Produção em preto e branco com direção de
Edward L. Cahn (1899 / 1963), o mesmo cineasta de outras divertidas tranqueiras
do cinema bagaceiro como “O Cadáver Atômico” (1955), “Os Zumbis de Mora Tau”
(1957) e “A Ameaça do Outro Mundo” (1958). No elenco temos John Agar (1921 /
2002), de pérolas como “Tarântula” (1955) e “O Cérebro do Planeta Arous” (1957),
além do cultuado John Carradine (1906 / 1988), ator com forte relação com o
cinema fantástico, tanto que ele aparece em destaque num dos cartazes originais
do filme, mesmo com uma participação pequena apenas no início fazendo o papel
de um “cientista louco”.
Alienígenas conquistadores oriundos de um
planeta de outra galáxia invadiram a nossa lua há 20.000 anos e aniquilaram
suas formas de vida, instalando uma base para suas naves espaciais. São
criaturas invisíveis que adquiriram a capacidade de alterar a estrutura
molecular de seus corpos. Até então, a Terra não interessava devido seu lento
desenvolvimento tecnológico, mas depois que a humanidade entrou na era
espacial, com testes de armas nucleares e foguetes para viajar pelo espaço, os
alienígenas ditadores decidiram dominar nosso planeta tomando os corpos dos
mortos para dizimar os vivos.
Com suas naves construídas com materiais
que também poderiam tornar-se invisíveis, eles primeiramente se apossaram do
cadáver do cientista Dr. Karol Noymann (John Carradine), morto numa explosão em
seu laboratório. O zumbi visita seu colega veterano cientista Dr. Adam Penner
(Philip Tonge), solicitando para avisar as autoridades militares para se
renderem, ou seria iniciada uma invasão com destruições catastróficas,
arrasando edifícios governamentais, unidades de comunicação, depósitos, arsenais
de armas, estradas de ferro e aeroportos.
Desacreditado pelos governos e
ridicularizado pela imprensa com manchetes pejorativas dos jornais, o alerta de
rendição não funcionou e os alienígenas invisíveis iniciaram a invasão com uma
guerra desproporcional. Restando ao cientista Dr. Penner, sua bela filha
Phyllis (Jean Byron), o jovem cientista John Lamont (Robert Hutton, de “Eles
Vieram do Espaço Exterior”, 1967) e o militar Major Bruce Jay (John Agar), se
refugiarem num abrigo subterrâneo secreto e bem equipado, para tentarem
encontrar um meio ou arma eficaz para deter os inimigos do espaço.
“Invasores Invisíveis” está situado dentro
do sub-gênero da Ficção Científica que aborda invasões alienígenas com
elementos de horror, explorando novamente o tema da guerra fria do período
pós-Segunda Guerra Mundial, com a corrida armamentista e as consequências
nocivas das experiências nucleares. Para
facilitar o baixo orçamento da produção, além da metragem curta com apenas 67
minutos de duração, o roteiro de Samuel Newman apresenta alienígenas
invisíveis, com respiração ofegante e que deixam rastros no chão de terra ao
caminharem, diminuindo os gastos com efeitos e maquiagem. Eles se apossam dos
corpos de seres humanos mortos, transformando-os em zumbis assassinos, numa ideia
que serviu de inspiração para George Romero conceber o clássico absoluto “A
Noite dos Mortos-Vivos” (1968), que traz semelhanças tanto na concepção dos
zumbis como na forma de caminharem.
O filme é mais uma preciosidade do cinema
fantástico bagaceiro dos anos 50 do século passado, divertido justamente pela
forma simplória e ingênua de condução da história, acontecendo tudo rapidamente
e repleto de clichês. Não faltam os “cientistas loucos” cercados de aparelhos
em experiências exageradas e os militares truculentos em ações de força. Também
não poderia deixar de ter uma jovem mulher bonita sem função na história (a
filha do cientista), com o objetivo de criar um triângulo amoroso em meio ao
caos, e nesse caso incluindo o Dr. Lamont e o Major Jay. E com aquela tradicional
mensagem de cooperação entre as nações do mundo para uma causa comum, deixando os
conflitos entre si para unirem-se no combate ao inimigo maior na figura de
alienígenas hostis, que por sua vez, são o alvo de uma crítica social contra as
ações opressoras de ditadores conquistadores, com o uso de força e destruição.
Curiosamente, o ator Philip Tonge morreu
aos 61 anos logo após completar suas filmagens e não conseguiu ver seu trabalho
editado. E, ao longo do filme, um narrador conduz a história, com constantes
informações sobre as ações dos alienígenas.
“Num prazo de três dias, os mortos
exterminarão todos os vivos, e nós iremos governar a Terra. Para a raça humana,
este é o fim de sua existência” – mensagem dos alienígenas invasores.
(Juvenatrix - 09/05/15)
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