Como a moda é lançar filmes ridículos com
ataques de tubarões, numa espécie de sub-gênero do cinema fantástico bagaceiro
do início do século XXI, a parceria entre a produtora “The Asylum” e o canal de
TV a cabo “SyFy”, conhecidos pelos filmes ruins, resultou em outra tranqueira
chamada “Tubarões de Gelo” (Ice Sharks, 2016). A direção e o roteiro são de
Emile Edwin Smith, que têm muitos trabalhos na área de efeitos visuais (como na
franquia “Sharknado”), e dirigiu a tranqueira “Mega Shark vs. Mecha Shark”
(2014).
As histórias são sempre as mesmas, e o
objetivo é encontrar um meio de colocar tubarões atacando as pessoas, não
importando como, onde ou os motivos. No Ártico, uma pequena estação de
pesquisas chamada “Oásis” está trabalhando para identificar as razões do
derretimento do gelo na região. Entre os técnicos e pesquisadores temos o casal
David (Edward DeRuiter) e Tracy (Jenna Parker). Ao investigarem o misterioso
desaparecimento de vários caçadores, eles descobrem que tubarões vindos da
Groenlândia evoluíram e tornaram-se mais ágeis e violentos, atacando animais e
pessoas rompendo facilmente as finas camadas de gelo enfraquecidas pelo derretimento.
Os animais conseguem isolar a estação de pesquisas, que primeiramente flutua à
deriva no mar, e depois afunda sem controle, obrigando seus ocupantes a lutarem
pela vida combatendo os tubarões ávidos por suas carnes, enquanto esperam a
possibilidade de resgate por um navio quebra gelo.
Trata-se de apenas mais um filme com
história ruim e elenco inexpressivo, utilizando tubarões em efeitos vagabundos
de computação gráfica. Tem algumas mortes sangrentas bem artificiais e cenas
que tentam passar sem sucesso a tensão e claustrofobia de um ambiente fechado
atacado pelas criaturas aquáticas assassinas. Mas, até os tubarões, que
obviamente são os elementos principais da trama, aparecem pouco quando em
comparação com outros filmes similares, e então temos menos cenas ridículas do
que o habitual visto nas dezenas de produções genéricas do tema. O filme tenta
ser sério, sem apelar para o tradicional “pastelão” que vemos na maioria dos
filmes de tubarão, mas ainda assim não funcionou. Percebemos que o diretor
preferiu investir mais num suspense com a luta dos pesquisadores para
sobreviver ao ataque dos tubarões, mas o convite ao tédio é inevitável. O
espectador, mesmo com muito esforço, não consegue estabelecer qualquer tipo de
empatia com os personagens, não se importando com suas mortes. Se, até eles
próprios não demonstram nenhuma reação convincente em relação à perda violenta
dos amigos, é praticamente impossível para quem está assistindo também se
importar com eles.
Seria ótimo se os realizadores parassem de
explorar esses animais e os deixassem em paz nos oceanos.
(Juvenatrix – 01/08/16)
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