Complô Contra a América (The Plot against America), Philip
Roth. 482 páginas. Tradução de Paulo Henriques Brito. São Paulo: Companhia
das Letras, 2005.
Philip Roth é
considerado um dos grandes romancistas americanos de sua geração. Tem como
temática recorrente a crônica urbana da vida novaiorquina, analisando
especialmente a classe média judaica neste contexto, tanto de um ponto de vista
comportamental, como do que poderíamos chamar de uma sociologia dos costumes.
Estão aí romances importantes como O Complexo de Portnoy (1969) e Pastoral
Americana (1997), entre outros.
Nesse quadro o
romance Complô Contra a América se insere neste universo temático. A
novidade, entretanto, é a incursão do autor pela História, e mais precisamente
por um viés que nos é particularmente interessante, ou seja, pela via
alternativa.
E Roth não faz
por menos. Escreve um romance sobre o tema mais popular da história
alternativa, a Segunda Guerra Mundial. E que já conta com um bom conjunto de
romances seminais, como O Homem do Castelo Alto (1962), de Philip K.
Dick, O Sonho de Ferro (1971), de Norman Spinrad e Pátria Amada,
de Robert Harris (1992), entre outros. Todos mostrando como o mundo ficaria
depois da vitória do III Reich.
Complô Contra
a América, contudo, não fala do mundo depois da guerra, mas durante, após
uma mudança histórica que ocorre na política norte-americana. O aviador Charles
A. Lindbergh (1902-1974), primeiro homem a atravessar o oceano Atlântico Norte
com um avião monomotor, em 1927, é eleito presidente dos Estados Unidos em
1940. Com sua vitória impede a entrada do país na Segunda Guerra Mundial, além
de mostrar-se simpático a Hitler e seus objetivos.
A ação do
romance se passa durante a guerra e é estruturalmente dividido em capítulos que
retratam seu desenrolar com crescente dramaticidade. No primeiro deles, o autor
mostra a ascensão de Lindbergh e sua adesão à causa nazista. Sua proposta de
neutralidade divide o país na disputa presidencial e sua vitória na eleição
deixa a comunidade judaica em pânico.
Isso no
contexto político maior, pois o diferencial de Roth é narrar, sobretudo, como
se inseriria uma família judia nesta época. Assim, a história é contada do
ponto de vista de um personagem, chamado significativamente de Philip Roth.
Seria ele mesmo quando criança? Ou parte dela? O autor não deixa claro, mas
investe muito na caracterização do menino e sua família, a ponto de estar claro
que o romance é, ao menos em parte, autobiográfico.
“O medo domina estas
lembranças, um medo perpétuo. Toda a infância, é claro, tem seus terrores, mas
me pergunto se eu não teria sido uma criança menos assustada se Lindbergh não
tivesse chegado à Presidência ou se eu não fosse filho de judeus.” (pág. 9).
Esta é a frase
inicial do livro, absolutamente reveladora tanto da forma de narração
escolhida, como do fato que justifica a criação da história. Muito eloquente,
em ambos os sentidos. Tanto o recurso de contar a história no tempo passado,
mas como se fosse no presente (embora no livro inteiro não fique claro em que
momento posterior à guerra o já adulto personagem relembra suas memórias), e
principalmente, narrar um evento da maior importância histórica deste ponto de
vista pouco comum, é o que dá o interesse especial ao romance.
Ao optar por
contar uma história ‘micro’ em um contexto ‘macro’, digamos assim, Roth confere
riqueza à obra, pois entramos no lar de uma simples família americana de classe
média e constatamos como o antissemitismo influi em suas vidas. E em especial
na do menino.
Roth tem uma
prosa fluente, e que prende a atenção, não só pelo enredo fascinante, mas pelo
aprofundamento do texto em termos sociais e subjetivos, que expõe com
desprendimento. Mostra uma pessoa que seria muito próxima de si mesmo, mas
também das pessoas de sua provável família: O pai, um esforçado e politizado
corretor de seguros; a mãe, uma típica dona de casa, porém uma mulher também
informada e seguidora dos preceitos judaicos; um irmão, Sandy, um exímio
ilustrador. Também as pessoas do entorno são bem caracterizadas, os vizinhos,
parentes e poucos amigos, quase todos judeus. Ao narrar uma história alternativa
que poderia mudar o destino do país – e do mundo –, Roth conta também como
poderia ter sido sua própria história. Assim, a base da caracterização dos
personagens e de passagens de suas vidas são, provavelmente, verídicos, isto é,
do nosso mundo real.
A questão
subjacente – ou uma delas – é a da identidade: afinal a minoria é mais uma
nuance do ser americano, ou é um grupo com outras raízes culturais que
convive dentro da sociedade americana? Esta é uma questão clássica e que é
sempre colocada em dúvida tanto pelos grupos minoritários, como por aqueles que
querem atingi-los de forma negativa.
O menino
Philip, na condição inocente de explicitar um problema, expõe o dilema:
“Logo depois que o rabino
Bengelsdorf invocou o nome de Lindbergh, senti-me mais confuso do que nunca. Um
rabino era um rabino, mas enquanto isso Alvin estava num hospital do Exército
canadense em Montreal aprendendo a andar com uma perna artificial depois de
perder a perna lutando contra Hitler, e na minha própria casa – onde eu podia vestir
qualquer roupa menos as roupas ‘boas’- haviam me obrigado a usar minha única
gravata e meu único paletó para impressionar precisamente o rabino que ajudara
a eleger presidente um amigo de Hitler. Como eu poderia não estar confuso,
quando nossa vergonha e nossa glória eram uma coisa só? Algo de essencial fora
destruído e perdido; estávamos sendo coagidos a ser outra coisa que não os
americanos que éramos’”. (pág. 139).
Entretanto, é
possível argumentar que esta interpretação ‘de dentro’, poderia tirar alguma
legitimidade das questões tratadas, pois estaria influenciada por uma visão
intimista demais para servir como um exemplo viável para uma coletividade como
um todo.
Por outro
lado, este provável ‘autobiografismo alternativo’ confere mais verossimilhança
à narrativa e às questões de fundo tratadas pelo autor. Não que não poderia ser
realizado de outra forma, quer dizer, em um estilo, digamos, mais tradicional,
de se contar a história em seu primeiro plano, o dos acontecimentos políticos
em si, mas a opção metodológica de Roth de contar a história por ‘dentro’,
confere robustez aos argumentos apresentados.
Assim é que na
maior parte da narrativa vive-se o cotidiano da família Roth e a influência
crescente que o cenário político causa em suas vidas. Reprova-se a eleição de
Lindbergh, aumenta a desconfiança em relação aos gentios e ao governo
americano, resguardando-se como uma espécie de pilar de segurança as
instituições e a Constituição do país. De fato, mesmo com Lindbergh no poder,
os Estados Unidos são um país com sólidas instituições democráticas e tradição
de liberdade de expressão e direitos individuais. E é até por isso que chama
muito a atenção o fato de um mandatário avesso a estes princípios ter chegado
ao poder máximo da nação.
Gradativamente,
quando o ambiente social e político tornam-se mais tenso, a partir de uma série
de iniciativas do governo no sentido de prejudicar os judeus e mostrar mais que
uma neutralidade, uma espécie de ‘aliança branca’ com os nazistas, a vida da
família Roth e seus conhecidos vão se deteriorando, mesmo porque é entre os
próprios judeus que se dão também cisões sobre apoiar ou não o governo de
Lindbergh. E tudo isto pela ótica de um menino que, obviamente, pouco
compreende da vida e dos perigos que ele e sua família correm em um ambiente
social tão conturbado.
É no capítulo
oitavo, “Tempos Difíceis” que ocorre um desenlace decisivo. Tanto para a
família Roth, como para o destino dos Estados Unidos e da Segunda Guerra
Mundial. Em cena temos o radialista judeu Walter Winchell (1897-1972) – mal
comparando, uma espécie de Michel Moore[1]
dos anos 40 –, que se candidatou à presidência e é assassinado por grupos antissemitas,
dando início a uma onda de conflitos e agressões a judeus e suas propriedades
por todo o país.
O presidente
Lindbergh, muito criticado por sua omissão neste momento, pilota seu avião até
a cidade de Louisville, estado de Kentucky e realiza um comício para milhares
de pessoas, onde poucos dias antes havia ocorrido incidentes contra os judeus.
Mas ao voltar para Washington some misteriosamente com seu avião e nunca mais é
encontrado. A direita republicana, liderada pelo vice-presidente Burton K.
Wheeler (1882-1975) assume o poder, e o ministro do interior, o empresário
Henry Ford (1863-1947),[2]
insuflada por antissemitas – especialmente os da Associação Teuto-Americana –,
denuncia um ‘complô judeu’ contra os Estados Unidos e prende várias lideranças
do país – inclusive o ex-presidente Franklin D. Roosevelt (1882-1945), num
autêntico golpe de Estado.
De forma
surpreendente, a ex-primeira dama Anne Morrow Lindbergh (1906-2001) reage em um
discurso radiofônico e conclama as autoridades e a população a não dar ouvidos
a nenhuma ‘teoria conspiratória judaica’ e retornar à legalidade
constitucional. O país, em comoção, remove do poder os golpistas e retorna ao
Estado de direito – por sinal, esta é uma passagem apressada e pouco crível. E
a partir deste momento o autor cria um novo ‘ponto de divergência’, o da volta
à nossa linha histórica: Roosevelt é reeleito para o terceiro mandato, e o
país, finalmente, entra na guerra. Roth repete até os detalhes: os japoneses
atacam Pearl Harbour – só que em 1942, um ano depois. E a Alemanha é, de fato,
derrotada com a ajuda providencial dos americanos, em 1945.
Mas o incrível
é a história por trás da história. Lindbergh teria apoiado Hitler porque este
sequestrara o filho do aviador.[3]
Assim o chantageou e manipulou. Primeiro para garantir a neutralidade dos
Estados Unidos e depois para executar a ‘solução final’ aos judeus americanos.
De saída é difícil entender como um plano tão absurdo poderia funcionar, pois
na época do sequestro, Hitler e os nazistas nem tinham chegado ao poder, o que
só se daria em 1933. A seguir, que garantia tinha os alemães de que Lindbergh
conseguiria uma indicação do Partido Republicano para disputar a presidência da
República? E em terceiro lugar, de que venceria a eleição?
De qualquer
forma, é fato que o casal Lindbergh deixa os Estados Unidos em 1935 indo morar
no interior da Inglaterra até 1939. Neste período Lindbergh é designado pelo
governo americano (de Roosevelt) para conhecer e relatar os progressos da força
aérea alemã. Ele não só faz o serviço, mas se aproxima dos nazistas, ao ponto
de receber do próprio Führer a medalha de Cruz de Serviço da Águia
Alemã. E ao voltar à América passar a defender com vigor a neutralidade do país
e “as coisas boas que a ditadura alemã estava realizando para o seu povo”.
Mas além desta
estratégia, digamos, eleitoral dos nazistas para terem uma espécie de títere no
poder da maior democracia do Ocidente, a segunda parte do plano foi mais difícil
de ser posta em prática. Lindbergh – apesar da citada postura de antipatia aos
judeus e outras minorias, como negros e asiáticos –, não concordava com o nível
de ódio que os nazistas tinham e seus objetivos bestiais. Até adotou algumas
políticas públicas para ‘americanizar’ os judeus, como o programa da Agência de
Absorção Americana, levando jovens judeus para conhecerem a ‘América profunda’
do Meio-Oeste e, mais adiante, transferindo a residência de judeus do Leste
para o Oeste do país, minando, desta forma, a comunidade judaica, tornando seus
laços mais fracos e os deixando à mercê de possíveis ações de antissemitas. Mas
quando Hitler teria pressionado para que Lindbergh colocasse em prática a
terceira e sinistra parte do plano, Lindbergh resistiu. E aí, teria sido
eliminado em pleno espaço aéreo americano por nazistas infiltrados no país.
Este seria o
‘Complô contra a América’, revelado pela própria esposa de Lindbergh. Charles
Jr. estaria sendo criado pelos nazistas e se não fossem obedecidas as suas
ordens, seria enviado ao front para morrer no rigoroso inverno
soviético. Com o desaparecimento do marido e vendo o país entrar em colapso,
Anne Lindbergh não suportou mais a situação e reagiu, mesmo selando a sorte do
seu filho.
Como o próprio
autor personagem reconhece é “a história mais rocambolesca e mais inacreditável
– ainda que não menos convincente.” (página 400). Talvez. Mas não convence,
ainda mais por tentar uma espécie de justificativa para as ações de Lindbergh,
como se seu comportamento no mundo real já não fosse o bastante para mostrar
suas posições contrárias aos judeus. E o que poderia ter feito se, de fato,
tivesse sido eleito.
Inclusive,
porque, como revela o próprio Roth numa entrevista ao jornal inglês The Guardian
em 2006, sua motivação para escrever o romance veio de um fato verídico. A ala
direitista do Partido Republicano, no início de 1940, convidou Lindbergh para
concorrer à presidência. Ou seja, o sujeito era amigo de Hitler, antissemita e
isolacionista. Não haveria a necessidade de se construir esta ‘história atrás
da história’ para justificar sua atitude.
Contudo, o que
incomoda neste livro é a tentativa de ajeitar as coisas em termos históricos.
Para que, no fim das contas, a história alternativa retornasse à história real.
É como se Roth ponderasse que à história ‘rocambolesca’ e especulativa que ele
concebeu já tivesse cumprido seus objetivos e fosse necessário voltar ao mundo
‘normal’, o da nossa linha histórica.
Mesmo com
estes deslizes, o mérito maior está no recurso quase autobiográfico, apesar de
Roth não pertencer a um domínio de conceitos próprios aos escritores de ficção
especulativa em geral, e de história alternativa, em particular. Pois ainda
assim, o livro venceu o principal prêmio internacional da história alternativa,
o Sidewise Award e foi indicado ao prestigioso John Campbell Memorial Award, um
prêmio conferido por acadêmicos para o melhor romance de ficção científica do ano
publicado nos Estados Unidos.
Ao contar esta
contra-história sobre a lembrança de um adulto em seus tempos de criança, Roth
expõe a dramaticidade do preconceito vivido pela minoria ao qual pertence.
Assim, o drama do pequeno Philip é mostrado na dupla condição do horizonte
infantil e da necessidade brusca de compreender o mundo e o comportamento
estranho dos adultos.
Complô Contra
a América é também valioso por trazer de volta o debate sobre as eventuais
conspirações que teriam levado o país a entrar na Segunda Guerra Mundial. Um
plano que teria sido elaborado e executado pelo presidente Roosevelt – que não
queria deixar o poder –, ao lado da comunidade judaica – temerosa com o avanço
nazista – e os britânicos – desesperados ante a iminente invasão alemã. Livros
e mais livros foram escritos sobre o assunto que, no entanto, nunca foi reconhecido
pelo cânone da historiografia acadêmica norte-americana ou britânica.[4]
Este livro é
também interessante de ser lançando neste início de século XXI, pois,
provavelmente, a intenção do autor vai além da história do livro em si. Ou
seja, é possível vê-lo com o intuito de incluí-lo na grande questão americana dos
anos do governo Bush (2001-2009): sua linha conservadora e belicista. Nesse
sentido, Roth afirmou na mesma entrevista citada acima que,
“Ao
contrário do que tenho lido sobre ele (de que seja a minha grande história
judaica), é o meu livro mais americano. É uma distopia americana.”
E assim sendo,
ele pode ser interpretado dentro desta condição de obra para polemizar sobre a
divisão que ocorria na América: A favor ou contra os objetivos do governo em
sua guerra contra o terrorismo e quais os limites legais que o governo pode
alterar e/ou obedecer em um país secularmente democrático.
Um momento que
retoma a tradição de grandes cisões históricas do povo americano. Como na época
da promulgação da Constituição, com os federalistas – defensores do texto – e
os anti-federalistas – contrários a ele – no fim do século XVIII. Depois com a
Guerra de Secessão – certamente o momento mais dramático da história do país –,
que por pouco não o dividiu em definitivo – em meados do século XIX. E mais
recentemente, a grande discussão da primeira metade do século XX:
isolacionistas versus intervencionistas em relação à que posição o país
adotar frente à Segunda Guerra Mundial.
Em resumo, o
romance fala desta guerra sob um prisma alternativo, e procura mostrar que o
tal complô foi outro – ou poderia ter sido. E com isso alerta para os riscos
potenciais que pode sofrer uma nação excessivamente polarizada.
No final da
obra, Roth inclui um Post-scriptiun com pequenas biografias dos
principais personagens reais de seu livro e como se comportaram durante a guerra
em nossa realidade. Normalmente não aprecio este tipo de recurso que procura
inserir ‘realidade’ à criação ficcional. É como se o autor nos dissesse: “Bom,
a história foi muito boa, mas voltemos à realidade”. Tem um viés conservador e
potencial para diluir o impacto do texto imaginado, reduzindo a importância de
suas implicações na mente do leitor.
Neste caso,
entretanto, o recurso torna-se bem-vindo, e é mesmo saboroso, por nos inserir
no ambiente daquele momento e revelando o que pensaram e fizeram os
protagonistas. Permite um contraponto com as ações por eles cometidas na linha
histórica alternativa.
O caso de
Lindbergh é curioso, pois embora ele seja o personagem central, o que muda a
História e se faça presente por todo o romance, aparece de forma distante,
indireta, vista por terceiros hostis, nunca por ele mesmo – e muito pouco por
seus muitos admiradores. Mas neste Post-scriptium Lindbergh finalmente atua de forma direta – ainda que
obviamente sob o ponto de vista do autor da obra. Roth o põe para falar,
reproduzindo um discurso do aviador contrário à entrada dos Estados Unidos na
guerra.
Em comparação
com os enredos mais especulativos e tematicamente ambiciosos de outras
histórias alternativas pós-Segunda Guerra Mundial, Complô Contra a América
é menos ousado, além de confuso quando tenta justificar o tal ‘complô’ e voltar
ao ‘mundo real’. Mas por outro lado, dentro do recorte temático e de estilo
escolhido pelo autor, ele o concebe de maneira notável – principalmente por
ser, no fim das contas, um grande escritor –, e o livro pode ser visto como uma
contribuição efetiva e original para este subgênero da ficção científica.
– Marcello Simão Branco
[1] Cineasta americano que é um opositor feroz do governo Bush, com documentários como Tiros em Columbine (2002) e Fahrenreit 9/11 (2004).
[2] Henry Ford, grande líder industrial e inovador do ramo automobilístico
aparece no livro como aliado de Lindbergh também com um pé na realidade. Antissemita
militante, curiosamente também cogitou candidatar-se à Presidência dos EUA, em
1923. Segundo Ken Silverstein (2000), no artigo “Ford e o Führer”, a empresa
americana colaborou com Hitler no esforço de guerra por meio de sua subsidiária
alemã até oito meses depois dos EUA declararem guerra à Alemanha.
[3] De fato, o filho do casal Lindbergh, Charles, Jr. foi sequestrado e morto
em maio de 1932.
[4] O escritor americano Gore Vidal (2000) defende o argumento de que houve a
tal conspiração e que Lindbergh teria sido manipulado por ambos os lados – pró
e contra a guerra –, decidindo-se pela neutralidade e difamado pelos
apoiadores. Assim, segundo Vidal, Lindbergh não seria o antissemita proposto,
mas um sincero defensor de uma América neutra. Creio que fica difícil de
concordar com Vidal, após os fatos que provam a aproximação do aviador com os
líderes nazistas e suas declarações públicas contra os judeus e outras
minorias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário