sábado, 6 de agosto de 2016

O Perigo Vem do Lago (Beneath, EUA, 2013)


Exibido pelo canal de TV a cabo “SyFy”, “O Perigo Vem do Lago” (Beneath) parece tratar-se num primeiro momento de apenas mais um filme bagaceiro com tubarões. É até compreensível a comparação, pois ao invés de um tubarão assassino temos um imenso peixe carnívoro que ataca um grupo de jovens num barco à deriva num lago. Porém, a história traz elementos interessantes, ao contrário das incontáveis tranqueiras com roteiros completamente desprovidos de conteúdo. Nesse filme dirigido por Larry Fessenden (que também é ator e produtor com muitos trabalhos no currículo), o foco é evidenciar a fragilidade da amizade entre os jovens, que em situações perigosas com ameaças reais de morte, permite que venha à tona a verdadeira face da natureza humana. Outro diferencial é a troca dos efeitos vagabundos de CGI que tornam tudo muito artificial por um monstro mecânico de borracha que devora suas vítimas, lembrando aquelas preciosas bagaceiras dos anos 1950 que faziam do cinema fantástico de baixo orçamento uma grande opção de diversão sem compromisso.
Em “O Perigo Vem do Lago”, seis estudantes que acabaram de se formar decidem se reunir pela última vez para comemorar a amizade da escola, antes de cada um deles tomar seus próprios rumos em novos desafios. O grupo é formado por quatro homens e duas mulheres. Eles decidem passear de barco num lago localizado numa região rural próxima à propriedade do avô de Johnny (Daniel Zovatto), e que parece esconder um segredo mortal em suas águas. O grupo de amigos é ainda formado pelo nerd Zeke (Griffin Newman), que gosta de filmar tudo que acontece, além da morena Deb (Mackenzie Rosman), os irmãos Matt (Chris Conroy) e Simon (Jonny Orsini), e a loira Kitty (Bonnie Dennison), que é a namorada de Matt, o líder do grupo.
A diversão com direito a nadar no lago e beber cerveja logo é interrompida quando um enorme peixe com dentes pontiagudos ataca o grupo e começa a colecionar vítimas, degustando o sangue e carne humanos. A partir daí, sem remos e com rachaduras no casco do barco, eles não conseguem voltar para a segurança da margem do lago, E precisam lutar por suas vidas combatendo o monstro e também uns aos outros, depois que os laços de amizade que pareciam fortes se rompem facilmente com conflitos. Onde cada um deles passa a defender seus próprios interesses, não hesitando em colocar em prática e hipocrisia da raça humana com traição e exposição do rancor que todos carregam dentro de si.
No final das contas, o filme é simples e não tem nada de especial, utilizando uma ideia básica com clichês já muito explorados. Mas, o fato dos realizadores optarem em não utilizar ridículos efeitos de computação gráfica para o monstro aquático e contar uma história destacando o conflito entre os personagens num ambiente ameaçador de morte com desfecho pessimista, já o torna diferente da infinidade de produções do mesmo tema, as quais priorizam CGI vagabundo com histórias fúteis e dispensáveis.
(Juvenatrix – 05/08/16)

Nenhum comentário:

Postar um comentário