A produtora inglesa “Amicus” foi uma
valiosa rival da mais cultuada “Hammer”, e sua lista de filmes do gênero
fantástico têm quase três dezenas, presenteando os apreciadores do estilo com
preciosidades como “As Profecias do Dr. Terror” (1965), “A Maldição da Caveira”
(1965), “As Torturas do Dr. Diabolo” (1967), “A Casa Que Pingava Sangue”
(1971), “Contos do Além” (1972), “A Casa do Terror” (1974), entre vários
outros. E atores consagrados como Christopher Lee, Peter Cushing e Vincent
Price fizeram parte de vários filmes da “Amicus”.
“As Bonecas da Morte” (1966) tem direção
de Freddie Francis (1917 / 2007), um nome conhecido principalmente no cinema de
horror das décadas de 1960 e 70, e o roteiro é de autoria de Robert Bloch (1917
/ 1994), autor do livro que inspirou o clássico “Psicose” (1960), de Alfred
Hitchcock.
Um grupo de músicos ingleses enfrenta a
ira de um assassino brutal que tem a característica bizarra de deixar sempre
uma boneca com a aparência da vítima nas cenas dos crimes, intrigando a
polícia. Eles faziam parte de uma comissão aliada que julgava criminosos de
guerra alemães após a Segunda Guerra Mundial, e escondia um segredo misterioso
do passado.
O grupo era formado por Reinhardt Klermer
(John Harvey), pelo aposentado Frank Saville (Alexander Knox), pelo escultor
Victor Ledoux (Robert Crewdson) e pelo funcionário da embaixada holandesa
Martin Roth (Thorley Walters). As mortes eram investigadas pelo Detetive
Inspetor Holloway (Patrick Wymark), auxiliado pelo Sargento Morgan (Tim
Barrett). E as suspeitas recaíram para a idosa cadeirante Ilsa Von Sturm
(Margaret Johnston), colecionadora de bonecas, e seu filho Mark (John
Standing). Eles tinham fortes motivos para vingança por causa do suicídio do
patriarca da família, um industrial que foi preso por crimes de guerra julgados
pela comissão formada pelos músicos, que alegavam que ele utilizava trabalho
escravo em suas fábricas.
Outros suspeitos investigados pela polícia
eram o casal formado por Louise Saville (Judy Huxtable), desenhista de bonecas
e filha de um dos violinistas assassinados, e seu noivo Donald Loftis (Don
Borisenko), um estudante de medicina.
O filme é uma tradicional história de
detetive com elementos de horror em mortes “off screen”, com uma ideia central
sobre assassinatos misteriosos cometidos por um psicopata (do título original),
e uma árdua investigação policial analisando os suspeitos. Apesar da
previsibilidade dos eventos, dos inevitáveis clichês e da narrativa lenta em
alguns momentos, ainda temos uma atmosfera de mistério interessante com um
clima sinistro envolvendo os assassinatos, além de desfecho memorável e
perturbador. Indicado para os fãs dos antigos filmes ingleses da “Amicus” e
“Hammer”.
(Juvenatrix – 16/01/17)
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