A frase acima é uma
junção de duas taglines originais promocionais do filme “A Maldição dos
Espíritos” (Spirits, 1990), lançado no mercado brasileiro de vídeo VHS pela
“Carat Home Video”. A direção é do veterano Fred Olen Ray, dono de um currículo
imenso repleto de bagaceiras, e o elenco é liderado por Erik Estrada, da
cultuada série de TV “CHiPs” (1977 / 1983), e por Robert Quarry, conhecido por
vários filmes preciosos de horror como “Conde Yorga, Vampiro” (1970), “A Câmara
de Horrores do Abominável Dr. Phibes” (1972) e “A Casa do Terror” (1974).
A história é manjada e já
vista várias vezes em outros filmes. Um grupo de estudiosos de fenômenos
paranormais vai investigar uma casa assombrada que tem um passado sinistro de
mortes violentas. A equipe de investigação é formada pelo cientista Dr. Richard
Wicks (Robert Quarry), a psicóloga descrente Beth Armstead (Kathrin Middleton),
a médium sensitiva Amy Goldwin (Brinke Stevens, veterana atriz com carreira de
mais de 150 créditos de tranqueiras diversas), e pelo membro da “Sociedade de
Preservação Histórica” Harry Matthias (Oliver Darrow). O objetivo do grupo é
obter provas da existência de espíritos (daí o título original), de vida após a
morte, baseando-se em relatos sobre atividades psíquicas misteriosas no local e
que resultaram em assassinatos.
A casa existe desde 1901
e seu morador original foi um expatriado francês místico e ocultista, que
realizava rituais satânicos com sacrifícios de jovens virgens. Enquanto eles
enfrentam a ira dos espíritos malignos que assombram a casa, um padre católico,
Anthony Vicci (Erik Estrada), está atormentado pela perda da fé e por ter
cometido pecados com uma bela mulher que viveu na casa maldita, sendo
constantemente perturbado com visitas de demônios femininos, obrigando-o a se
juntar ao grupo de investigadores para tentar combater o mal que habita a casa.
Primeiramente, não dá
para deixar de citar a escolha do nome nacional do filme, apelando para o
manjado “Maldição” no título, somando-se às dezenas de outros filmes que também
tem essa palavra clichê em seus nomes, numa falta de criatividade imensa dos
responsáveis por essa tarefa, os preguiçosos distribuidores dos filmes de
horror que chegam ao Brasil.
“A Maldição dos
Espíritos” é certamente um filme datado, nos remetendo imediatamente para os
anos 80 e início de 90. Uma época sem a artificialidade da moderna computação
gráfica, tanto que os efeitos das pessoas possuídas pelos espíritos malignos e
demônios são tão toscos que divertem pela precariedade, com os atores maquiados
e transformados em monstros. O filme tem um diretor de cinema bagaceiro, um
nome associado ao gênero, e tem um elenco de atores cultuados pelos
apreciadores de filmes de orçamentos menores. Apesar de que parece bem
apelativa a exploração do nome de Erik Estrada, inclusive com um dos cartazes
do filme estampando seu rosto, sendo que na verdade ele nem aparece tanto em
cena, com o foco de boa parte das atenções para o grupo de estudiosos da casa
assombrada.
O roteiro é um grande
clichê, já explorado à exaustão pelo cinema de horror, onde podemos citar
apenas por curiosidade os clássicos “Desafio ao Além” (The Haunting, 1963) e “A
Casa da Noite Eterna” (The Legend of Hell House, 1973), com histórias muito
similares, também apresentando um grupo de pesquisadores que investiga as
atividades sobrenaturais de uma casa com fama de maligna.
Depois dessa breve
análise, o que podemos dizer é que o filme é indicado para quem aprecia
bagaceiras oitentistas e se diverte com efeitos toscos, histórias rasas,
clichês comuns e atores com imagens associadas às produções de orçamentos
reduzidos.
(Juvenatrix –26/03/17)
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