Algumas coisas são
melhores deixadas sozinhas
A frase acima é uma
tradução literal de uma tagline promocional do filme “A Maldição de El Diablo”
(The Evil Below, 1989), e podemos alterar para algo como “Alguns filmes são tão
descartáveis que não valem a pena assistir”. Lançado em vídeo VHS em nosso
mercado pela “Top Tape”, o filme foi dirigido por Jean-Claude Dubois, em seu
único trabalho.
Max Cash (Wayne Crawford)
tem um barco e leva turistas para pescar em alto mar, auxiliado pela jovem
assistente Tracy (Sheri Able). Endividado, ele aceita o convite de uma bela
mulher, a professora de Arte Sarah Livingstone (June Chadwick), para alugar seu
barco por uma semana na tentativa de localizar um suposto tesouro perdido num
navio espanhol que naufragou em 1683. O navio carregava artefatos religiosos
roubados por um grupo de padres hereges renegados do catolicismo, inspirados
por Lucifer. Por causa disso, o navio afundado, conhecido por “El Diablo” (do
título nacional), tinha fama de amaldiçoado e seu paradeiro no fundo do mar era
desconhecido e protegido por um misterioso guardião sobrenatural, Adrian Barlow
(Ted Le Platt).
A ideia central do
roteiro nem é tão ruim, com potencial para uma boa história. Porém, não é o que
acontece com “A Maldição de El Diablo”, cujo título original numa tradução
literal seria algo como “O Mal Abaixo”. O filme é arrastado e quase sem
elementos de horror, perdendo a oportunidade de explorar melhor a lenda de um
navio satânico maldito e as conseqüências para todos que se atreviam a tentar
roubar seus tesouros. Tem poucas mortes e sangue, quase sempre fora da tela, e
a parte “mistério sobrenatural” não consegue empolgar, num inevitável convite
ao sono.
Curiosamente, no mesmo
período foram lançados vários filmes com temática sub-aquática como por exemplo
“Abismo do Terror” (Deep Star Six), de Sean S. Cunningham, e “Leviathan”, de
George P. Cosmatos, que pelo menos divertem muito mais que a bagaceira
analisada nesse breve texto.
“Convém não mexer em
certas coisas, senão você morre misteriosamente” – tagline promocional da fita
VHS lançada no Brasil. Acho que ficaria melhor assim: “Convém não ver esse
filme, senão você pode dormir de tédio.”
(Juvenatrix –01/04/17)
(Juvenatrix –01/04/17)
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