters na Lua” é uma daquelas bagaceiras
divertidas com história exagerada, um “western espacial” sem compromisso com a
lógica, com direito a tiroteios bizarros e dançarinas de salão com roupas
coloridas e penteados extravagantes. Os efeitos especiais são toscos e
divertidos, com maquetes de naves e bases lunares, com os atores pendurados por
cabos simulando movimentos no espaço. Entre as várias curiosidades, podemos
citar a presença do eterno ator coadjuvantes dos filmes da “Hammer”, Michael
Ripper, que não poderia ficar de fora e tem uma participação rápida como um
jogador de cartas que está se divertindo no bar lunar. Outra curiosidade
interessante é o monumento localizado onde o astronauta americano Neil Armstrong
pisou pela primeira vez na Lua, numa homenagem para esse feito histórico da
humanidade e que ocorreu poucos meses antes do lançamento do filme em 1969. E a
abertura do filme com uma animação descontraída onde é mostrada a disputa entre
os Estados Unidos e a antiga União Soviética pela conquista da Lua, satirizando
a corrida espacial que agitou com muita intensidade e tensão o mundo no final
dos anos 60 do século passado.
(RR – 12/11/15)
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