Lançado em VHS no Brasil
pela “Sato Comunicações”, “A Marca do Vampiro” (Pale Blood, 1990) é um obscuro
filme de vampirismo totalmente datado, nos remetendo ao período de transição
entre as décadas de 80 e 90 do século passado, uma época sem as facilidades do
celular, da internet e dos efeitos artificiais de computação gráfica. Tudo é
datado, desde a atmosfera, figurinos e trilha sonora, com várias músicas da
banda americana de punk rock “Agent Orange”.
Numa co-produção entre
EUA e Hong Kong e com direção de V. V. Dachin Hsu e Michael W. Leighton, a
história é sobre a chegada aos Estados Unidos de um misterioso homem vindo da
Europa, Michael Fury (George Chakiris), atraído pela ocorrência de estranhos
assassinatos em série de mulheres, que apresentavam sinais de mordidas no corpo
e com o sangue drenado, como se fossem atacadas por um vampiro. Ele solicita
ajuda para investigar os casos, contratando uma bela jovem, Lory (Pamela
Ludwig), representando uma agência de detetives. Ela é aficionada pelo tema do
vampirismo, consumindo filmes e livros sobre o assunto. Em paralelo, um
videomaker esquisito, Van Vandameer (Wings Hauser), contrata duas dançarinas de
boate, Jenny (Diana Frank) e Cherry (Darcy DeMoss) para participarem de um
filme erótico, e misteriosamente ele sempre aparecia nas cenas dos crimes para
captar imagens. Com os principais personagens apresentados, a ideia é descobrir
a autoria das mortes sangrentas e a possível relação com as ações de um
vampiro.
Primeiramente, vale
registrar uma crítica na escolha do nome nacional, que poderia ser uma tradução
literal do original, algo como “Sangue Pálido”, uma vez que já existia um filme
chamado “A Marca do Vampiro” (Mark of the Vampire), de 1935 e com o ícone Bela
Lugosi, confundindo os colecionadores e apreciadores do cinema fantástico, e
dificultando ainda mais um trabalho de catalogação.
Esse “A Marca do Vampiro”
de 1990 não apresenta nada que já não tenha sido visto à exaustão em filmes de
vampirismo, e sua existência praticamente significa apenas mais um produto dentro
do tema e que foi criado para permanecer no limbo do esquecimento. A presença
do ator canastrão Wings Hauser, um rosto conhecido em uma infinidade de
produções bagaceiras, pode até ser um convite para conhecer o filme, mas a
narrativa arrastada e os clichês por outro lado tendem a afastar o espectador.
Curiosamente, no quarto
da jovem investigadora Lori, consumidora de produtos relacionados ao
vampirismo, podemos notar a exibição do clássico “Nosferatu” (1922) na
televisão, além de posters de cinema nas paredes, com destaque para uma foto do
ator Bela Lugosi caracterizado como “Drácula” e o cartaz francês do filme “O
Beijo do Vampiro” (Kiss of the Vampire, 1963) da lendária produtora inglesa
“Hammer”.
(Juvenatrix –03/04/17)
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