Criado da ciência.
Vazio de alma. Nascido para comandar
– tagline promocional do segundo filme do
bebê maldito
Lançado em VHS no Brasil
pela “California” e com produção do “Rei dos Filmes B” Roger Corman, “O Bebê
Maldito II” (The Unborn II, 1994) é o típico exemplo do cinema bagaceiro de
horror dos anos 90 do século passado, com história tranqueira onde o destaque é
o bebê do título, deformado e assassino, um boneco animatrônico que diverte
justamente por ser extremamente tosco.
A direção é de Rick
Jacobson e a história sucede um original lançado em 1991. Dessa vez,
acompanhamos os passos de uma misteriosa mulher, Linda Holt (Robin Curtis), que
possui uma lista com vários nomes de crianças, as quais são procuradas por ela
e brutalmente assassinadas quando localizadas. Em seu rastro temos um detetive
da polícia incompetente, Tenente Briggs (Leonard O. Turner), que não consegue
impedir as ações violentas da mulher, mesmo matando crianças em locais
improváveis como um parque movimentado e ensolarado, ou dentro de um berçário
numa maternidade.
Uma das crianças
procuradas é Joey, um bebê de seis meses cabeçudo e deformado, que está sendo
protegido pela mãe, Catherine Moore (Michele Greene), uma escritora de livros
infantis que está sempre se mudando de casa e escondendo o filho esquisito de
todos a sua volta. O que não impede de ter que enfrentar uma dupla de
assistentes sociais que querem investigar sua conduta como mãe, depois de uma
denúncia de mais tratos dos novos vizinhos intrometidos, Artie e Marge Philips
(Darryl Henriques e Caroline White, respectivamente), pais da adolescente Sally
Anne (a alemã Brittney Powell). Para ajudá-la a esconder o bebê maldito, surge
um misterioso homem inicialmente amigável, John Edson (Scott Valentine), que
tem objetivos sinistros e é a principal ligação com o filme original.
A história não é
original, lembrando elementos de outra franquia, “Nasce Um Monstro” (It´s
Alive), que teve 3 filmes. Não desperta muita atenção e têm diversas situações
exageradas, principalmente os tiroteios intermináveis e barulhentos, que não soam
convincentes. O que realmente vale a pena no filme é o bebê maldito em cena,
tosco ao extremo, que come carne crua e arranca pedaços de suas vítimas com os
dentes afiados, além dos grunhidos animalescos para se comunicar. Ele é o
resultado de testes genéticos de fertilização mal sucedidos, os quais geraram
crianças demoníacas, deformadas e agressivas, que ainda tem o poder de
controlar a mente das pessoas para seu benefício (reforçando a ideia da tagline
promocional reproduzida no início do texto). Tudo obra de um “cientista louco”,
Dr. Richard Meyerling, do original, e que é citado rapidamente nessa
continuação para reforçar a conexão entre os filmes.
O desfecho em aberto,
como sempre acontece nas franquias intermináveis em busca de lucros, mesmo que
pequenos, possibilita uma eventual sequência, um truque comum dos produtores
caso decidam a viabilidade de continuar a história. Porém, isso não aconteceu,
e o bebê maldito parou nessa segunda parte.
(Juvenatrix – 22/06/17)
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