Um dos sub-gêneros mais
divertidos do cinema bagaceiro de ficção científica dos anos 50 e 60 do século
passado certamente foi aquele que abordava o tema de invasão alienígena. Existe
uma quantidade imensa de filmes desse período com roteiros explorando o drama
da humanidade tentando sobreviver ao enfrentar uma invasão de criaturas hostis
vindas do espaço sideral com propósitos de conquista. Seja por causa dos
valiosos recursos naturais ou simplesmente pelo domínio de uma raça inferior em
tecnologia e força militar.
“The Earth Dies Screaming” é
uma produção inglesa com fotografia em preto e branco que tem um título
original sonoro e sensacionalista, típico dos filmes bagaceiros do gênero
fantástico daquele período, e que foi dirigida por um especialista na área.
Terence Fisher foi o principal cineasta da lendária e cultuada produtora inglesa
“Hammer”, sendo o responsável por diversos filmes clássicos que ficaram
eternizados na história do gênero como “A Maldição de Frankenstein” (The Curse
of Frankenstein, 1957) e “O Vampiro da Noite” (Horror of Dracula, 1958), ambos
com os ícones Christopher Lee e Peter Cushing.
Escrito por Harry Spalding
(creditado como Henry Cross), o filme é curto com apenas 62 minutos de duração,
e mostra um vilarejo no interior da Inglaterra onde os moradores são mortos
misteriosamente. Jeff Nolan (Willard Parker) é um piloto de testes americano em
exercícios militares na Inglaterra e que ao aterrissar seu avião encontra uma
cidade em silêncio e com várias pessoas mortas espalhadas pelo chão. Ao
investigar o mistério, ele encontra num hotel outros sobreviventes, Quinn
Taggart (Dennis Price) e Peggy Hatton (Virginia Field), além do casal formado
por Edgar Otis (Thorley Walters) e a esposa Violet Courtland (Vanda Godsell),
que se recuperavam de um acidente com seu carro.
O pequeno grupo de
sobreviventes especula sobre o mistério ao redor e acham que a cidade sofreu um
ataque de gás venenoso, fato que poderia explicar as mortes repentinas dos
habitantes e sem traços aparentes de violência física. E então surge outro
casal, dessa mais bem mais jovem, formado por Mel Brenard (David Spenser) e a
mulher grávida Lorna (Anna Palk). Enquanto tentam entender a origem do caos,
encontram robôs humanoides assustadores caminhando pelas ruas silenciosas com
cadáveres espalhados, e são atacados pelos mortos que voltam a andar como
zumbis escravos controlados pelos robôs, com seus olhos esbugalhados como bolas
cinzas. Restando apenas lutar pela sobrevivência enquanto “A Terra Morre
Gritando”...
O filme é uma produção tranqueira de
baixíssimo orçamento abordando o tema da invasão alienígena, com uma atmosfera
sinistra de mistério e a presença de robôs alienígenas toscos ao extremo, além
de mortos caminhando novamente sobre a Terra. A especulação sobre uma guerra
com gases venenosos nos remete à paranóia da guerra fria daquele conturbado
período tenso que a humanidade vivia após a Segunda Guerra Mundial, com a ameaça
de um holocausto nuclear causado pelas potências opostas da época, Estados
Unidos e a antiga União Soviética.
O ritmo é arrastado em alguns momentos,
mas isso não chega a prejudicar o entretenimento por causa da curta duração com
pouco mais de uma hora de filme. Os robôs são bizarros e lentos, criação de uma
tecnologia superior de alguma raça de outro planeta, e possuem poderes para
matar facilmente os humanos apenas com um toque. Os zumbis são toscos, com seus
olhos inertes, seguindo obedientes os comandos das máquinas. “The Earth Dies
Screaming” é o cinema fantástico bagaceiro dos anos 60, divertido e
indispensável para os apreciadores do gênero.
Curiosamente, algumas cenas do clássico “Aldeia
dos Amaldiçoados” (1960) foram inseridas no início do filme antes dos créditos
de abertura, a queda de um avião explodindo com o impacto e um carro se
chocando contra um muro.
(Juvenatrix – 06/12/17)
Achei bem interessante. Mas agora resta a dúvida onde encontrar par assistir ?
ResponderExcluirPode baixar aqui:
Excluirhttp://cinespacemonster.blogspot.com.br/search?q=the+earth+dies+screaming