O canal de TV a cabo “SyFy” é voltado para
filmes de ficção científica e horror. Seu slogan é “SyFy – Imagine Mais”. Mas,
o ideal seria algo como “Imagine filmes ruins e no SyFy eles são piores ainda”.
É o cinema fantástico bagaceiro do século XXI, com histórias fracas, elenco
inexpressivo, CGI vagabundo, produção tosca, e tudo com uma roupagem moderna.
Se essas tranqueiras serão cultuadas no futuro, somente o tempo dirá, mas o que
certamente podemos dizer agora, é que são filmes péssimos e o espectador
precisará ser muito paciente e pouco exigente para tentar conseguir alguma
diversão, mesmo que em pequenas e logo esquecíveis doses.
Dirigido por Terry Ingram, “Chupacabra”
tem a curiosidade da presença na liderança do elenco do veterano Erik Estrada,
o policial rodoviário Frank Poncherello da série de TV “CHiPs” (1977 / 1983),
que foi exibida à exaustão na televisão brasileira. O ator faz o papel do
policial da divisão de narcóticos, agente Carlos Seguin, na pequena cidade
americana de San Antonio, no Estado do Texas, divisa com o México. Inclusive,
provavelmente servindo de homenagem ao ator e à série de TV, temos várias cenas
gratuitas com ele dirigindo uma bela e imponente moto, com direito até a uma
acrobacia saltando sobre um canteiro de obras.
Junto com a nova parceira, Tracy Taylor
(Julian Benson), ele recebe a missão de investigar as mortes misteriosas e de
forma sangrenta de um grupo de traficantes de drogas. Descobrindo mais tarde que
a responsabilidade dos assassinatos é de um bando imenso de “chupacabras”, uma
lenda urbana que virou realidade, animais mutantes e nômades, misto de
cachorros e coiotes, que invadem a cidade à procura de comida, encontrando nos
seres humanos a carne e o sangue para saciarem sua fome. A dupla de policiais
forma uma improvável aliança com um grupo de arruaceiros rebeldes, e fortemente
armados, partem para o combate contra a invasão da horda de “chupacabras” que
já fizeram dezenas de vítimas. Culminando num confronto decisivo dentro do
histórico Forte Álamo (daí o título original), que no passado teve importância
relevante na guerra entre Estados Unidos e México pela posse do Texas.
A invasão de uma pequena cidade por
animais enfurecidos ou criaturas sobrenaturais é a já conhecida e largamente
explorada premissa básica do filme. Dentro desse clichê, ainda temos um elenco
patético, com exceção talvez para a nostalgia da presença de Erik Estrada, somado
com uma história despreocupada com lógica ou coerência, e efeitos tão
vagabundos de computação gráfica que obviamente não convencem. São
“chupacabras” aparecendo por todos os lados, sendo abatidos por tiros, e
atacando os humanos como cachorros raivosos. É verdade que tem bastante sangue,
com mortes violentas, mas com uma artificialidade que não funciona. Ainda tem
os comentários patéticos no meio do caos e o desfecho previsível onde
facilmente sabemos quem serão os sobreviventes e os vitoriosos da batalha. Mais
um filme descartável exibido pelo canal “SyFy”, que deveria “imaginar” que seus
espectadores gostariam de ver filmes melhores.
(Juvenatrix – 05/07/15)
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