Exibido pelo canal de TV a cabo “SyFy”, “O
Perigo Vem do Lago” (Beneath) parece tratar-se num primeiro momento de apenas
mais um filme bagaceiro com tubarões. É até compreensível a comparação, pois ao
invés de um tubarão assassino temos um imenso peixe carnívoro que ataca um
grupo de jovens num barco à deriva num lago. Porém, a história traz elementos
interessantes, ao contrário das incontáveis tranqueiras com roteiros
completamente desprovidos de conteúdo. Nesse filme dirigido por Larry Fessenden
(que também é ator e produtor com muitos trabalhos no currículo), o foco é
evidenciar a fragilidade da amizade entre os jovens, que em situações perigosas
com ameaças reais de morte, permite que venha à tona a verdadeira face da
natureza humana. Outro diferencial é a troca dos efeitos vagabundos de CGI que
tornam tudo muito artificial por um monstro mecânico de borracha que devora
suas vítimas, lembrando aquelas preciosas bagaceiras dos anos 1950 que faziam
do cinema fantástico de baixo orçamento uma grande opção de diversão sem
compromisso.
Em “O Perigo Vem do Lago”, seis estudantes
que acabaram de se formar decidem se reunir pela última vez para comemorar a
amizade da escola, antes de cada um deles tomar seus próprios rumos em novos
desafios. O grupo é formado por quatro homens e duas mulheres. Eles decidem
passear de barco num lago localizado numa região rural próxima à propriedade do
avô de Johnny (Daniel Zovatto), e que parece esconder um segredo mortal em suas
águas. O grupo de amigos é ainda formado pelo nerd Zeke (Griffin Newman), que
gosta de filmar tudo que acontece, além da morena Deb (Mackenzie Rosman), os
irmãos Matt (Chris Conroy) e Simon (Jonny Orsini), e a loira Kitty (Bonnie
Dennison), que é a namorada de Matt, o líder do grupo.
A diversão com direito a nadar no lago e
beber cerveja logo é interrompida quando um enorme peixe com dentes pontiagudos
ataca o grupo e começa a colecionar vítimas, degustando o sangue e carne
humanos. A partir daí, sem remos e com rachaduras no casco do barco, eles não
conseguem voltar para a segurança da margem do lago, E precisam lutar por suas
vidas combatendo o monstro e também uns aos outros, depois que os laços de
amizade que pareciam fortes se rompem facilmente com conflitos. Onde cada um
deles passa a defender seus próprios interesses, não hesitando em colocar em
prática e hipocrisia da raça humana com traição e exposição do rancor que todos
carregam dentro de si.
No final das contas, o filme é simples e
não tem nada de especial, utilizando uma ideia básica com clichês já muito
explorados. Mas, o fato dos realizadores optarem em não utilizar ridículos
efeitos de computação gráfica para o monstro aquático e contar uma história
destacando o conflito entre os personagens num ambiente ameaçador de morte com
desfecho pessimista, já o torna diferente da infinidade de produções do mesmo
tema, as quais priorizam CGI vagabundo com histórias fúteis e dispensáveis.
(Juvenatrix – 05/08/16)
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