Dentre as várias temáticas de filmes da
produtora inglesa “Hammer”, existem aquelas ambientadas na pré-história, ou
seja, aventuras com elementos de fantasia. “Mil Séculos Antes de Cristo” (1966)
é um destes filmes, e que traz como diferencial a presença da belíssima Rachel
Welch liderando o elenco ao lado de John Richardson (que esteve no anterior “A
Deusa da Cidade Perdida”, 1965), além dos divertidos efeitos de “stop motion”
do mestre Ray Harryhausen.
A direção é de Don Chaffey (de “Criaturas
Que o Mundo Esqueceu”, 1971, também da “Hammer”), e a história se passa num longínquo
período no passado, onde humanos primitivos e dinossauros conviviam no mesmo
ambiente hostil, num planeta Terra ainda em formação. E com muitos
perigos que ameaçavam a sobrevivência dos seres vivos, desde a natural e
impiedosa cadeia alimentar até a instabilidade do solo, com terremotos e
erupções vulcânicas catastróficas.
Nesse cenário, um dos homens primitivos,
Tumak (John Richardson), é banido de seu grupo pelo próprio pai, o líder Akhoba
(Robert Brown), sendo obrigado a explorar as regiões externas, deixando para
trás sua antiga tribo, que vivia em cavernas. Após algumas aventuras perigosas e
encontros com animais imensos interessados em sua carne, ele é acolhido por
outra tribo, formada por homens e mulheres loiros, que também vivia em cavernas
próximas ao mar, de onde tiravam parte de seu sustento com a pesca de peixes,
além de um cultivo com agricultura rudimentar. Eles eram mais evoluídos, faziam
pinturas nas paredes de pedra e fabricavam lanças pontudas para servir de armas
na defesa contra os dinossauros e para facilitar a caça. Tumak desperta o
interesse de uma bela moça, Loana (Rachel Welch). Porém, depois de uma briga, o
intruso também é expulso do novo grupo, e Loana decide acompanhá-lo. Eles
enfrentam juntos vários perigos e ameaças com ataques de dinossauros diversos,
até reencontrarem a antiga aldeia de Tumak, gerando um confronto com o irmão rival
Sakana (Percy Herbert), além de enfrentarem a devastadora erupção de um vulcão.
Com apenas algumas frases de um narrador
no início e grunhidos dos homens e mulheres pré-históricos no restante do filme,
é inevitável o surgimento de certo desinteresse pela história. E o grande
destaque despertando a atenção do espectador é o trabalho de “stop motion” de
Ray Harryhausen, nas inúmeras cenas com dinossauros e monstros gigantes, tanto
nos ataques aos humanos primitivos quanto nos confrontos entre si. Temos
tartarugas, aranhas e lagartos gigantescos, sendo que no caso desse último, é
um animal real filmado numa perspectiva que passa a sensação de gigante, uma
técnica já utilizada em vários filmes anteriores como “Viagem ao Centro da
Terra” (59), “O Gigante Monstro Gila” (59) e “O Mundo Perdido” (60). Além de primatas
agressivos, criaturas voadoras e dinossauros de todos os tipos e tamanhos, todos
ávidos por supremacia territorial, conquista de liderança e por saciar a fome
com a carne dos rivais, incluindo no cardápio nossos antepassados.
“Mil Séculos Antes de Cristo” é uma
refilmagem de “O Despertar do Mundo”, filme americano de 1940 e com Victor
Mature e Lon Chaney Jr, e que por sua vez também foi refilmado pela mesma
“Hammer” em 1970 com “Quando os Dinossauros Dominavam a Terra” (When Dinosaurs
Ruled the Earth), dirigido por Val Guest.
(Juvenatrix – 24/06/15)
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