“A Morte Veste Vermelho”
é um filme que tem direção de Tobe Hooper, um cineasta com nome reconhecido no
gênero principalmente pelo eterno clássico “O Massacre da Serra Elétrica”
(1974). O elenco é formado, entre outros, por Anthony Perkins, o psicopata
Norman Bates de “Psicose”, e Dee Wallace-Stone, atriz veterana e um rosto conhecido
por preciosidades dos anos 80 como “Grito de Horror”, “E.T. – O
Extraterrestre”, “Cujo” e “Criaturas”. Lançado em nosso mercado de vídeo VHS
pela “CIC”, o filme realmente desperta a atenção por essas credenciais e só por
esses nomes no projeto já valeria uma conferida. Mas, fora isso, não deixa de
ser apenas mais um filme mediano de horror, produzido diretamente para a
televisão, que diverte ligeiramente sem muita exigência.
Um caixão misterioso que
era utilizado em rituais de sacrifícios humanos pelos antigos astecas é
comprado ilegalmente por um museu. Em seu interior repousa a múmia de um
sacerdote maligno, vestindo um manto cerimonial vermelho com poderes
sobrenaturais. Após um incidente com morte, o manto vermelho vai parar dentro
de um baú que foi comprado numa venda de garagem pela bela estudante Amy
O´Neill (Madchen Amick), namorada do colega de escola Eddie (Corey Parker).
Depois de transformado num belo vestido, aos poucos a jovem vai descobrindo que
o estranho tecido vermelho exerce forte influência na personalidade das pessoas
que o vestem, despertando agressividade e tendências assassinas em seus
usuários.
Entre as vítimas
gananciosas do manto estão Gloria (Daisy Hall), prima de Amy, e Wanda Thatcher
(Dee Wallace-Stone), uma mulher envolvida com bebidas, drogas e prostituição e
que se aproveita do vestido sobrenatural para se afundar ainda mais na
criminalidade. Os assassinatos misteriosos despertam a atenção da polícia, sob
a investigação do Capitão Ackman (R. Lee Ermey), que sempre está fumando, e
também a curiosidade do sinistro Prof. Gordon Buchanan (Anthony Perkins), que
está interessado no “Animismo” (a crença que objetos inanimados possuem uma
essência espiritual), e consequentemente nos eventuais poderes do misterioso
manto vermelho, com sua história sobre violência e mortes sangrentas.
“Quem combate monstros deve se cuidar para não virar monstro. Quando
você olha um abismo, o abismo também olha para você.” – Friedrich Nietzsche
(1844 / 1900)
Dessa vez parece que o
título nacional escolhido é até melhor que o original. “A Morte Veste Vermelho”
soa bem e tem relações coerentes com a história, funcionando bem melhor que
“I´m Dangerous Tonight”, que numa tradução literal seria “Eu Estou Perigoso(a)
Esta Noite”, um título mais comum e sem impacto. O filme tem o diferencial pela
direção de Tobe Hooper e elenco com Dee Wallace-Stone e Anthony Perkins, mas
isso não é suficiente para torná-lo especial. A história, baseada num conto de
Cornell Woolrich, até tem seus interesses, mas o resultado final é mediano, principalmente
pelas doses discretas de violência. O desfecho apresenta um gancho que até
poderia ser explorado para uma sequência, mas a ideia foi descartada.
(Juvenatrix –12/04/17)
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