Tranqueira americana que
recebeu o manjado e totalmente sem criatividade título nacional “Demônio, O Rei
das Trevas” (Prime Evil, 1988), esse filme obscuro dirigido por Roberta Findlay
foi lançado no Brasil em VHS pela “Alvorada”, numa época que nossas locadoras
de vídeo eram infestadas de inúmeras bagaceiras descartáveis realizadas por
desconhecidos e com elencos inexpressivos.
Durante a peste negra que
arrasou a humanidade no século XIV, uma ordem medieval de monges renegados da
Igreja Católica, uma vez revoltados contra Deus, criou uma seita satânica que
realizava rituais de sacrifícios humanos de parentes de sangue em troca de
longevidade e bens materiais. O culto demoníaco se manteve por séculos e as
ações se voltam para o tempo presente (final da década de 80, época de produção
do filme) na cidade de Nova York, liderado pelo sinistro padre Thomas Seaton
(William Beckwith).
Um dos membros da seita é
George Parkman (Max Jacobs), que precisa manter seu pacto com o diabo de
longevidade e riquezas, além de interesses pessoais no controle do poder no
culto. Ele planeja oferecer em sacrifício sua neta Alexandra (Christine Moore),
que trabalha num abrigo para jovens delinquentes. Porém, mortes violentas de
pessoas próximas dela despertam a atenção da polícia, sob a investigação do
detetive Dann Carr (Gary Warner), e também de seu noivo Bill King (Tim Gail),
que tenta protegê-la da conspiração demoníaca. Em paralelo, uma jovem freira,
Irmã Angela (Mavis Harris), se oferece para ajudar a igreja se infiltrando na
seita para tentar destruí-la.
O filme é uma tranqueira
produzida diretamente para o limbo dos esquecidos. O roteiro é ruim, com uma
história óbvia de seita satânica e sacrifícios humanos, apostando unicamente em
velhos clichês do gênero. Como todo filme de horror bagaceiro, temos elementos que
merecem citação como a presença de belas mulheres nuas oferecidas ao “rei das
trevas” (do patético título nacional), algumas mortes com discretas doses de
sangue (numa época sem os efeitos vagabundos de computação gráfica dos tempos
modernos), e ainda a aparição rápida do próprio demônio em efeitos extremamente
toscos, e por isso garantindo algum divertimento rápido. Tem também aquela
atmosfera característica dos saudosos anos 80 que inevitavelmente torna o filme
datado. De resto, o excesso de clichês, os atores medíocres e a história
desinteressante fazem de “Demônio, O Rei das Trevas” apenas mais um filme
descartável, que curiosamente foi lançado por aqui na saudosa época do mercado
de home vídeo.
(Juvenatrix – 19/02/17)
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